Enio Lins
Luzes na ribalta numa semana espetacular
Que semana agitada! Começou com a destruição das sedes dos Três Poderes por terroristas bolsonaristas e antes de findar, viu destroçada o que podia restar de ilusão sobre a mitologia bolsonariana. E promete mais.
São dias cujo relato ficará para sempre em destaque nas estantes da história, isto é certo. O que não é certeza diz respeito aos ensinamentos e às correções de rumos e/ou mudança de concepções nos setores contaminados.
Está morto o bolsonarismo? Só se a covardia morresse, só se o banditismo batesse as botas, só se a indisciplina militar sumisse do mapa, só se a corrupção evaporasse, só se a covardia fosse abolida... como todos esses males seguem presentes na sociedade e na alma sebosa de muita gente, o bolsonarismo, mesmo profundamente desmoralizado, sobreviverá.
Mas esta é a semana na qual a podridão bolsonarista desvelou a pontinha de seu iceberg de merda. A indústria de mentiras do Jair & filhotes não está dando conta para tentar tapar o sol com a peneira, com o espalhamento de fake news.
Poder-se-ia especular qual nova notícia bombástica pode espocar até final deste sétimo dia. Acervo existe. Mas é desnecessário gastar neurônios com tal projeção, pois o importante neste momento – repito – é reconstruir o País.
Reconstruir o Brasil significa, igualmente, investigar, processar e punir os terroristas do bolsonazismo. Sem isso não haverá plano de reestruturação econômica e social que possa dar certo, pois a sabotagem é real e preocupante.
Sabotagem como nunca vista no País, e de intensidade tamanha que existem poucos registros semelhantes no mundo, unindo empresários corruptos, fanáticos enlouquecidos, militares traidores da farda. O crime organizado nunca foi tão acintoso e abrangente.
Quando você estiver lendo essas maltraçadas linhas, estaremos no derradeiro dia da semana explosiva. Muita coisa ainda pode acontecer, pois o espírito-de-porco golpista estará pairando sobre o Brasil, inconformado com os revezes.
Esse espectro sanguinolento ainda não foi exorcizado por completo, pois é assombração teimosa, tinhosa. É mofina e traiçoeira, ronda a história do Brasil há mais de século. Mas nesses seis dias levou uma rebordosa como nunca dantes.
Destaques da semana? Além do domingão do terror? Pode-se citar três: Prisão de mais de mil terroristas, divulgação da esbórnia no cartão do mito, localização de um dos planos do golpe na casa de um ex-ministro bolsonariano.
RECOMENDAÇÃO
O Último Rei da Escócia – Filme produzido em 2006, onde um personagem fictício acompanha, como pessoa próxima, o genocida africano Idi Amin Dada (1925/2003). Esse narrador faz o papel de um escocês que se torna médico pessoal do tirano.
Patético, assassino e corrupto, Idi Amin Dada chocou o mundo civilizado com suas diatribes e suas violências durante oito anos de poder como presidente de Uganda, entre 1971 e 1979, onde era tido como “salvador da pátria”.
Idi Amin foi uma espécie de Jair Messias que conseguiu o poder absoluto, com a diferença que o africano foi um militar de verdade e não era pessoalmente covarde. Mas são bem parecidas as estupidezes, a fanfarronice, a feição militarista, a verborragia surreal, além do desprezo pela vida alheia. Idi era um mito até ser derrubado e exilado. Tentou voltar ao poder, sem sucesso, e morreu sob a proteção da ditadura saudita, na cidade de Jidá, aos 78 anos de idade.
Aula de história, o filme é fiel aos fatos, à exceção do personagem Dr. Nicholas Carrigan. O grande Forest Whitaker venceu como Melhor Ator o Oscar e o Globo de Ouro, ambos em 2007, por encarnar o déspota ugandense.
Leia mais em:
O Último Rei da Escócia – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
O Último Rei da Escócia - Filme 2006 - AdoroCinema (com indicações de como assistir)
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.