Enio Lins

O MITOLÓGICO E AUDITÁVEL VOTO-BICO-DE-PENA

Enio Lins 31 de agosto de 2022

Outra medida do TSE a ser aplaudida: A reafirmação do veto ao uso do celular na hora do voto. A lei 9.504/1997, em seu artigo 91, proíbe terminantemente levar “celular, máquina fotográfica e filmadora para a cabine de votação”, mas tem gente que teima em desobedecer. Um dos filhotes do mito, conhecido como “Bananinha”, há quatro anos, divulgou um vídeo estimulando o gado a filmar a urna em funcionamento caso “desconfiasse” de algo.

“Auditar” é a questão
. Esse é um velho desafio para o comprador de voto. Como saber se o produto foi entregue? O eleitor teria escapulido do cabresto? Essa dificuldade quebrou a cabeça do coronelismo desde que o voto-bico-de-pena foi extinto, há exatos 92 anos, quando a Revolução de 30 instituiu o sufrágio secreto, abolindo o vergonhoso ato de votar à descoberto, sob “auditoria em tempo real”, como era praticado desde os tempos do Império.

Levar o celular para a cabine
 é sonho dos auditores mitológicos. Basta cada rês filmar seu votar passo a passo, até o bilimbilim finalizador, daí é só mandar o vídeo para o capataz. Simples assim. Ainda circula nas redes um badalado vídeo, feito na eleição presidencial de 2018, onde o eleitor “encarca” o número 17 com a ponta de uma pistola semiautomática. A Revista Fórum publicou que esse voto teria sido disparado na Escola Estadual Maurício Brum, em São João do Meriti, Rio de Janeiro. Não se sabe o resultado de investigação sobre, nem mesmo se existiu inquérito.

O mentecapto que ocupa
a presidência da República, em entrevista à Rádio Guaíba (Porto Alegre/RS) no dia 2 de agosto deste ano, disse que “uma das propostas das Forças Armadas ao TSE” seria “filmar a votação dos eleitores”, em urnas escolhidas aleatoriamente, para “quem se voluntariasse”, para que “ao final da votação” essa gravação ser conferida com os dados da urna oficial. Essa ideia de jerico, ilegal, é um coice no voto secreto e seria o retorno do voto bico-de-pena, agora em versão filmada.

No tempo da cédula
de papel a fiscalização tinha de suar a camisa, se virar nos trinta para assegurar o sigilo do voto, pois os donos dos currais eleitorais inventavam a toda eleição uma mutreta nova para auditar seus eleitores, como o uso de papel carbono ou a devolução de uma cédula “zerada” para iniciar a "corrente”. O uso do celular na cabine resolveria esse dilema secular dos raptores de votos, que querem até hoje controlar e coagir o eleitorado.

NOTAS


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O amigo e jornalista Esdras Mazoni sugere que TIC TAC divulgue regularmente a data da emancipação política de cada município. Ideia aceita imediatamente, e o criador/editor da Revista Municipal já mandou a relação para setembro.

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O município de Messias (Região Metropolitana de Maceió) será o primeiro a comemorar aniversário neste mês, no dia 6, uma terça-feira. Aguardamos a divulgação das festividades para replicar aqui a agenda organizada pelo prefeito Marcos da Silva.

# Amanhã, quinta-feira, 1º de setembro, Cícero Filho, candidato a deputado estadual pelo PCdoB, realizará um encontro com colegas do Poder Judiciário. Cícero é servidor concursado e líder da categoria. Os candidatos majoritários da chapa 15 deverão estar presentes.

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Amanhã será a abertura da XI Flimar – Festa Literária de Marechal Deodoro, com o Baile Municipal à Fantasia. O tradicional evento, que não acontecia há três anos por conta da pandemia, começará às 19 horas desta quinta-feira.

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Realizado em rua aberta, o Baile Municipal à Fantasia será animado, em sequência, pela Orquestra de Frevo WK, pelo Grupo Sabaki, e por Bruninho & banda. “É uma satisfação trazer de volta a maior e mais tradicional festa literária de Alagoas”, afirma o prefeito Cacau.

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As lideranças feministas que apoiam Paulo Dantas estão cismadas com a movimentação extra de gente que nunca mais tinha aparecido na área e desconfiam de campanha antecipada para a Secretaria da Mulher...


HOJE NA HISTÓRIA

31 DE AGOSTO – Nascem nesse dia, com 149 anos de diferença, dois imperadores romanos de péssima fama. Calígula no ano 12, Cômodo no ano 161. Fazendo uma exceção aqui – pois a data de morte é a principal referência para registro, pois a pessoa, ao bater a biela, tem uma história para ser contada – assinalamos esses nascimentos, pois é muito azar para um dia só registrar os partos de duas lástimas dessas. Calígula dispensa apresentações e Cômodo inspirou o vilão homônimo no filme “O Gladiador”. Dois mitos da peste.