Bartpapo com Geraldo Câmara
QUE O CENSO TENHA BOM SENSO
Dizem que os números não falham e não mentem, mas não é verdade. A coleta dos números, as informações para que eles sejam reais, mentem sim. E, então as coisas não são processadas da maneira como se espera.
Eu começo por aqui perguntando e pedindo a você, leitor, que faça a mesma pergunta entre os membros da sua família, entre os amigos mais chegados. E é uma pergunta simples: quantos de vocês já receberam em alguma época a visita de um recenseador? Nem que fosse para dizer “olá. estou aqui”?. Tenho certeza de que muito poucos vão responder afirmativamente. E, no meu caso, nunca morei em lugar difícil ou inaccessível, mas nunca fui visitado. “Ah, vai ver que você não estava em casa”!. Em minha casa sempre houve gente. Não é desculpa.
O fato é que, parece que cerca de 200 mil recenseadores estão sendo contratados para fazer o censo de 2022, o que deveria ter sido feito em 2020, mas a pandemia não deixou. E eu gostaria de saber como vai ser realizado. Como o mapa do Brasil vai ser desmembrado. Como cada município vai ter a certeza de que seus rincões mais pobres vão ser escalados, casa por casa. Sabe por que? Porque o censo é o instrumento de avaliação para que as políticas públicas sejam incrementadas de maneira correta, com a certeza de quem é cada brasileiro, o que ele faz ou deixa de fazer. Quem é a família e como se comporta a sua renda. Quem são os filhos e se estão em escola ou não. Enfim, o censo tem que ser o retrato de corpo inteiro do Brasil e dos brasileiros.
Não se pode e nem se deve confundir censo com pesquisa. Censo é muitas vezes maior do que pesquisas dirigidas porque ele busca a verdadeira radiografia de lugar e de povo. Tem gente que foge do censo achando que ele é intrujão, que ele vai fuçar sua vida como se fosse um detetive que quer buscar seus podres. Mas não é isso. É preciso ter consciência dessa ferramenta poderosa que vai ajudar a todos nós em futuro próximo. Ajuda os políticos a saberem de sócio- economicidade? Claro que sim. A saberem o tamanho da fome e o tamanho da riqueza? Lógico. Ajuda os governos a saberem com quem estão lidando e onde? Óbvio. Então, o recenseamento pode trazer informações tais que os governos não possam dizer que não sabiam desta ou daquela situação.
Vocês sabem o raio-x, a tomografia, o ulra-som, toda essa aparelhagem que veio nos ajudar a descobrir o nosso corpo e suas mazelas? O censo é exatamente isto no corpo do Brasil e dos brasileiros. Vai nos mostrar a todos, visando melhorias de cada lugar, de cada personagem. Se não for usado com a finalidade precípua de conhecimento para planejamentos estratégicos, de nada vale. Por isso dizemos que ele não foi planejado, como a maioria pensa, apenas para dizer quantos somos. Mas, com muito mais amplitude, para mostrar quem somos.
O fato é que o novo censo está aí vestindo a camisa para sair às ruas e esperamos que vasculhando cada pedacinho desse nosso território, com seus qualificados funcionários, cada qual queimando as solas dos sapatos e esperando que bem recebidos por todos, dos mais pobres aos mais abastados porque eles representam a possibilidade de desenvolvimento do país. Não pensem que exagero, mas todos sabem que o sucesso de qualquer projeto começa com as informações corretas. E essas podem advir desse fantástico, difícil e suado trabalho que é o recenseamento como um todo.
É necessário que tomemos cuidado sim com quem vai entrar em nossas casas e por isso eles, o recenseadores podem ser identificados ao se apresentarem a cada habitante. A eles, devemos dar o nosso apoio porque com sacrifício, muitas vezes chegando a pontos quase que impossíveis, eles são os heróis que nos dirão quem somos, porque somos e até onde podemos chegar. Com muito bom senso.
FOTONOTAS
CAIO PORTO – Caio Porto é uma das figuras mais interessantes que conheci em minha vida. Não tive a oportunidade de ver o homem que inaugurou o turismo institucional por aqui, o presidente de banco, este lado eu sempre soube mas não o vi atuando. Que pena! Em compensação conheci o homem do mar, despojado, livre como um peixe, comandando o seu CaioMar, mostrando às pessoas como se faz um turismo náutico de primeira, servindo 16 pratos saborosos enquanto singra as águas da baía de Barra de São Miguel. Rodeado muito mais de seus amigos fiéis do que de clientes. Caio é assim. Espirituoso tem sempre uma palavra carinhosa para conosco e um olhar sincero tão em falta nos dias de hoje. Vive a vida, vive Tereza, vive filhos, netos e amigos.
JOAQUIM SANTANA – Há mais de quarenta anos conheci este então jovem rapaz que se iniciava na carreira dos imóveis com um exemplo fantástico que lhe foi dado pelo ex- governador de Sergipe, o falecido João Alves na sua empresa famosa, a Habitacional. Joaquim cresceu e cresceu muito. Fez da sua experiência com aquele saudoso amigo o traçado do seu destino, construiu suas próprias empresas, veio para Alagoas, fez amigos e carreira. Sempre esteve à frente da ADEMI e, o que é mais importante, nunca esqueceu amigos. Ao lado da esposa e dos filhos manteve-se íntegro, cumpridor de suas obrigações, exemplo de família. Quando trouxe o Bartpapo para Maceió, Joaquim foi o meu entrevistado piloto. À distância, mas sempre juntos.
