Enio Lins
Os 10 dias que abalaram o mundo bolsonarista
Magnífico dia primeiro, com a posse mais bela da história do Brasil, desde o apossamento da colônia por Tomé de Sousa, passando pela coroação do rei-menino Pedro II. Nada até agora, nesses cinco séculos de registros brasileiros, se comparou à tremenda energia, vinda da simplicidade e da representatividade, do ato da efetivação de Lula e Alckmin, respectivamente, como presidente e vice-presidente da República.
O segundo dia foi marcado pela indicação de titulares do novo ministério; Haddad promete “nova regra fiscal”, estressando os sonegadores de sempre.
Terceiro dia: a ministra do Turismo nega ligação com milicianos, tirando o caso de foco.
Quarto dia: Recuperação da Petrobras impulsiona Ibovespa a fechar em alta; dólar cai, segundo a Bloomberg/Linea.
Quinto dia: Lula realiza a primeira reunião ministerial e expõe uma diferença abissal frente às apalhaçadas reuniões ministeriais do antecessor.
Sexto dia: Fãs do miliciano ex-presidente se frustram com o mito e “parte de sua antiga base se aproxima do novo governo” (Folha de SP).
Sétimo dia: “Bolsonarismo recua e se desorienta nos primeiros dias de Lula” – uma das manchetes da Folha no dia seguinte.
Oitavo dia: A grande merda bolsonarista, com invasão e vandalização de Brasília por uma horda vagabunda em fúria assassina, repetindo – 85 anos depois – a tristemente famosa “Noite dos Cristais” (uma das marcas do nazismo na Alemanha, em 1938). O mundo se choca com o banditismo e a histeria da extrema-direita brasileira. Mais de mil delinquentes bolsonaristas são presos.
Nono dia: O “mito” manda dizer que está com caganeira e recolhido a um hospital na Flórida, Estados Unidos. Lula reúne os governadores, reorganiza a casa depois da destruição material do dia anterior e visita os demais poderes vandalizados, reafirmando sua liderança como líder democrático no Brasil e no mundo. O Judiciário reage à altura da agressão bolsonarista.
Décimo dia: O hospital americano indicado como abrigo do mito-cagão diz que não tem nenhum paciente com esse nome por lá.
E o Brasil segue adiante! Até agora a democracia venceu, mas o perigo da organização criminosa chefiada por Jair Messias segue preocupante, pois a delinquência bolsonarista continua infiltrada na política, na polícia e nas forças armadas. Cagados, recuaram. Mas se preparam para novas defecações.
NOTAS
# A participação alagoana nos atos terroristas em Brasília espera apuração; ser leniente com esses criminosos é um erro grave.
# Como boa parte dos vândalos do dia 8, vários terroristas alagoanos se fotografaram e se filmaram durante o domingo criminoso.
# O governador Paulo Dantas determinou o retorno de um PM que elogiou os baderneiros de Brasília. Bem feito.
# A briosa Polícia Militar alagoana não pode permitir a continuidade da infiltração miliciana em sua caserna, é um risco evidente.
Hoje na história
11 de janeiro de 630 – Maomé conquista sua cidade natal, Meca, local de onde havia sido excluído, oito anos antes, pela tribo até então dominante.
Analfabeto e órfão de pai e mãe, Maomé trabalhava como pastor de ovelhas e mercador, até se casar e começar a relatar suas visões místicas, pregando o culto a um Deus único, a mesma divindade suprema adorada pelo judaísmo e pelo cristianismo, só que agora em uma versão árabe, com ensinamentos e orientações próprias e originais.
Em 622, expulso da politeísta Meca, Maomé se refugiou em Medina, ampliou seus seguidores, armou-os e voltou com gosto de gás. Venceu e enxotou os muitos deuses representados no santuário da Caaba, transformando a cidade no centro de uma nova religião, o Islã. De quebra, criou o conceito da “Guerra Santa”.
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.