Educação. Quando se fala nela, aqui no Brasil ressoa como algo que ainda não aconteceu, um campo onde pouco foi feito e muito destruído. Os governantes, com algumas e honrosas exceções, saem do lugar comum de dizerem que essa é uma da metas e caminham para realizações importantes, mas ainda sem planejamento adequado e uníssono para que o que seja feito fique estabelecido e perene. É comum sentir-se que não existe na verdade um planejamento estratégico voltado para o setor que avalie todas as suas necessidades e dificuldades e passe a ser prioridade de fato e de direito. E, quando falo em planejamento estratégico, refiro-me a mil ações que devem nortear a educação, como aquela a ser desenvolvida para os anos à frente e não simplesmente para o momento atual.

É preciso que se criem raízes em planejamento de tal modo que os programas sejam respeitados e que modificações venham a surgir sem, no entanto abolir o tema principal que deve ser o norteador de tudo que venha a acontecer no âmbito da educação. O que queremos dizer é que é muito comum um programa dar certo durante uma administração e ser abandonado em outra para que não se mantenha a imagem de quem o fez. Esse é um dos maiores erros do administrador público, quando não respeita o bom só pelo prazer de dizer que mudou. São esses bastidores a que nos referimos no título desse artigo que fazem com que coisas boas não sejam sustentadas e outras tantas, incompetentemente preservadas.

Lembro-me bastante, por exemplo de como eram as chamadas “escolas primárias” - básicas de hoje – e que ministravam os primeiros conhecimentos aos alunos. Sem dúvida eram tão respeitadas que, alunos matriculados em escolas particulares não eram olhados com bons olhos tal a importância e a validade da educação do ensino público. Um ensino que ia além do chamado currículo escolar para o cívico fazendo com que as crianças daquele tempo aprendessem tudo sobre hinos, símbolos pátrios, respeito às leis, tudo o que hoje é tão desrespeitado. Falar em professor, no Rio de Janeiro, por exemplo, professores, mais mulheres, eram formados na famosa Escola Normal e eram apontadas com orgulho como as “normalistas”, futuras professoras, uma classe altamente valorizada e prestigiada na sociedade, bem diferente do que infelizmente ocorre hoje.

Não sou saudosista, mas acabo sendo. Não consigo entender desenvolvimento sem educação. Não consigo entender como as pessoas cometem erros brutais ao falarem. Ao falarem nossa língua mãe. Não consigo entender como muitos não sabem fazer uma simples conta de dividir. Não posso aceitar a estúpida desvalorização dos professores, a falta de capacitação e de qualificação tão importantes para o exercício da profissão das profissões. Educador é o que forma os outros. Não existiriam médicos, engenheiros, arquitetos, o que for, sem que tenha havido um professor. Como fazer educação neste país sem primeiro pensar nessa fantástica classe de profissionais? Não sei.

Gostaria de ver a tecnologia abraçada com todos os que fazem educação nos dias de hoje. Presencial ou mesmo à distância, todos os métodos podem e

devem ser empregados para que a instrução siga rumos compatíveis com os rumos mundiais. Não interessam os métodos, as maneiras de se fazer, mas que a educação seja primordial e planejada. Dirigida sempre como prioritária, organizada e intocável naquilo que for bom. Povo sem educação não progride. E povo sem instrução faz um país pobre e sem futuro. Bom pensar sempre nisso.

FOTONOTAS

TEREZA NELMA - Pense numa guerreira de fato e de direito e você automaticamente estará pensando em Tereza Nelma, uma eterna batalhadora pelas causas sobretudo de pessoas necessitadas e que se entregou à política, primeiro como vereadora de Maceió, depois deputada estadual e deputada federal e poderia estar continuando essa maratona com muito sucesso não fosse a injustiça praticada nas urnas desse ano que não a reelegeu para o Congresso Nacional. No entanto, Tereza, apesar do câncer que a acomete há vários anos, com idas e vindas, tenho certeza continuará colaborando para o desenvolvimento do nosso estado. E, quem sabe, talvez ainda consiga voltar ao seu mister político.

TECA NELMA – Foi de propósito que coloquei mãe e filha praticamente juntas neste Fotonotas da semana. Teca é muito jovem, mas sinceramente nunca vi tanta vontade de vencer, de praticar bem sua política, de não querer parar, de continuar sempre de cabeça erguida mostrando que idade não é empecilho para enfrentar todas as durezas da vida política. Vereadora por Maceió, Teca tem sido autora de vários projetos de lei em benefício sobretudo dos jovens como foi o caso agora da extensão do passe livre aos municípios adjacentes a Maceió, já que inclusive estudos e aulas são praticados nesses lugares também. Podem ter certeza de que, a exemplo da mãe, mas com toda sua personalidade, Teca Nelma será uma das grandes políticas de Alagoas.

PARE PRA PENSAR (do meu livro do mesmo nome)

O que você não puder assinar com a consciência não assine com a mão.

