Bartpapo com Geraldo Câmara
ENTRE MORTOS E FERIDOS
Sem dúvida salvam-se todos. Porque somos acima de tudo brasileiros e sabemos viver com galhardia em todas as ocasiões, resolvendo problemas, situações as mais diversas, sempre em busca de saídas, as melhores que possamos ter. Pelo menos, basicamente este é o comportamento que devemos ter diante das dificuldades, por mais extremas que pareçam ser. Deus nos deu o poder de raciocínio para que possamos saber definir situações diferentes, problemas diversos em busca de soluções que sejam compatíveis com o bem viver. Se não soubermos aproveitar este dom então como se diz no jargão popular “a coisa pega”.
Tivemos no ano que passou e ainda com resquícios do anterior a ele um montão de problemas, prioritariamente os de saúde com a questão da Covid. Se soubemos enfrentar? Acho que não, porque 700 mil brasileiros foram vitimados diante de vai e vem de decisões, indecisões, vacinas ou não, cloroquinas e outras discussões que acabaram por levar a um enorme atraso no combate à doença. Acusar fulano ou beltrano por isso, acho que nem vale a pena porque as coisas acabaram por serem estabelecidas e o povo brasileiro se adaptando a uma rotina de vacinação que é o verdadeiro caminho. A última notícia diz que a terceira onda do vírus já está terminando, o que é uma bela notícia.
Tivemos a pior das crises que foi a que criou a dissenção entre brasileiros e que ainda continua apesar de alguns dos males terem sido alijados. Na idade que tenho onde a sabedoria chega a ser maior do que a ignorância, depois de ter vivido todos os períodos da nova república, de ter conhecido os governos de Getúlio Vargas, ditatorial e democrático, de ter passado por todos os regimes de mando neste país, por todas as crises políticas que envolveram renúncias, “impeachments”, suicídios, discussões acaloradas, por todas as crises existenciais entre povo e poder, jamais tinha visto uma guerra, quase campal onde os personagens eram o próprio povo, acirrado e dividido irracionalmente. Uma divisão que derrubou costumes familiares, que provocou brigas as mais diversas, que separou irmãos, filhos e pais numa conjuntura suicida sob o aspecto da nobre constituição do seio familiar.
Tenho a certeza de que o Natal e o Ano Novo de agora foi completamente diferente e como já vinha sendo há quatro anos. O acirramento durante o período eleitoral levou às raias do irracional. Ou “se era” ou “se não era”. O “se não era” não aceito pelo lado oposto criou raízes profundas de negatividade e aí a expansão foi grande e as divisões andavam por todos os lados, assim como no ambiente de trabalho, nos bares e restaurantes, nos polos de diversão, por todos os lugares haviam as dissenções infelizes e que vinham e ainda vão marcar por muito tempo.
Buscarmos no passado as diversas convulsões sofridas por este país é buscar também soluções para o que ocorre nos dias de hoje. Tentar entender as posições de acada um sem agredi-las é o melhor caminho para a busca de contingências diferenciadas conviverem sob o mesmo teto azul deste Brasil. Irmãos até brigam, mas se entendem. Motivos, os mais diversos, mas em sua grande maioria, se entendem e buscam em coisas comuns a base da compreensão. E, irmãos somos todos nós, brasileiros, que desejamos sempre o melhor para o solo pátrio.
Não estou aqui para filosofar, nem para ser o dono da verdade, mas em busca de conciliação. Muita gente nos lê e se entender que nas nossas entrelinhas o que vale é o desejo de paz, pelo menos irão refletir. Não pedimos mais do que isso. Vamos manter nossas convicções, mas vamos deixá-las para defendê-las com a dignidade que sempre nos foi favorável. Transformar diferenças em vitórias. Lutar sempre, juntos, por um Brasil cada vez melhor. Só assim, entre mortos e feridos salvar-se-ão todos.
FOTONOTAS
RENAN FILHO – Cantado e decantado em verso e prosa como um governador de excelente qualidade, tanto que se elegeu com folga senador de Alagoas, Renan Filho agora é guindado a ministro dos Transportes do Governo Lula. Grande oportunidade em sua meteórica, porém bem fundamentada carreira. Conversava ainda há pouco com uns amigos e dizia que, se Juscelino Kubitschek, o grande estadista que fez Brasília em cinco anos tivesse sido eleito mais uma vez, seu projeto seria o de cruzar este país com ferrovias e hidrovias. E aí, leio com satisfação que o primeiro ato do novo ministro foi criar a Secretaria de Ferrovias. Que tenha o apoio de todos e fará a grande obra desta nova administração. Mas, por que não Ferrovias e Hidrovias?
MOZART AMARAL – Aí chega uma outra notícia de que o segundo homem do Ministério dos Transportes, ou quem sabe, titular da Secretaria criada seria o nosso querido amigo Mozart Amaral, o homem que, no governo de Renan Filho cuidou da estruturação da malha viária no estado de Alagoas. Se isto acontecer, será mais um tento a ser lavrado pelo novo ministro que, com olhos de lince sabe do que Mozart será capaz de fazer para ajudá-lo também a ser um ainda melhor ministro. Mozart é fiel, competentíssimo, amigo de seus amigos. Tive a honra de conhecê-lo de perto e tenho certeza de que a representatividade da competência alagoana estará assegurada pela dupla Renan Filho / Mozart Amaral.