PARE PRA PENSAR (do meu livro do mesmo nome)
A distância entre o bem e o mal tem a velocidade do pensamento e é você quem decide para que lado vai.
ALERTAS DO DIA
* Até entendo, mas acho triste quando a campanha eleitoral começa e interrompe determinados trabalhos que estão sendo feitos, apenas porque o titular dessa ou daquela pasta é aliado de um candidato que não está na mesma linha do seu executivo direto. Agora mesmo acaba de deixar a secretaria de turismo de Maceió uma das maiores “experts” no assunto que é Patrícia Mourão. Isto porque o vice-prefeito Ronaldo Lessa será candidato a vice-governador em outra chapa que não a do prefeito. Ora, como Patrícia foi indicada por ele, dança. Nada contra a negociação de cargos e outras manobras durante a eleição, mas acho que certos nomes deveriam ser segurados para que não se interrompa um bom trabalho.
* Alerta bom: Agosto chegou e com ele a maior festa do samba pós pandemia de Alagoas. No sábado, 13 de agosto, a partir das 17 horas, Seis dos nossos melhores representantes do samba estarão juntos se apresentando num grande reencontro com a alegria e com você, no Villa Club Maceió, o mais novo point de eventos do nosso estado. Nomes como os de Ismair Martins, Mel Nascimento, Lara Melo e mais, Valbocca, Rogerinho e Negro Mir, todos acompanhados de uma atração a parte, o fenômeno Samba da Periferia. Uma festa inesquecível do samba, que será realizada graças ao apoio cultural do Açúcar Caeté e que você não pode perder. Últimas mesas pelo Zap (82) 9 9981 4018 com Dinho Lopes.
* O Ministério da Economia informou que o bloqueio total do Orçamento neste ano chegou a R$ 14,84 bilhões. Os ministérios mais afetados, em valores absolutos, foram Saúde e Educação. As pastas sofreram bloqueios de R$ 2,77 bilhões e R$ 1,68 bilhão no ano, respectivamente. Dos R$ 14,84 bilhões bloqueados do Orçamento de 2022, R$ 8,08 bilhões atingem as chamadas emendas de relator e de comissão. As emendas de relator ficaram conhecidas como "orçamento secreto" devido à falta de transparência. E é exatamente nessas coisas que o leitor dever ficar em posição de alerta e, como eleitor, gritar, já que saúde e educação são fundamentais para este povo sofrido.
* Este alerta é de meu amigo, engenheiro Geoberto Espírito Santo: “No planejamento da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), em 2030 deveremos ter 5% do consumo energético do país reduzidos com ações de eficiência energética, sendo que 4% é a participação do consumo de eletricidade. Dessa participação da energia elétrica na eficiência energética do Brasil, temos 73% nos setores industrial e de serviços, um consumo calculado em 32 TWh até o horizonte citado. A eficiência energética reduz a capacidade de oferta, posterga investimentos, reduz o custo para o consumidor e assim, fazendo mais com menos, também apresenta ganhos para o meio ambiente, no caso a redução nas emissões de gases de efeito estufa (GEE)”.
POR AÍ AFORA
# Há uns quatro anos atrás eu estava na Alemanha e resolvi fazer uma visita à cidade de Bonn, antiga capital do país enquanto durou o muro de Berlim. E lá eu conheci o Museu do Pós Guerra, uma ideia hiper interessante abrigada em cinco andares. A visita começa no quinto andar com os horrores da guerra, com muita coisa ruim sendo mostrada e vem descendo. A cada andar um novo período da recuperação do país após aquela enorme destruição. Quando você chega ao térreo o ambiente já é outro, mas queira ou não queira, a sensação de sufoco é arrasante.
# Não consigo entender porque uma política de transportes de alta velocidade e penetração não é implementada no Brasil, um país com uma extensão territorial tão vasta e praticamente toda ocupada. Em 1974 tive a oportunidade de uma viagem ao Japão e lá fiz o percurso Tokio-Ozaka utilizando o trem bala. Duração de 2h1m32s com permissão para um atraso de apenas 20 segundos. 410 km de extensão. A mesma entre Rio e São Paulo. Estamos falando de 48 anos atrás e nada acontece neste sentido no Brasil. Nem bala nem qualquer outro tipo de trem. Uma necessidade.
# Grande preocupação, sem dúvida, sobre essa questão da “monkeypox” ou a varíola dos macacos que veio de fora, já chegou ao Brasil e em especial parece já ter chegado em Alagoas, segundo o infectologista Fernando Maia em entrevista à Tribuna, quando afirmou: “Há possibilidade de que a doença chegue por aqui, se não já chegou. Temos quatro casos suspeitos aguardando os exames para confirmar ou descartar. Mas, creio que seja uma questão de tempo para chegar aqui. Já foram casos confirmados em várias partes do país”. Depois da Covid 19 há que se ter cuidado redobrado.
ATÉ A PRÓXIMA
Amanhã, sábado é dia de “BARTPAPO com Geraldo Câmara”. Na BAND, canal 38.1 aberto e NET, canais 18 e 518, BRISANETE, canal 14, VIVO, canal 519, das 9 às 10h da manhã. Assista também pelo Youtube no canal “Programas do Geraldo Câmara”. Fale conosco pelo [email protected] ou pelo Whats’App 82 99977-4399
Bartpapo com Geraldo Câmara
Sobre
Jornalista, apresentador do programa Bartpapo na Band Maceió e Diretor de Comunicação do Tribunal de Contas de Alagoas