ALERTAS DO DIA

* O alerta é para que não deixemos a tristeza ser maior do que pode nos corações brasileiros que viram os acontecimentos deste último domingo absolutamente estarrecedores. Quando poderiam imaginar que este povo teleguiado pudesse adentrar as dependências das principais instituições da república e depredá-las de forma tão vulgar? Quando se poderia imaginar que o gosto pela violência, pela falta de respeito estivesse tão impregnado em parte de nosso povo que tem sido comandado por um movimento absolutamente legal, não fosse o comportamento inadequado em todos os momentos.? Lamentável.

* Disseram à boca pequena que a polícia do Distrito Federal se comportou de maneira omissa quando da invasão da Praça dos Três Poderes e é verdade, documentada e televisionada para quem quisesse ver. O batalhão de agressores foi conduzido para lá com escolta da polícia, dois carros à frente e ao invés de impedir porque sabia do propósito, conduz? Isso foi uma grande piada, um diploma de burro passado para toda a população brasileira. Depois vem o governador do Distrito Federal pedir desculpas porque, sei lá porque! O fato é que foi muito triste verificar que agressores daquele quilate eram ajudados por quem deveria estar exigindo o cumprimento da lei.

* A depredação organizada, no Palácio do Planalto só salvou o gabinete do presidente porque teria um vidro blindado e a porta também tinha uma fechadura especial que não permitiu sua abertura. Caso contrário, a exemplo do que foi feito em outras dependências o simbolismo iria corresponder às invasões que aconteciam antigamente em certas republiquetas da América Latina e invariavelmente acabavam por assassinar o presidente ou coisa parecida. Acho até que a segurança do presidente Lula deve passar por um treinamento bastante específico agora, porque só Deus sabe do que são capazes esses terroristas endiabrados.

* Mas o maior simbolismo do desrespeito, da agressão, de tudo o que há de pior foi a invasão do Supremo Tribunal Federal. O que foi feito com o salão principal é algo inacreditável. Porque aí sim entra o simbolismo do total desrespeito à constituição e às leis do país. A casa que abriga e defende os princípios constitucionais, vilipendiada, destruída, esmagada, como se o recado fosse uma ameaça a todas as instituições do nosso Brasil. E o foi. Agora, será preciso força, vontade de acabar com todos os focos, com todos os financiadores de um episódio como esse. Quem começa assim não pretende parar. Por isso, nada mais importante do que vigiar a escuridão e os porões onde se esconderão as tramas e traições.

POR AÍ AFORA

# A repercussão mundo afora da barbárie que aconteceu no Brasil, último dia 8 de janeiro, apenas 7 dias após a posse do novo presidente foi incrível, foi de revolta, de solidariedade, mas deve ter sido sobretudo de espanto por conta de algo inesperado e de tanta irreverência. Presidentes, primeiros- ministros e até reis manifestaram seu sentimento por algo inesperado e que poderá trazer consequências desastrosas ns relações exteriores do Brasil. Infelizmente somos vítima dessa vergonha internacional, desprezível que mostra o quanto essa estúpida divisão dentro da mesma sociedade está provocando. Uma lástima!

# O exemplo nasceu nos Estados Unidos quando a dois anos, também orquestrada, possivelmente pelo ex-presidente Trump, aconteceu a invasão do Capitólio, algo que deixou o mundo de boca aberta sem entender o que acontecia na maior democracia do mundo. A diferença é que a daqui, a de Brasília, foi maior porque atingiu os três poderes da república num ato destruidor e ameaçador da instituição democrática. O presidente Biden, sofredor da agressão por lá e pelos mesmos motivos do não reconhecimento de sua eleição, manifestou seu desejo de colaboração com o governo Lula, até porque os sentimentos ficaram iguais.

# Saiu no Le Monde, de Paris: “Não vamos deixar a democracia escapar de nós”. A promessa foi feita pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na noite desta segunda-feira, 9 de janeiro, em Brasília, antes de descer a rampa do Palácio do Planalto, sede do governo fortemente danificada, cercado por juízes do Supremo Tribunal Federal (TSF), parlamentares e governadores de estado. No rescaldo das invasões e saques destes três emblemáticos lugares de poder, acampamentos de radicais que ainda rejeitam a vitória de Lula, mais de dois meses após a sua eleição, foram desmantelados pela polícia, que também procedeu a inúmeras detenções,

ATÉ A PRÓXIMA

Amanhã, sábado é dia de “BARTPAPO com Geraldo Câmara”. Na BAND, canal 38.1 aberto; NET CLARO, canais 18 e 518; BRISANETE, canal 14; VIVO, canal 519. Das 9 às 10h da manhã. Assista e inscreva-se também pelo Youtube no canal “Programas do Geraldo Câmara”. Fale conosco pelo [email protected] ou pelo Whats’App 82 99977-4399