Enio Lins

O CAPITÃO DA DESAGREGAÇÃO FAMILIAR

Enio Lins 27 de setembro de 2022

A cinco dias da eleição, retorno à pauta local. O que está em jogo é a continuidade dos rumos, excepcionais, trilhados pelo Estado desde 2015 até agora. Evidentemente que Alagoas não pulou para o primeiro mundo sem escalas, nem se transformou num cantão suíço em menos de oito anos. Mas, indubitavelmente, aconteceram transformações positivas sem precedentes por essas bandas, o que leva os conservadores ao desespero.


O candidato para manter
Alagoas neste rumo progressista é, sem dúvida, Paulo Dantas, apresentado por Renan Filho como continuador de sua obra. Dantas, entretanto, tem um adversário poderoso, menos nos outros três principais nomes nessa disputa, mas principalmente no amálgama de forças retrógradas que têm no “mito” seu guia para a vida. E toda ação guiada pelo bolsonarismo é necessariamente golpista, desagregadora.


A desagregação familiar
é marca de Jair Messias. Nas eleições do ano 2000, ele promoveu um matricídio eleitoral. Rogéria Nantes, mãe de Flávio, Carlos e Eduardo, foi eleita vereadora em 1992 (no lugar do então marido, que 1990 virou deputado federal), reeleita em 1996, ia para a terceira eleição. Mas, como ela havia se separado do ex-capitão, ele decidiu destruir a carreira política dela e exigiu que um dos filhos se lançasse candidato para tomar a base eleitoral materna. O mais velho, Flávio, se negou a fazer isso (gesto digno), mas o filho do meio, Carlos, aceitou. Como tinha apenas 17 anos, “Carlucho” foi emancipado pelo pai e cumpriu a missão. Com 16.053 votos, derrotou a mãe, que teve apenas 5.109 sufrágios e nunca mais conseguiu ser eleita (em 2020 foi novamente atropelada pela mesquinhez familiar).


Ana Cristina Valle
, segunda esposa de Jair e mãe do Jairzinho, também foi alvo da sanha desagregadora-familiar do ex-capitão, quando do fim do casamento em 2007. Embora tenha respondido de forma dura, acusando-o de roubo e ameaças de morte, recuou e saiu do País. Tendo feito um acordo com o ex-marido, retornou ao Brasil e tentou ser candidata, sem sucesso, em 2018. Tenta a sorte de novo neste ano, mas está envolvida nas mágicas operações imobiliárias da familícia e trava uma batalha pouco discreta com a atual conje do mito, dona Micheque, envolvendo o jovem zero-quatro na briga.


A turma do Jair Messias
, nos dias em curso, está tentando um filicídio eleitoral em Alagoas. Desagregou e chocou, mas agora ganhar com isso é outra história.



NOTAS


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O arqueólogo Marcos Albuquerque, que localizou e recuperou o Fortim Bass em Porto Calvo, estuda agora a localização original do Forte Maurício.

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Batizado em homenagem a Maurício de Nassau, o forte foi erguido no alto da Rocheira, em Penedo, e seria a principal fortificação do período holandês.]

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Jair Messias decretou sigilo sobre a lista de nomes de pessoas que visitaram a primeira-dama no Palácio do Alvorada...

# Dólar sobe mais uma vez e alcança R$ 5,40. Em janeiro de 2019 estava a R$ 3,75.

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Em evento na Bahia, o ministro Paulo Guedes, aquele para quem a economia está ótima, linda e maravilhosa, disse que “todo mundo está com dinheiro para viver”...

# Guedes não mesmo é nada econômico em fake news, virou perdulário nesse segmento.



HOJE NA HISTÓRIA


27 de setembro de 1822 – O pesquisador francês Jean-François Champollion (1790/1832) comunica ao mundo que, via uma cópia dos escritos na Pedra de Roseta, os hieróglifos egípcios estão, finalmente, decifrados. A famosa e até então indecifrável Pedra de Roseta havia sido descoberta no Egito pelas tropas de Napoleão em 1799 e, depois de sua derrota para os ingleses foi levada para Londres, em 1802, onde está até hoje muito bem guardada pelo Museu Britânico. A famosa estela granítica preserva um comunicado oficial do faraó Ptolemeu V Epifânio, talhado no ano 196 a.C., em hieróglifo com tradução simultânea em duas outras línguas, o egípcio demótico e o grego antigo.