Enio Lins

Luzes na ribalta numa semana espetacular

Enio Lins 14 de janeiro de 2023

Que semana agitada! Começou com a destruição das sedes dos Três Poderes por terroristas bolsonaristas e antes de findar, viu destroçada o que podia restar de ilusão sobre a mitologia bolsonariana. E promete mais.

São dias cujo relato
ficará para sempre em destaque nas estantes da história, isto é certo. O que não é certeza diz respeito aos ensinamentos e às correções de rumos e/ou mudança de concepções nos setores contaminados.

Está morto o bolsonarismo?
Só se a covardia morresse, só se o banditismo batesse as botas, só se a indisciplina militar sumisse do mapa, só se a corrupção evaporasse, só se a covardia fosse abolida... como todos esses males seguem presentes na sociedade e na alma sebosa de muita gente, o bolsonarismo, mesmo profundamente desmoralizado, sobreviverá.

Mas esta é a semana
na qual a podridão bolsonarista desvelou a pontinha de seu iceberg de merda. A indústria de mentiras do Jair & filhotes não está dando conta para tentar tapar o sol com a peneira, com o espalhamento de fake news.

Poder-se-ia especular
qual nova notícia bombástica pode espocar até final deste sétimo dia. Acervo existe. Mas é desnecessário gastar neurônios com tal projeção, pois o importante neste momento – repito – é reconstruir o País.

Reconstruir o Brasil
significa, igualmente, investigar, processar e punir os terroristas do bolsonazismo. Sem isso não haverá plano de reestruturação econômica e social que possa dar certo, pois a sabotagem é real e preocupante.

Sabotagem como nunca
vista no País, e de intensidade tamanha que existem poucos registros semelhantes no mundo, unindo empresários corruptos, fanáticos enlouquecidos, militares traidores da farda. O crime organizado nunca foi tão acintoso e abrangente.

Quando você estiver
lendo essas maltraçadas linhas, estaremos no derradeiro dia da semana explosiva. Muita coisa ainda pode acontecer, pois o espírito-de-porco golpista estará pairando sobre o Brasil, inconformado com os revezes.

Esse espectro sanguinolento
ainda não foi exorcizado por completo, pois é assombração teimosa, tinhosa. É mofina e traiçoeira, ronda a história do Brasil há mais de século. Mas nesses seis dias levou uma rebordosa como nunca dantes.

Destaques da semana?
Além do domingão do terror? Pode-se citar três: Prisão de mais de mil terroristas, divulgação da esbórnia no cartão do mito, localização de um dos planos do golpe na casa de um ex-ministro bolsonariano.

RECOMENDAÇÃO

O Último Rei da Escócia – Filme produzido em 2006, onde um personagem fictício acompanha, como pessoa próxima, o genocida africano Idi Amin Dada (1925/2003). Esse narrador faz o papel de um escocês que se torna médico pessoal do tirano.

Patético, assassino e corrupto, Idi Amin Dada chocou o mundo civilizado com suas diatribes e suas violências durante oito anos de poder como presidente de Uganda, entre 1971 e 1979, onde era tido como “salvador da pátria”.

Idi Amin foi uma espécie de Jair Messias que conseguiu o poder absoluto, com a diferença que o africano foi um militar de verdade e não era pessoalmente covarde. Mas são bem parecidas as estupidezes, a fanfarronice, a feição militarista, a verborragia surreal, além do desprezo pela vida alheia. Idi era um mito até ser derrubado e exilado. Tentou voltar ao poder, sem sucesso, e morreu sob a proteção da ditadura saudita, na cidade de Jidá, aos 78 anos de idade.

Aula de história, o filme é fiel aos fatos, à exceção do personagem Dr. Nicholas Carrigan. O grande Forest Whitaker venceu como Melhor Ator o Oscar e o Globo de Ouro, ambos em 2007, por encarnar o déspota ugandense.

Leia mais em:

O Último Rei da Escócia – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

O Último Rei da Escócia - Filme 2006 - AdoroCinema (com indicações de como assistir)