Enio Lins
NO VOTAR, O PRIMEIRO MUNDO É AQUI
O Tribunal Regional Eleitoral informa que Alagoas registra um aumento de mais de 12% na quantidade de mesários e mesárias para o pleito de 2022. Em números exatos, a quantidade de pessoas registradas para auxiliar o processo eleitoral subiu 12,93% em relação a 2020.
Mas o item mais significativo é de 4%, pois este é o percentual das inscrições voluntárias, atestando o engajamento da população no processo. Das 25.028 pessoas que atuarão como mesárias e mesários, 5.311 se inscreveram voluntariamente junto ao TRE. Dois anos antes, esse número foi 3.707. Quatro por cento que tem um enorme significado.
Historicamente, se corria (e ainda se corre) da convocação para essa tarefa. Todo mundo quer votar rapidamente e se esbaldar pelo resto do dia, driblando a longeva proibição de consumo de bebidas alcoólicas na data do voto. Praias e farras de fundo de quintal eram (e são) as opções mais eleitas. Quem tinha maior militância arriscava uma boca-de-urna, correndo risco de ir em cana. Mas a quase unanimidade era/é que ficar de castigo desde cedinho até o final da tarde é um programa de índio e não uma parceria com a Democracia.
Avanço importante, especialmente pelo momento difícil que a Democracia passa no Brasil, quando um grupo político poderoso, formado especialmente por milicianos e por endinheirados, pressentindo a derrota nas urnas, ataca o sistema eleitoral e atiça as forças armadas contra o processo democrático. A pressão golpista é tão grave que o próprio governo dos Estados Unidos – através da subsecretária Victoria Nuland e do secretário de defesa, Lloyd J. Austin III – se manifestou em defesa do modelo eleitoral brasileiro.
O voto eletrônico no Brasil precisa ser defendido sem vacilação. A vulnerabilidade das velhas formas de votação tem sido a causa de escândalos em potências como os Estados Unidos (onde o sistema varia de condado para condado). Para citar um exemplo, na disputa presidencial de 2000, entre George W. Bush e Al Gore, quando o resultado geral passou a depender do resultado da Flórida, onde, numa primeira contagem de cerca de 6 milhões de sufrágios, Busch ganhou por menos de 2 mil votos; Gore pediu recontagem e a diferença caiu para apenas 327 votos (!), uma terceira contagem foi pedida – mas em sendo manual – não pôde ser concluída a tempo e Bush levou, sob fortes evidências de fraude.
NOTAS
# Corrigindo: O endereço certo para o ato de lançamento da candidatura de José Wanderley Neto é VILA CLUB, em Pajuçara, na rua Dr. Messias de Gusmão. TIC TAC, por ato falho deste escrevinhador, publicou um local errado antes.
# Começará às 10 horas deste domingo, 28, a festa cívica em torno da candidatura de José Wanderley para deputado estadual. Muita gente irá de verde ou de branco, cores mais associadas à Saúde, área de trabalho do candidato.
# Muito prestigiada a inauguração da Delegacia Mãe Marcelina, na quarta-feira. Ponto para o governo estadual, que foi representado por Luiza Barreiros, secretária do Gabinete Civil. Casa cheia por ativistas dos Direitos Humanos (do lado de fora das grades, assinale-se).
# Por falar em Direitos Humanos, na próxima segunda-feira, será realizada uma sessão especial na Assembleia Legislativa sobre o Agosto Lilás, aliás convocada pela Deputada Fátima Canuto em parceria com o Coletivo de Mulheres de Alagoas.
# Como se sabe, Agosto Lilás é uma campanha anual de divulgação da luta contra a violência doméstica sobre a mulher e tem como referência a Lei Maria da Penha, sancionada em agosto de 2006, pelo então presidente Lula, entrando em vigor no mesmo ano.
HOJE NA HISTÓRIA
26 DE AGOSTO DE 1789 – Aprovada, pela revolucionária Assembleia Constituinte Francesa, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, com 17 artigos que representavam o pensamento político mais avançado para sua época em todo o mundo. Ainda hoje, 233 anos depois, a noção de Direitos Humanos causa arrepios e repulsa em quem acha isso mimimi – afinal, tem gente que gosta mesmo é da guilhotina no cangote alheio.
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.