Bartpapo com Geraldo Câmara
A HORA E A VEZ DO PÉ NO CHÃO
Estou falando nesse momento de pós-eleição, de pós-tensão nem me dirigindo a candidato nem a presidente que entra ou que sai. Não. Estou falando comigo mesmo, com o espelho que cada um podemos ter diante de nós; estou falando de nosso comportamento social, uma vez que eleições terminadas e definidas, precisamos tocar a vida pra frente e pedir sempre a Deus que ilumine governantes, sejam quais forem, para que o povo brasileiro siga em frente e de cabeça erguida.
Somos um só país, rico, repleto de oportunidades, sempre de braços abertos para os que querem crescer, produzir e aumentar ainda mais essa riqueza. Somos um só país que jamais aceitou guerras e que, portanto, não está pronto e nem quer guerras internas. Na verdade, a paz que desejamos está dentro de nós; está na maneira como encaramos o próximo e no modo como convivemos em nosso dia a dia com as igualdades e com as diferenças.
O verdadeiro sentido da palavra família precisa receber mais a chama do amor, o afastamento do ódio e o respeito às diferenças. A vida só é boa porque não somos iguais. E é exatamente nessas desigualdades que construímos a vida, desde que haja respeito para com as ideias que podem e devem receber divergências e que gerem discussões, troca de impressões, mas nunca as armas, sejam reais ou simplesmente de palavras. Porque as armas da palavra são terríveis. Ficam no âmbito da alma humana. Ferem e nem sempre secam. É preciso muita altivez, muito espirito de compreensão para passar por cima de palavras agressivas e inúteis. Quando se diz que foi da “boca pra fora” é preciso medir essa extensão para que não atinja em demasiado a quem recebe.
Precisaremos reconstruir esse Brasil e não estou falando em obras de pedra e cal e muito menos em obras sociais de longo alcance. Estou falando na reconstrução íntima do povo, na maneira de encarar fatos políticos, por exemplo, De encarar disputas, sejam quais forem até mesmo as esportivas. Estou falando da necessidade que temos de escutar, de escutar e de falar sabendo o que falamos. Não é mais possível se tentar tapar a boca de qualquer oponente e de qualquer porte sem que se dê a ele a oportunidade civilizada de se expressar. É preciso colocar pesos e medidas em balanças da vida porque só assim com o equilíbrio que nos cabe enquanto seres humanos iremos conseguir atingir o progresso deste país.
A inteligência de Voltaire deixou o ensinamento do “Posso não concordar com uma palavra do que dizes mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-la”. É a aceitação desse desejo, de entender que ele começa quando o nosso termina que cria a verdade, a lucidez e a paz. O que nos falta nesse momento é o diálogo. Ah, se pudéssemos agora, passado esse período selar a paz com a voz da razão! A razão que nos diz que precisamos continuar a viver; que precisamos olhar para o nosso vizinho e não necessitarmos saber a que partido ele pertence ou em quem votou. Como será bom voltarmos a discutir ideias producentes para o nosso país e como será bom cuidarmos da educação de nossos filhos e netos e dar-lhes também a oportunidade de serem donos de suas próprias verdades, conquistando-as e discutindo-as civilizadamente.
O título deste artigo é um apelo. “A hora e a vez do pé no chão”. É o que precisamos. Em todos os sentidos e em todos os graus de civilidade. A reconstrução dentro de nós mesmos é o que vai ensejar a continuidade bonita de um verde e amarelo de todos nós. Sem diferenças de credo ou de cor. Com muita discussão e com muita polêmica, mas visando exclusivamente a união nacional.
FOTONOTAS
PAULO DANTAS - “Habemus governador”. Não conheço ainda o Paulo Dantas, mas vou conhecer. Vou levá-lo a uma entrevista e tentar tirar dele todo o fruto que ele espera colher depois dessa vitória em que enfrentou inimigos, perseguições e outras coisas mais, porém respaldado por um governo que o indicou com absoluta e total credibilidade entre a população alagoana. Já soube que por trás do homem educado e até dócil está uma fera no trabalho, sempre com as unhas expostas para conseguir os seus objetivos e torcemos para que isto aconteça. Sua melhor colocação durante sua campanha eleitoral foi sem dúvida, dar a certeza ao povo alagoano de que nada pararia no estado e de que ele seguiria com todas as realizações, além, evidente, de colocar suas próprias iniciativas. Governador, a estrada é sua. Vá em frente!
MARCELO BELTRÃO – Este é um político de mancheia e que sabe se conduzir na política sem perder a fleugma. Não conheço, pelo menos nunca vi o Marcelo irritado, nervoso ou desatencioso com as pessoas. Talvez por isto seus projetos como prefeito de Coruripe estejam dando tão certo. Um deles, na área da educação conseguindo que uma das escolas tenha atingido o segundo lugar nacional nos índices do IDEB. Tivemos oportunidade de conhecer um dos projetos e ficamos realmente entusiasmados com a precisão de como as coisas acontecem naquela escola. Educação de primeira linha preparando as crianças para um futuro promissor. Vou voltar para conhecer o projeto saúde do município que se trata de outro grande desempenho de Marcelo. O que prova, que querer é fazer.
