Enio Lins
Um exemplo universal, e militar, de como tratar a questão indígena
Cândido Mariano da Silva precisa voltar a ser estudado. Principalmente pelos militares brasileiros, mas não pode ser esquecido nos currículos escolares de todo Brasil. É um dos maiores exemplos do mundo de como tratar povos originários e como integrar regiões selvagens à civilização sem causar danos irreversíveis ao ambiente.
Marechal Rondon é o nome pelo qual Cândido Mariano da Silva é mais conhecido. Órfão de pai e mãe, incorporou, depois de adulto, o nome do tio que o criou e o encaminhou na vida. Nascido no interior do Mato Grosso, seus traços antropomórficos deixavam na cara sua ascendência indígena. Cândido da Silva (Rondon) era produto dos intercâmbios entre as etnias bororo, terena e guaná.
Disciplinado e disciplinador com sua tropa, Rondon teve carreira militar brilhante, o que não o livrou de punições, como uma detenção por se negar a apoiar a Revolução de 30, embora antes tenha sido Tenentista, em 1924. Não era candidato a santo, mas foi – com toda justiça – apresentado mais de uma vez como candidato ao Nobel da Paz, numa dessas ocasiões indicado por Albert Einstein.
Certamente esses parágrafos acima são conhecidos por todas as pessoas que estão lendo essas linhas. Tento atiçar a memória de vocês e chamar a atenção para a terrível contradição entre a memória de uma personalidade (militar) de gigantesco valor humanista num tempo em que a desumanidade escandaliza, mas é vista com tolerância por corações e mentes contaminadas pelo bolsonarismo.
Com todo respeito aos fantásticos Irmãos Vilas Boas, ao notável (alagoano de adoção por São José da Laje) Noel Nutels, e considerando minha admiração por todas as magníficas militâncias pela causa dos povos originários, considero Cândido da Silva, o Marechal Rondon, o maior expoente desta área.
Rondon precisa ser revisitado, insisto e repito, especialmente pelos militares, por conta da alta contaminação na tropa pelo vírus do bolsonarismo, um patógeno cujas características principais são: covardia, indisciplina, quebra de hierarquia, desumanidade, ligação com o crime organizado. E civis não podem abandonar Rondon. As escolas precisam ensinar Rondon. A mídia não deveria olvidar Rondon, nem os Irmãos Vilas Boas, nem Noel Nutels.
Cândido da Silva, o Marechal Rondon, merece nunca ser esquecido. Pode-se (e deve-se) ler mais sobre ele. Para uma rápida visita, sugiro o site https://mundoeducacao.uol.com....
HOJE NA HISTÓRIA
26 de janeiro de 1500 – O Brasil teria sido descoberto pelo navegador espanhol Vicente Pinzón, segundo tese polêmica nem tão recorrente assim.
Vicente Yáñez Pinzón era um experiente navegador espanhol, comandante da caravela Niña – embarcação integrante da frota de Cristóvão Colombo quando da descoberta da América, em 1492. De volta ao Novo Mundo, oito anos depois, teria se perdido no caminho de volta e no dia 26 de janeiro, aportado numa praia que descreveu em seu diário como “terra de indizível beleza”. Ele voltou à Espanha e não se falou mais nisso.
Em 22 de abril do mesmo ano, o lusitano Pedr’Alvares Cabral lançou âncora numa beira de mar que tomou posse em nome do Reino de Portugal e daí por diante a história do Brasil tomou o rumo que conhecemos.
Hoje, Ceará e Pernambuco disputam a primazia de ter sido o local onde Pinzón aportou.
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Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.