Enio Lins
O crime organizado, sob Jair, ganhou um enclave amazônico
Uma enxurrada de fatos, indícios e provas, começam a dar uma visão real da política genocida de Jair Messias, e de seu desgoverno, contra as populações originárias. O caso Yanomami é esclarecedor e estarrecedor.
Em 17 de agosto do ano passado, o site The Intercept noticiava que o desgoverno do Jair havia ignorado, até aquela data, 21 ofícios enviados desde novembro de 2020 pela Utukara Associação Yanomami. Esses documentos, relatando os problemas e pedindo ajuda, foram endereçados ao MPF, Funai e Exército.
A associação relatava nessas duas dezenas de ofícios “uma sequência aterrorizante de ataques e pedidos de ajuda – quase todos sucedidos por novos ataques e denúncias de avanço do garimpo”. Três notas públicas foram divulgadas “chamando a atenção sobre um ataque [armado] à ICMBio; a morte de duas crianças [sugadas] por uma draga de garimpo; situação da aldeia de Aracaçá”.
O uso do mercúrio (proibido internacionalmente) no trabalho ilegal do garimpo polui os rios onde os índios antes recolhiam água e pescavam, enquanto suas plantações são destruídas pelos grileiros. Jovens indígenas são recrutados pelos criminosos em troca de comida e álcool, passando a prestar serviços para as quadrilhas que atuam no garimpo e nas rotas de tráfico. Isoladas, as aldeias que resistiam aos criminosos foram ficando sem água potável, comida, remédios. E sem apoio do governo federal bolsonarista.
Em 26 de outubro de 2021, o energúmeno que presidia o Brasil visitou uma área controlada pelas quadrilhas de garimpeiros ilegais no interior da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, onde se confraternizou com os bandidos e fez pronunciamento defendendo a legalização daquela atividade criminosa. Neste período, o Conselho Indígena de Roraima denunciou que as gangues do garimpo ilegal de ouro começaram a dominar a região a partir de 2019.
Se estima que, já em 2020, essas organizações criminosas contariam com cerca de 20 mil pessoas atuando ilegalmente no garimpo e desmatamento nas áreas indígenas, aterrorizando e matando quem lhes resista.
Trata-se de um problema de segurança nacional, com perda de soberania e evasão de divisas. A tentativa de extermínio dos yanomamis é face mais chocante do descalabro de quatro anos de gestão Jair Genocida – que estimulou e protegeu a instalação de um enclave do crime organizado na área Yanomami. E seria somente lá?
Hoje na história
25 de janeiro de 1554 – Padres fundam o Colégio dos Jesuítas e, com isso, criam a cidade de São Paulo, que recebeu esse nome por conta da data de conversão (no ano 36) do então anticristão Saulo de Tarso, que adotou o nome de Paulo quando aderiu ao cristianismo. Entre os religiosos fundadores da cidade que lhe homenageia, 1518 anos depois de sua mudança de lado, estão Manoel da Nóbrega e José de Anchieta.
25 de janeiro de 1984 – Grande Comício pelas Diretas Já, na Praça da Sé, em São Paulo, marco da luta pela retomada da Democracia. Como, mesmo enfraquecida, a ditadura que assaltou o poder em 1964 ainda ocupava a presidência da República, o governador paulista Franco Motoro (PMDB) usou como justificativa para a convocação do ato, a comemoração do 430º aniversário de São Paulo.
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.