Enio Lins
O MIMIMI AGORA É COM AS PESQUISAS
A raivinha dos bolsominions era dirigida às urnas eletrônicas e o malandro da faixa verde-amarela achou até melhor jair chamando o Exército para dar uma dura no voto digital. Mas depois que o resultado depositou na conta do mito uns votos a mais do que ele esperava e elegeu uma ruma de cumplices dele, o alvo do mal passou a ser a pesquisa de opinião.
Essa turma faz ouvidos moucos para o fato de que as pesquisas indicam tendências, mas só as unas traduzem a vontade do eleitorado. Mudanças de última hora não são detectadas com antecedência, óbvio. Surpresas aconteceram, sim, em várias projeções das disputas estaduais, especialmente no Sudeste e Sul, mas nada do outro mundo. Porém, na briga pela presidência da República, as pesquisas foram corretas: Lula em primeiro lugar, perto dos 50%; Jair em segundo lugar, perto dos 40%; distantes, Ciro e Simone; bem mais distantes, as demais candidaturas. E as urnas corresponderam a essa tendência.
O mito teve cerca de 4 pontos acima do previsto, considerando a média dos resultados. Copio aqui os números postados por Adrualdo Catão em relação ao agregador PollsterGraph em seu ajuntamento ponderado dos resultados de todas as pesquisas às vésperas do primeiro turno: Lula = 47,8%; Jair = 39,7%; Ciro = 6%; Tebet = 5,1% (resumido nos quatro principais nomes). E o que as urnas disseram? Lula = 48,43%; Jair = 43,20%; Tebet = 4,16%; Ciro = 3,04%. Ciro perdeu três pontos e Simone perdeu 1. Jair ganhou 3,5 e Lula 0,6. Batata. E o discurso antipetista radical mantido por Ciro deu a indicação óbvia de para quem seus votos migrariam na boca da urna. Elementar, caro Watson.
Que as pesquisas, como instrumento de estudo científico, precisam ser aperfeiçoadas, sim, sempre vão precisar. A crítica fundamentada faz parte dessa construção, mas a peçonha do Jair tem mesmo é interesse de desviar a atenção, em mais uma manobra dispersiva do tipo que o ex-capitão se especializou. Chamar a atenção do público para um ponto e cometer alguma irregularidade noutro, como o punguista que aponta para um lado da rua e berra “vejam ali!!!”, “que absurdo, meus Deus!!!” e, enquanto as vítimas tentam distinguir no nada o que o malandro está indicando, ele afana a carteira, o celular, o relógio...
Nesses dias, a mutreta da qual Jair Messias está procurando desviar a atenção é a antecipação dos repasses do Auxílio Brasil e Auxílio Gás, ululante manobra (crime?) eleitoral para tentar comprar votos nas camadas mais empobrecidas da população.
NOTAS
# O fato mais importante no imediato pós-primeiro turno é a declaração do senador Tasso Jereissati em apoio a Lula.
# Jereissati, em toda sua carreira política, foi adversário do PT, competindo tanto no Ceará quanto no Congresso Nacional contra os petistas.
# A colocação de Simone Tebet de que quer contato direto com Lula faz todo sentido. E se Lula não a procurou pessoalmente ainda, errou.
# E Ciro? Ainda é tempo de entender que no bolsonarismo ele não tem nenhum futuro, muito menos presente.
HOJE NA HISTÓRIA
5 DE OUTUBRO DE 1582 – Não existiu essa data, pois o dia seguinte a 4 de outubro de 1582 foi 15 de outubro de 1582, sumindo 11 dias como num passe de mágica! Era uma sexta-feira e marcava o início de um novo calendário conforme determinado pelo Papa Gregório XIII. Imaginem a confusão! Portugal o adotou imediatamente e o replicou nas suas colônias, assim como a Espanha. Muitos países, entretanto, resistiram, como a Grã-Bretanha, que só aderiu em 1752. Por ironia, duas gigantescas nações só vieram a seguir a determinação do Santo Padre apenas quando os comunistas tomaram o poder: Rússia, em 1918, e China, em 1949. A mudança na contagem dos dias atualizava imprecisões do antigo Calendário Juliano instituído por Júlio César no ano 46 a.C. Em resumo, depois de 1.628 anos de uso, as novas descobertas astronômicas indicavam a necessidade de uma correção em torno de 11 dias, e assim foi feito de uma noite para um dia.
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.