Enio Lins
12 de setembro na história
HOJE NA HISTÓRIA
12 de setembro de 1484 – Morre o Papa Sisto IV, batizado como Francesco Della Rovere, construtor da Capela Sistina e difusor do dogma da Imaculada Conceição, designando o dia 8 de dezembro como a data para as comemorações, culto especialmente forte em Portugal, ali tornada padroeira nacional e onde é situado o principal tempo dessa devoção, em Vila Viçosa. Os lusitanos trouxeram essa credulidade para o Brasil [aqui os cultos afro aproveitaram a data para poder fazer suas oferendas com alguma paz, e em Maceió é o único dia no qual suas manifestações saem dos terreiros e ganham às ruas, no caso, as praias, com as celebrações para Iemanjá]. Sisto IV fundou o Arquivo do Vaticano, investiu na arte e nas pesquisas arqueológicas. Como pontos negativos de seu pontificado, destacam-se o nepotismo (espalhou parentes em postos importantes em toda Itália e no Colégio de Cardeais), a autorização para o funcionamento da infame Inquisição Espanhola, e a reafirmação – via a bula Aeterni Regi – do comércio de escravos africanos como legítimo e direito dos portugueses.
12 de setembro de 1957 - Morre José Lins do Rego – O escritor paraibano, consagrado por obras como “Menino de Engenho”, é um dos maiores autores brasileiros. Viveu em Maceió de 1926 a 1935 e na capital alagoana escreveu vários de seus romances, inclusive “Riacho Doce”, inspirado pela tentativa pioneira de se encontrar petróleo no Brasil e pela presença de estrangeiros na cidade. Juntamente com Graciliano Ramos, Jorge de Lima, Aurélio Buarque de Holanda, Moacyr Pereira, Rachel de Queiroz (cearense) e Thomaz Santa Rosa (paraibano) que residiam também em Maceió, formaram uma espécie de clube literário cujas reuniões se davam principalmente no Café Ponto Central (Café do Cupertino), estabelecimento situado na bifurcação entre a Rua do Comércio com a Rua do Livramento. Em 1935, muda-se para o Rio de Janeiro, onde lança alguns de seus principais romances. Em 1955, é eleito para a Academia Brasileira de Letras.
Suas obras mais importantes são: Menino de Engenho; Banguê; Moleque Ricardo; Usina; Pureza; Fogo Morto; 1943; Pedra Bonita; Cangaceiros; Riacho doce; Água mãe; Eurídice; Meus verdes anos (memórias); Histórias da velha Totônia (livro infantil); Gordos e magros; Poesia e vida; Homens, seres e coisas; A casa e o homem; Presença do Nordeste na literatura brasileira; O vulcão e a fonte (1958, póstuma). Em colaboração com Gracilano Ramos, Raquel de Queiroz, Jorge Amado e Aníbal Machado, publicou “Brandão entre o mar e o amor”.
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.