Enio Lins

O crime organizado, sob Jair, ganhou um enclave amazônico

Enio Lins 25 de janeiro de 2023

Uma enxurrada de fatos, indícios e provas, começam a dar uma visão real da política genocida de Jair Messias, e de seu desgoverno, contra as populações originárias. O caso Yanomami é esclarecedor e estarrecedor.

Em 17 de agosto do ano passado, o site The Intercept noticiava que o desgoverno do Jair havia ignorado, até aquela data, 21 ofícios enviados desde novembro de 2020 pela Utukara Associação Yanomami. Esses documentos, relatando os problemas e pedindo ajuda, foram endereçados ao MPF, Funai e Exército.

A associação relatava nessas duas dezenas de ofícios “uma sequência aterrorizante de ataques e pedidos de ajuda – quase todos sucedidos por novos ataques e denúncias de avanço do garimpo”. Três notas públicas foram divulgadas “chamando a atenção sobre um ataque [armado] à ICMBio; a morte de duas crianças [sugadas] por uma draga de garimpo; situação da aldeia de Aracaçá”.

O uso do mercúrio (proibido internacionalmente) no trabalho ilegal do garimpo polui os rios onde os índios antes recolhiam água e pescavam, enquanto suas plantações são destruídas pelos grileiros. Jovens indígenas são recrutados pelos criminosos em troca de comida e álcool, passando a prestar serviços para as quadrilhas que atuam no garimpo e nas rotas de tráfico. Isoladas, as aldeias que resistiam aos criminosos foram ficando sem água potável, comida, remédios. E sem apoio do governo federal bolsonarista.

Em 26 de outubro de 2021, o energúmeno que presidia o Brasil visitou uma área controlada pelas quadrilhas de garimpeiros ilegais no interior da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, onde se confraternizou com os bandidos e fez pronunciamento defendendo a legalização daquela atividade criminosa. Neste período, o Conselho Indígena de Roraima denunciou que as gangues do garimpo ilegal de ouro começaram a dominar a região a partir de 2019.

Se estima que, já em 2020, essas organizações criminosas contariam com cerca de 20 mil pessoas atuando ilegalmente no garimpo e desmatamento nas áreas indígenas, aterrorizando e matando quem lhes resista.

Trata-se de um problema de segurança nacional, com perda de soberania e evasão de divisas. A tentativa de extermínio dos yanomamis é face mais chocante do descalabro de quatro anos de gestão Jair Genocida – que estimulou e protegeu a instalação de um enclave do crime organizado na área Yanomami. E seria somente lá?

Hoje na história



Legenda: Fundação da cidade de São Paulo

25 de janeiro de 1554 – Padres fundam o Colégio dos Jesuítas e, com isso, criam a cidade de São Paulo, que recebeu esse nome por conta da data de conversão (no ano 36) do então anticristão Saulo de Tarso, que adotou o nome de Paulo quando aderiu ao cristianismo. Entre os religiosos fundadores da cidade que lhe homenageia, 1518 anos depois de sua mudança de lado, estão Manoel da Nóbrega e José de Anchieta.

Legenda: Comício-gigante pelas Diretas Já

25 de janeiro de 1984 – Grande Comício pelas Diretas Já, na Praça da Sé, em São Paulo, marco da luta pela retomada da Democracia. Como, mesmo enfraquecida, a ditadura que assaltou o poder em 1964 ainda ocupava a presidência da República, o governador paulista Franco Motoro (PMDB) usou como justificativa para a convocação do ato, a comemoração do 430º aniversário de São Paulo.