PARE PRA PENSAR (do meu livro do mesmo nome)
A imaginação nos leva a lugares nunca dantes visitados. Aproveite o mais completo turismo da humanidade.
ALERTAS DO DIA
* Impressionante o que o povo do mundo inteiro demonstrou de amor por um ídolo esportivo como o fez com Pelé, verdadeiro rei. Deveríamos tirar grandes lições deste fato, imaginar que o Brasil não deveria ter fronteiras principalmente em segmentos como o esporte, música, ciência e tantos outros mais. Para isso é preciso que os governos despertem e entendam que verbas precisam ser priorizadas, que a assistência social precisa prevalecer, que a educação tem que ser a chave de tudo e para tudo. O Brasil é um país composto de gente absolutamente inteligente capaz de aprender tudo e ensinar muitas e muitas vezes. Portanto, governo que entra, alerta para isso e vamos em frente.
* O Tribunal de Contas de Alagoas viveu uma manhã sensacional quando houve a transmissão de cargo de presidente do Conselheiro Otávio Lessa para o Conselheiro Fernando Toledo. E por que foi sensacional? Porque não houve disputa. Houve consenso. Por que houve consenso? Porque havia harmonia. Tanta que todo o corpo diretivo daquela instituição foi eleito por absoluta unanimidade. Isto só leva a um futuro brilhante para um Tribunal que vem vivendo modificações profundas em seu “plano estratégico”, em suas ações fundamentadas e também em obras de pedra e cal que serão alicerce para grandes administrações.
* Quando falei aí na nota anterior de obras de pedra e cal é porque o Tribunal em três meses estará inaugurando um prédio anexo que vai abrigar a nova Escola de Contas, indispensável para a capacitação e qualificação dos gestores, principalmente os municipais. Uma Escola que, um dia, em seu projeto de extensão se tornará também uma faculdade reconhecida pelo MEC, de gestão pública. Alerta, portanto, para tanta coisa que vem surgindo que podem fazer a grande diferença para o futuro deste estado. Sem dúvida alguma. E outra obra em continuação será o Memorial do Tribunal que irá preservar a memória do que foi e criar a memória do futuro.
* O governo Paulo Dantas está começando a botar as unhas de fora, no bom sentido das coisas e criando objetivamente o planejamento para os próximos quatro anos. Primeiramente dando continuidade a tudo o que de bom vionha acontecendo na administração anterior e em segundo com seu secretariado de primeira linha, a também pensar na evolução das coisas da maneira como eles pensam. Com a tranquilidade de ter em continuação um George Santoro como Secretário da Fazenda, os projetos podem acontecer e sair do papel sem o risco de afundarem em falta de ajuste fiscal. Bom caminho, portanto, vem trilhando o novo, dinâmico e sertanejo governador de Alagoas.
POR AÍ AFORA
# Reis, presidentes, primeiros-ministros, estadistas de todo o mundo estiveram agora no Brasil para a solenidade de posse do eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Parecia haver uma necessidade de aproximação do Brasil com o resto mundo como se estivesse saindo de um jejum de quatro anos. Principalmente no que diz respeito aos países do Mercosul estávamos isolados nas decisões tão importantes para o continente. Os dirigentes pareciam ávidos do encontro com o nosso novo presidente, possivelmente na primeira tentativa de abrir fronteiras para o comércio, para o turismo, para tudo que esses países juntos podem oferecer ao resto mundo. Esperamos não ter decepções.
# Parece que saiu pela culatra o tiro que fez com que houvesse uma grande interrogação sobre quem passaria a faixa ao novo presidente Lula. Uma tradição que simboliza a democracia, a alternância justa de poder. No entanto, já que o ex-presidente se recusou a fazê- lo aconteceu um lampejo de criatividade nos organizadores que surpreenderam o mundo colocando minorias representativas do povo, juntas, unidas, subindo a rampa do Planalto com o presidente eleito e a faixa sendo colocada no seu peito por uma humilde cozinheira. Que fantástico golpe de “marketing”, de humildade, de respeito para com o povo! Sem nenhum tipo de conotação política, temos que tirar o chapéu.
# Um outro acontecimento que marcou o século 21 foi a renúncia do Papa Bento XVI em fevereiro de 2013, aos 85 anos, deixando o mundo moderno estupefato por nunca ter visto um Papa renunciar. Dez anos depois, o Papa veio a falecer e foi sepultado ontem no Vaticano sob as vistas do Papa Francisco que o substituiu. Um acontecimento inédito até porque quando um Papa morria havia uma enorme movimentação para a eleição do novo Papa que às vezes durava muitos dias. Até que a fumaça branca antológica saisse pela pequena chaminé do Vaticano anunciando a todo o mundo que “habemus papa”.
ATÉ A PRÓXIMA
Amanhã, sábado é dia de “BARTPAPO com Geraldo Câmara”. Na BAND, canal 38.1 aberto; NET CLARO, canais 18 e 518; BRISANETE, canal 14; VIVO, canal 519. Das 9 às 10h da manhã. Assista e inscreva-se também pelo Youtube no canal “Programas do Geraldo Câmara”. Fale conosco pelo [email protected] ou pelo Whats’App 82 99977-4399
Bartpapo com Geraldo Câmara
Sobre
Jornalista, apresentador do programa Bartpapo na Band Maceió e Diretor de Comunicação do Tribunal de Contas de Alagoas