Alisson Barreto

Por que as sextas-feiras e os domingos são diferentes para católicos e não católicos?

Alisson Barreto 16 de abril de 2022

A começar pelo Domingo, a diferença é gritante: enquanto para o católico ele é o principal dia da semana, ao ponto de esse dia ser chamado de fim de semana, ou seja, o dia para o qual a semana se destina, o dia em que a semana realiza a sua finalidade. Para muitos, tornou-se um dia de ressaca ou de ansiedade pela segunda-feira.


Note que o domingo não é final de semana, pois a semana não termina no domingo. A contagem semanal do tempo termina no sábado, mas sua finalidade só se realiza no dia no qual se inicia a nova semana, a nova realidade. O sábado é o dia da espera. O domingo é o dia do reencontro. Foi assim para os apóstolos, foi assim para os discípulos de Emaús e continua assim para os cristãos católicos também de hoje.


A fé orienta o cristão para a comemoração do dia da ressurreição e a esperança da chegada de tal dia se realiza no dia do Senhor, ou seja, o Domingo (do latim, Dies Domini). E, assim, os dias da semana encontram seu fim no domingo, dia em que o cristão se rejubila com a vitória do Amor, a vitória de Cristo sobre a morte, o dia da ressurreição. E, renovado pela alegria da ressurreição, adentra nos dias subsequentes da semana, na certeza de que ao terminar a semana encontrará um novo dia a comemorar a páscoa semanal, ou seja, o domingo, do dia da ressurreição.


Enquanto para muitos não cristãos, o domingo traz o peso da segunda que o segue, os católicos encontram no domingo a alegria do encontro com Cristo, do recebimento de Corpo de Cristo e da ida com Cristo aonde forem, após a celebração litúrgica.


Para não católicos, o dia da alegria parece-lhes ser a sexta-feira, dia do fim do trabalho e da folga da semana que termina. Para os católicos, porém, a sexta-feira é dia de recordar que Jesus Cristo foi crucificado por conta dos nossos pecados e, assim, buscar a correção, preparando-se para, no domingo, encontrar-se novamente com Cristo, na Eucaristia, no dia da ressurreição.


Ou seja, na sexta-feira, o católico faz uma análise de sua semana e exercícios espirituais para melhor cristificar-se; no sábado, espera pelo tão aguardado momento e, no domingo litúrgico, realiza a satisfação de sua alma espiritual no encontro com Cristo eucarístico, na celebração da Santa Missa, ou seja, na celebração da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Então, no domingo litúrgico chega o grande momento eterno e celebrativo: o encontro com Cristo ressuscitado e eucarístico. É por isso que o domingo é, para os católicos, a páscoa semanal.


E assim tem sido, desde o Tríduo Pascal originário; no qual, numa quinta-feira, Jesus instituiu o sacerdócio e a Eucaristia; numa sexta-feira, Ele Se doou na via-sacra e na Cruz; no sábado, os cristãos esperam sua ressurreição e, no domingo, celebram a vitória da vida sobre a morte, a ressurreição de Cristo.


Foi assim há mais de dois mil anos, é assim hoje e será assim até o fim dos tempos. Afinal, as portas do Inferno não prevalecerão sobre a Igreja que Cristo edificou em Pedro e o Corpo de Cristo segue em unidade rumo à Pátria Celeste, experimentando – já no tempo – delícias do Reino Celeste.


A esperar o domingo, com votos de abençoado Tríduo Pascal,


Alisson Francisco Rodrigues Barreto