Enio Lins
Contra as trevas do bolsonarismo, um momento histórico iluminado
Voltando ao momento histórico de grande magnitude que foi a diplomação de Lula & Alckmin: a data foi mais valorizada ainda, mais destacada e ganhou relevância extra por conta dos atos terroristas praticados no mesmo dia pela OCRIM bolsonarista.
Lula e Alckmin, ao serem diplomados pelo Tribunal Superior Eleitoral, compuseram, juntamente com o TSE, uma imagem perfeita do que o mundo civilizado quer e luta: a consolidação do processo democrático.
É a imagem da vitória de um processo eleitoral transparente, irrestrito, extensivo a todos cidadãos e cidadãs de um imenso país e cujos votos são coletados e apurados pelo sistema eletrônico mais seguro e mais eficiente em todo mundo
Quinto maior país em extensão territorial, sexto no ranking de população e 13ª economia do planeta, o Brasil é um dos países referenciais para o resto do globo. O que aqui acontece reverbera, impacta com força.
O mundo civilizado temia a possibilidade da extrema-direita ser reeleita no Brasil. Até para a direita internacional seria um desastre permanecer na vitrine brasileira um Idi Amin Dada branco e autodenominado “cristão”.
Lula, em seu emocionante discurso, se firmou como estadista, como liderança política capaz de suportar as maiores vicissitudes de pé, sem arredar, respeitando a lei e seguindo as regras democráticas. Refez o caminho de Mandela.
Alexandre de Moraes, em sua incisiva fala, reafirmou a força e a autoridade do Poder Judiciário, poder capaz de resistir às gigantescas pressões e se manter íntegro enquanto Poder Constituído, independente e autônomo.
Dia 12 de dezembro de 2022, uma segunda-feira que entrou para a história. E em grande estilo, pela porta da frente. Pela porta dos fundos o crime organizado estrebuchava no mesmo dia e varava a noite espalhando seu fel de fera derrotada.
A partir de 1º de janeiro de 2023, uma nova e mais penosa tarefa histórica aguarda os diplomados no 12 de dezembro: reconstruir esse imenso país depois de quatro anos de destruição e pilhagens praticadas pela quadrilha bolsonazista.
Vencer a eleição como oposição, e receber o diploma sob ações terroristas do bolsonazismo, são coisas simples e serenas, comparadas ao trabalho de limpeza, reorganização e reconstrução que espera Lula e Alckmin como uma bomba de réveillon.
Enfim, estamos numa virada de ano que ficará para a história. Construir um quadriênio feliz depois de quatro desastrosos anos é a missão.
NOTAS
# Anunciada para o dia 20 a realização de uma recheada noite de autógrafos com lançamentos e relançamentos de livros alagoanos.
# Coordenado pelo incansável Sebastião, da Quilombada, a coletiva de autógrafos será no Anexo do Teatro Deodoro, dia 20, a partir das 19 horas.
# “Jangada Independência”, de Edberto Ticianeli, é um destaque entre os lançamentos. “Guia da gastronomia popular”, de Nide Lins, será relançado.
# “Início, meio, fim” de Leonardo Bittencourt, será lançado e “Dona Santa”, de Arnaldo Paiva Filho, figura entre os relançamentos.
HOJE NA HISTÓRIA
15 DE DEZEMBRO DE 1959 – A Sudene é criada pelo presidente Juscelino Kubitschek, atendendo a uma ideia do economista Celso Furtado. Um dos maiores intelectuais do Brasil, em todos os tempos, o paraibano Celso Furtado se dedicou ao estudo e à formulação de projetos de desenvolvimento com foco no social, no Brasil e em países do terceiro mundo. Celso Furtado foi o primeiro superintendente da Sudene.
Nos diz o site da Sudene: “Em 1961, como seu superintendente, encontra-se em Washington com o presidente John Kennedy, cujo governo decide apoiar um programa de cooperação com o órgão, e, semanas depois, com o ministro Ernesto Che Guevara, chefe da delegação cubana à conferência de Punta del Este, para discutir o programa da Aliança para o Progresso”.
Ideia revolucionária, a Sudene inspirou posteriormente a Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), em 1966, e a Suvale (Superintendência de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), em 1967, ambas criadas durante a ditadura militar. O regime ditatorial além de copiar as ideias de Furtado, lhe furtou os direitos políticos, cassando-o logo de chegada, no Ato Institucional nº 1, de 9 de abril de 1964.
Mais informações no site Sudene — Português (Brasil) (www.gov.br)
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.