Enio Lins

BICENTENÁRIO BROCHADO

Enio Lins 14 de setembro de 2022

Em 1922, o Centenário da Independência do Brasil entrou para a História. O presidente da República era Epitácio Pessoa, político de formação intelectual notável, paraibano filiado ao Partido Republicano Mineiro. A Exposição Internacional do Centenário da Independência foi o ponto alto da programação e se estendeu de 7 de setembro daquele ano até 23 de março de 1923. Um século depois ainda é a maior exposição deste tipo realizada em nosso País e a única no mundo organizada para celebrar a independência de uma Nação. E mais: 1922 foi ano de eleição presidencial, mas isso não interferiu na extraordinária agenda.

Há 100 anos, a Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil recebeu 14 países, com 6.013 expositores, incluídos aí todos os estados brasileiros, e foi visitada por mais de 3 milhões de pessoas. Um detalhe que não é pequeno: Os Estados Unidos construíram um verdadeiro palácio para seu estande principal, investindo na obra um milhão de dólares (valor astronômico na época), além de gastar mais US$ 700 mil noutro palacete para abrigar as delegações ianques, pois 29 estados americanos se fizeram presentes.

Em 1927, o Sesquicentenário da Independência do Brasil foi comemorado com algum estilo, menor que o realizado 50 anos antes, mas ainda assim de forma ampla. Presidia o País Emílio Garrastazu Médici, o mais sanguinário dos generais-presidentes. Mas como Médici era um militar e não um miliciano, a agenda pelos 150 anos da independência procurou estimular o patriotismo e inserir as comemorações à noção do “Brasil potência”.

Há 50 anos, medalhas foram cunhadas e a efeméride teve direito à logomarca oficial. Os restos mortais de Pedro I foram trazidos, e seu ataúde levado a cada capital. Em Maceió, o caixão imperial foi exposto em catafalco montado na Praça dos Martírios e estudantes de todas as escolas ali conduzidos para prestar reverência. A comemoração da data foi planejada por uma comissão nacional nomeada um ano antes e integrada por ministros do governo militar e por representantes da sociedade civil, incluindo entidades como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e a Associação Brasileira de Imprensa.

Em 2022, o Bicentenário da Independência se resumiu a um comício onde o miliciano candidato à reeleição puxou um coro para sua própria bilunga: “Imbrochável, imbrochável, imbrochável”.

NOTAS


#
Tem crescido a presença no Brasil de influenciadores/influenciadoras digitais à esquerda nas plataformas Tic Tok, Twitch e YouTube.
#
Um ótimo sinal num universo poluído por estrelas da direita e suas tradicionais fake News. Mais informações em #NexoExpresso.
#
Está de parabéns o TSE, ao esclarecer que qualquer entidade ou pessoa física e/ou jurídica brasileira pode fazer a auditoria do voto eletrônico.
#
Totalmente sem sentido a intenção dos militares bolsonaristas de “auditar” em separado a votação presidencial como se fossem tribunal eleitoral paralelo.

HOJE NA HISTÓRIA

14 de setembro de 1901 – Morre William McKinley, presidente dos Estados Unidos, depois de ser baleado em atentado quatro dias antes, quando visitava a Exposição Panamericana na cidade de Buffalo. McKinley foi o terceiro presidente americano assassinado num período de 40 anos, antecedido nessa sina por Abraham Lincoln, em 1865, e James Garfield, em 1881. Depois de sua morte, o serviço secreto americano passou a se responsabilizar pela segurança pessoal dos titulares da Casa Branca. McKinley era do Partido Republicano e teve uma carreira polêmica, também defendendo direitos trabalhistas e altos tributos sobre as atividades econômicas. Comandou o país na guerra Hispano-Americana, tomando a ilha de Cuba aos espanhóis e anexou o Haiti, até então uma república independente. É considerado o iniciador do período imperialista norte-americano.