Enio Lins
O ex-capitão quer blindar o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Bolsonarista?
Num momento em que a Justiça brasileira tenta colocar o País em ordem, atuando contra a bagunça bolsonarista que ainda insiste na pregação criminosa de golpe contra os poderes constituídos, alguns movimentos de fim-de-festa do Jair precisam ter atenção redobrada.
Uma dessas jogadas que exigem olho vivo é a anunciada exoneração do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, em portaria publicada a apenas 11 dias do fim do mandato do ex-capitão que queria ser ditador.
Esse cidadão, Vasques, no comando da PRF protagonizou cenas execráveis, como a tentativa de interferir no resultado do segundo turno, detendo ônibus que transportavam legalmente pessoas eleitoras em áreas presumidamente de voto oposicionista.
Não se tem notícia anterior de uso da PRF para ação semelhante desde que a Polícia Rodoviária Federal existe. O “capitão” tentou, via Vasques, reviver o “coronel” dos grotões cujas ações atrabiliárias se consideravam coisas de museu.
É um caso, entre muitos, da infiltração do milicianismo nas estruturas policiais contemporâneas; e não podemos esquecer que as milícias, via jagunços, foi o elemento-chave do poder do coronelismo durante séculos no Brasil.
Nesse cenário, onde o Poder Judiciário tem assumido – corajosamente – suas atribuições constitucionais, esse afastamento, por iniciativa do ex-capitão, de um de seus mais notórios homens de confiança, deve ser alvo de total atenção.
Não se trata de destacar um cidadão em si, como único ou principal meliante no governo, e certamente existirão acólitos do bolsonarismo com ações ainda mais danosas que a do ex-diretor-geral da PRF. Mas Vasques é emblemático.
Ser responsabilizado pelos atos cometidos é indispensável para qualquer agente público a qualquer tempo. E o Brasil ainda não superou esse tempo de atentados continuados contra a Lei e a Ordem – essa é a questão principal.
Os atentados cometidos contra a Lei e a Ordem, entre o começo de 2019 e o final de 2022, tiveram o “mito” como principal, ou único, fomentador. Pode-se ver hoje, nitidamente, que não foram ações isoladas, mas parte de um plano.
O plano do Bolsonarismo foi/é aparelhar e subverter as instituições em benefício próprio do ex-capítão, de sua familícia e das milícias em geral. Esse projeto criminoso foi derrotado no quesito reeleição presidencial, mas esperneia para seguir vivo e impune. Como um patógeno que quer se preservar-para voltar ainda mais mortal. A lei é a vacina e precisa ser aplicada com rigor, sem deixar escapar vírus nenhum.
NOTAS
# Promovido pela Prefeitura de Maceió, foi lançado ontem, no Mercado 31, o Festival de Gastronomia Popular Maceió dos Prazeres.
# Idealizado pela jornalista Nide Lins, o festival é organizado pela Secretaria Municipal de Turismo e pela Fundação Municipal de Ação Cultural.
# O festival gastronômico será realizado nos dias 20 e 21 de janeiro, das 17 às 22 horas, na Praça Dois Leões, em Jaraguá.
# Um site específico informará os detalhes, os cardápios, e recolherá os votos dos comensais sobre os melhores pratos.
HOJE NA HISTÓRIA
21 de dezembro de 2012 – O dia que o mundo não acabou! O esoterismo militante havia espalhado pelo planeta uma interpretação do Calendário Maia dando conta que o fim dos tempos seria naquela data.
A expectativa foi tanta que a NASA (agência espacial americana) teve que emitir um comunicado oficial, com divulgação mundial, explicando cientificamente que as interpretações das inscrições maias não tinham relação com nenhum fenômeno material, na terra ou no espaço, que corroborasse as fantasiosas hipóteses previstas.
Informa o site sitedecuriosidades.com: “O dia 21 chegou, as tempestades solares não vieram e a vida seguiu normalmente. No Brasil, a cidade de Alto Paraíso, em Goiás, recebeu milhares de pessoas místicas no dia do fim do mundo que não aconteceu. Assim, a única coisa que realmente se deu foi uma explosão de turismo e arrecadação das redes hoteleiras em cidades conhecidas pelo misticismo e o esoterismo”.
A BBC Brasil explicou, em sua edição digital do dia 17/12/2012: “As interpretações de que o fim do mundo ocorreria no dia 21 de dezembro de 2012 partiram de dois monumentos maias: a Estela 6 (uma espécie de totem), do antigo assentamento de Tortuguero (no Estado de Tabasco, no sul do México) e a Estela 1 de Cobá, em Quintana Roo. Além disso a próxima sexta-feira é o último dia do calendário criado pelos maias. Ou seja, não há registro do que viria depois disso”.
Mais em Saiba como surgiu a profecia do fim do mundo - BBC News Brasil
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.