Enio Lins

A CHANCE DO BRASIL E O ESTOURO DA BOIADA

Enio Lins 01 de outubro de 2022

Chegamos ao dia do voto, e daqui veremos para onde o Brasil irá depois de 45 meses de uma presidência da República canalha, covarde e miliciana que acumulou tantos danos morais, econômicos, estruturais e políticos que não se pode saber, de pronto, quanto tempo nosso país precisará para se recuperar.

O primeiro passo para a recuperação
brasileira é a derrota do vadio que, por conta de uma facada, ocupa a presidência da República. Na conta dos prejuízos nacionais devem ser estimados rombos adicionais para o período entre o resultado e a posse do eleito. Independentemente da questão ser resolvida no dia 2 ou no dia 30, o miliciano vai procurar usufruir ao máximo das mamatas e dos esquemas que o restante do mandato pode lhe proporcionar, e a familícia bozonazi acelerará nas falcatruas, apostando no sigilo de 100 anos.

Resolver a presidência da República
no primeiro turno é a questão hoje mais importante para o futuro da Nação. Não será fácil, pois o aliciamento eleitoral neste ano está turbinado pelo famigerado Orçamento Secreto de total estimado em R$ 16,5 bilhões, num potencial de corrupção como nunca dantes na história deste País. E no item corrupção é-se necessário reconhecer a competência e ousadia do atual ocupante do Planalto: Jair enriqueceu e enricou seus familiares, ao longo de quase quatro décadas como político profissional sem nunca ter sido incomodado pela Justiça, acumulando – só em imóveis – 107 aquisições, e dessas, 51 em dinheiro vivo, cédula sobre cédula.

O patriotismo e a honestidade
, nestas eleições de 2022, aparecem em várias candidaturas presidenciais como Simone Tebet, Ciro Gomes, Leonardo Péricles, Lula, Soraya Thoronicke, Sofia Mazano, Vera Lúcia. Mas as noções de pátria e ética estão desaparecidas totalmente em candidatos como o miliciano Jair e o padre de quadrilha junina. O falso messias e o falso padre formaram um casal homodelinquente perfeito, amando-se com entusiasmo nos derradeiros debates pela TV. Mas o mais bizarro é que essa dupla entusiasmou o rebanho bozonazi, que foi à loucura dentro da própria bolha, e irá às ruas nas derradeiras horas antes do voto – num estouro da boiada como nos velhos filmes de faroeste – para tentar garantir a permanência de seu bandido de estimação no Planalto.

Vivemos um momento
de grande risco para o Brasil: Jair é o nome desse risco, milícia é o sobrenome. O conceito miliciano, desgraçadamente, infiltrou-se na caserna e tem vencido a resistência até de militares que votaram no atual presidente, como o general Santos Cruz, exonerado, em 14 de junho de 2019, do posto de Ministro-chefe da Secretaria de Governo por discordar das práticas escusas do ex-capitão no exercício da presidência da República. Discordâncias das políticas golpistas também levaram à demissão do general Fernando Azevedo do Ministério de Defesa em 29 de março de 2021, no que foi acompanhado num protesto em solidariedade, pelos comandantes das três armas – General Edson Pujol, do Exército, Almirante Barbosa Júnior, da Marinha, e Tenente-Brigadeiro Antônio Bermudez, da Aeronáutica, que renunciaram a seus cargos no dia seguinte, 30. Essa crise militar de março de 2021 foi a maior já registrada desde o golpe de 1964, mas parece não ter vencido ainda o problema da infiltração do ideário miliciano nas Forças Armadas.


O miliciano-presidente
resiste com desespero e destempero. Seu atual ministro da Defesa ataca o sistema do voto eletrônico, seguindo as ordens da familícia e afrontando à Justiça Eleitoral, expondo nessa bazófia as Forças Armadas. Jair agita, em fúria, a bandeira do golpe miliciano (convocando os militares para essa missão) e alterna o discurso entre a insistente reafirmação que não aceitará o resultado caso perca, e raras afirmações que se retirará “da vida política caso seja derrotado”. Nunca um golpe foi tão cantado.

O voto-coragem
, nestas eleições de 2022, como nunca, é dramático e definirá se o Brasil reconquistará a via Democrática, ou desabará ladeira abaixo na quebrada miliciana.