PARE PRA PENSAR (do meu livro do mesmo nome)
A consciência limpa sempre será o resultado de uma vida sem máculas.
ALERTAS DO DIA
* O alerta agora será produtivo. Vamos tentar fazer com que o exercício da democracia vá além da atuação dos políticos deixando que nós, enquanto sociedade possamos também nos manifestar em relação ao que está, ao que pode ser feito para melhoria dos níveis de vida. Vamos usar as redes sociais, não para difundir ideias criminosas e negativas, mas para ajudar com ideias e propostas que ajudem o progresso e a dinâmica política de nossa região. Afinal, o poder emana do povo como diz a própria constituição. Então, vamos participar. Levar nossas ideias para discussões legislativas através de nossos representantes e absolutamente dentro dos preceitos da constituição.
* A melhor maneira de exercício pleno da democracia é, sem dúvida alguma o sistema eleitoral onde o brasileiro surge como um dos mais importantes e perfeitos do mundo. No entanto, ainda existem resquícios de insatisfação entre os que perdem que teimam em colocar culpa nas urnas eletrônicas ou em “forças ocultas”. Com isso sai prejudicado o povo brasileiro em todos os sentidos ao mesmo tempo em que a imagem externa do Brasil também é atingida. O alerta é para que vencidos e vencedores se deem as mãos. Não é possível permitir que entremos em períodos de convulsão quando, na verdade, temos que lutar sempre pela democracia plena.
* Vide, ainda em relação ao tópico anterior o que aconteceu no dia seguinte à eleição e não sei se já parou totalmente com a paralisação das estradas. Um enorme prejuízo para todos, sobretudo no que diz respeito à distribuição de alimentos e remédios. Não pode haver confusão entre política e cerceamento de ir e vir das pessoas. Por outro lado, como não criticar um presidente que perde a eleição, não admite ou demora a admitir provocando com isso atitudes realmente radicais que só acirram disputas, até físicas, entre brasileiros. O dever democrático começa com eleições dignas e bem postas e termina com a união de todos os brasileiros. O resto é baderna.
* O alerta a partir de agora é outro. Um novo governo se instala com um Congresso também extremamente dividido, mas que terá que fazer força para ser neutro na votação de leis que beneficiem a sociedade como um todo. Claro que as discussões terão que acontecer e fazem parte do estado democrático de direito. Claro que as dissenções e os contraditórios também estarão presentes neste Congresso. Mas, importante, é que não se permita prejuízo para o povo deste país por pura devoção a este ou aquele ou por simples poder de contradição. O novo Congresso Nacional com um enorme percentual de renovação será, sem dúvida, o baluarte para um bom Executivo.
POR AÍ AFORA
# Os brasileiros que moram no exterior e até mesmo os de passagem tiveram a oportunidade de colocar seu voto para presidente da república e exclusivamente para presidente em vários países. No Japão, por exemplo, a votação começou 12 horas antes da do Brasil e terminou também com essa diferença e foi o primeiro a mostrar os resultados finais. Além dele, diversos países facilitaram a vida de brasileiros que não queriam deixar de depositar seu voto. Isso é uma demonstração inequívoca da lisura e da eficiência de nosso sistema eleitoral, dando banho aqui e alhures.
# Transcrito literalmente do Diário de Notícias de Portugal: “Lula da Silva terá uma tarefa hercúlea nos próximos quatro anos. São, pelo menos, 12 trabalhos, como os do herói grego. Reunir um país dividido, gerir a rejeição, reformular o Orçamento, lidar com um rombo nas contas, escolher um ministro da Economia consensual, negociar com um Congresso à direita, saciar os parlamentares clientelistas, acomodar todos os novos aliados no Executivo, enfrentar a militarização do Planalto, mudar radicalmente a política em áreas como ambiente, educação, cultura ou direitos humanos e retomar as relações internacionais. E mais uma, imediata: assegurar transição suave entre governos”.
# "Descobrimos nas áreas desocupadas 34 locais onde os russos detiveram ilegalmente e torturaram cidadãos", publicou o serviço de imprensa da Polícia Nacional Ucraniana na sua conta na rede social Telegram. Na região de Kharkov foram descobertas 24, em Kherson foram três, outras tantas na região de Kiev, mais duas em Sumi e a restante em Donetsk, pormenorizou a polícia ucraniana. Na publicação, a polícia acrescenta que, até segunda-feira, instaurou 40.742 processos criminais por crimes cometidos pelos militares russos e respectivos cúmplices no território da Ucrânia.
ATÉ A PRÓXIMA
Amanhã, sábado é dia de “BARTPAPO com Geraldo Câmara”. Na BAND, canal 38.1 aberto; NET CLARO, canais 18 e 518; BRISANETE, canal 14; VIVO, canal 519. Das 9 às 10h da manhã. Assista e inscreva-se também pelo Youtube no canal “Programas do Geraldo Câmara”. Fale conosco pelo [email protected] ou pelo Whats’App 82 99977-4399
Bartpapo com Geraldo Câmara
Sobre
Jornalista, apresentador do programa Bartpapo na Band Maceió e Diretor de Comunicação do Tribunal de Contas de Alagoas