Enio Lins
A OCRIM bolsonarista avança perigosamente nas forças policiais
É coisa séria a infiltração do bolsonarismo nas instituições como um todo. Uma magistrada se recusando a reconhecer Chico Buarque como autor de “Roda Viva”, comprova uma espécie de caricatura kafkiana que se espalha por atitudes e fundamentações, negando a realidade óbvia e ululante em benefício de causas perdidas bolsonaristas.
Como metástases agressivas que revertem células em seu contrário, o ideário bolsonarista se espalha, se enraíza e faz negro virar supremacista branco, juiz atacar a lei, polícia defender bandido, mulher ser machista, militar quebrar a hierarquia, índio se voltar contra a floresta, cristão defender a morte do próximo, médico ser contra as vacinas, gay ser homofóbico...
Os paradigmas de Jair B se multiplicam tal qual os “salves” do crime organizado, espalhando terror com ordens sendo rigorosamente cumpridas, sem quaisquer questionamentos. O meliante determina “tomem cloroquina!” e pulularam coisas como cartazes onde se dizia “não precisamos de vacinas, temos cloroquina”. O resultado, centenas de milhares de mortes a mais do que o previsível. Remorso? Nenhum.
A contaminação mais grave, ínsito e repito, é a que afeta as polícias e as forças armadas, sendo mais visível naquelas que nestas. Este é um grande problema, uma questão estratégica e que afeta não só o presente do País, ameaça o futuro do Brasil.
Até agora, apesar das manifestações públicas de alguns militares da ativa, as Forças Armadas têm se mantido discretas, apesar de umas notas patéticas confirmarem as pressões vindas de cima. O grande, e principal destaque, positivo, é a renúncia coletiva dos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, em 30 de março de 2021, solidários ao Ministro da Defesa, general Azevedo e Silva, demitido – no dia anterior – por se opor às ordens golpistas do “comandante-supremo”, o famigerado zero-zero.
Nas polícias é onde o perigo da infiltração da OCRIM bolsonarista é mais visível. Fatos como a tentativa da Polícia Rodoviária Federal de prejudicar o acesso de eleitores às urnas no segundo turno, são escandalosos. Assim como a total inação, quando não participação aberta, de policiais militares, nos bloqueios e badernas provocados pelos bolsonaristas. Não se trata tão-somente de “ações políticas de direita”, mas de crime organizado. Não é simples coincidência caminhões do tráfico sendo usados nos bloqueios de estradas. São as milícias assumindo o controle de parte das forças policiais.
NOTAS
# Informa Soraya, da Secom/AL, que o curta-metragem alagoano “Infantaria” está entre os filmes brasileiros que podem ir ao Oscar.
# Dirigido por Laís Araújo, teve como locação a Barra de São Miguel e financiamento da Lei Aldir Blanc, via Secretaria Estadual da Cultura.
# “Infantaria” conta a história de Joana e sua família, em preparação para a festa de aniversário, de 10 anos, da garota.
# O curta ganhou a Mostra Sururu de Cinema Alagoano, levando sete dos 10 prêmios em disputa, inclusive o de Melhor Filme.
HOJE NA HISTÓRIA
16 DE DEZEMBRO DE 1653 – Oliver Cromwell é indicado pelo parlamento como Lorde Protetor Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda, o que significa um presidente, liderando o único governo de tipo republicano já existido na história britânica. Em 1649, 36 anos antes da Revolução Francesa, o monarca absolutista da Inglaterra e Escócia, Carlos I, foi executado, sob um rosário de acusações. Ao invés do sucessor ser coroado em seguida, o Parlamento assumiu o poder e quatro anos depois um “presidente” é escolhido.
Oliver Cromwell, primeiro e único “presidente” britânico, teve uma gestão controversa e marcante. Morreu (de causas naturais, ou envenenado) em 1658, e em seguida os monarquistas recuperam o poder, com o herdeiro do rei executado voltando do exílio para assumir a cora como Carlos II, em 1660.
A partir de Cromwell, quem se senta no trono britânico reina, mas não governa. O governo fica por conta do parlamento que escolhe um dos seus integrantes para tomar conta dos negócios e administrar o reino.
A trajetória de Oliver Cromwell. Oliver Cromwell - Mundo Educação (uol.com.br)
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.