O empreendedorismo feminino vem se destacando cada vez no mundo dos negócios. A pandemia trouxe grandes proporções no desemprego e, nesse período as mulheres tiveram um papel fundamental no sustento da família. Muitas empreenderam com pequenos negócios, se reinventaram usando as redes sociais como ferramenta de marketing, outras mudaram seu foco criando produtos diferenciados e, assim supriram a carência no orçamento da família causada pelo desemprego dos seus companheiros.

Tive o prazer de entrevistar uma senhora que acabara vir morar em Maceió, com sua família, pela oportunidade de uma excelente oferta de emprego ao seu esposo. Todos felizes, filhos na escola, morando num bom imóvel na parte alta da cidade e, de repente chega à pandemia e demissão do esposo. Ela que até então era só doméstica viu o chão ruir. Foi quando surgiu a ideia de produzir e vender bijuterias. Começou a fazer pesquisa nos sites, no Youtub, e fez alguns cursos online. Desenvolveu suas peças, criou sua marca e usou as redes sociais oferecendo seus produtos. Assim surgiu sua marca de sucesso. Hoje, tem loja própria, fez sua oficina nos fundos da casa, e seu esposo formado em administração de empresa trabalha junto administrando a parte operacional administrativa e contábil.

Assim como Genilvia, em cada canto do mundo tem sempre uma mulher que motiva e inspira, com seus exemplos de superação no empreendedorismo. Em um recente levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o Brasil é o sétimo pais com maior número de mulheres empreendedoras.

Outro dia, lendo uma revista de negócios, me chamou atenção um artigo escrito (não me recordo o nome do autor) dando como exemplo a Rainha Ester, figura Bíblica conhecida por todos que já tiveram oportunidade de lê sua história. (Está no Velho Testamento da Bíblia). Antes de ser rainha da Pérsia, Ester era uma menina judia e órfã de pai e mãe. Ela foi criada por um tio solteiro chamado Mardoqueu e que era escriba no Palácio de Susã, capital do império Persa. Naquele tempo, os judeus eram considerados cidadãos de segunda classe, pois todos os direitos estavam reservados aos Persas, que seguiam os deuses e a cultura do império. Os judeus eram inclusive perseguidos por terem sua própria cultura e servir a um único Deus.

Então vamos contextualizar aqui abaixo alguns exemplos de Ester que se tornaram motivação para quem desejam empreender.


1. Foco no positivo

Em vez de se achar uma vítima por ter perdido os pais ainda menina, Ester focou suas energias no positivo: ter alguém para criá-la como filha. Não devemos questionar os porquês das coisas ruins, mas aproveitar as coisas boas e seguir em frente.

2. Respeito à hierarquia

Ester tinha tudo para ser uma jovem rebelde, mas escolheu ser obediente ao primo e respeita-lo como pai. Hoje em dia há funcionários que usam até as redes sociais para maldizer seus superiores e a empresa onde trabalham. Sem respeito às autoridades ninguém vai muito longe.

3. Marketing pessoal

Ester se cuidava e mantinha uma boa aparência, foi uma das jovens escolhidas para o harém do rei. Mesmo sem uma referência feminina em casa, ela foi inteligente o bastante para perceber seu valor. Você tem que ser competente, mas também tem que parecer competente e estar preparada para tudo, em todos os momentos.

4. Saber ouvir

Mesmo sem entender, Ester deu ouvidos ao conselho do primo quando foi levada ao palácio e não revelou sua origem. No mundo empresarial devemos escolher bem quais informações iremos passar adiante, pois nem tudo nos convém gritar aos quatro ventos.

5. Competitividade

Ester foi colocada entre centenas de jovens disputando apenas uma vaga, a de rainha. Ela venceu todas as candidatas sem criar inimizades, sem fazer conchavos e sem cometer falhas de caráter. Sendo agradável aos superiores, fazendo sua parte e dando o seu melhor, ela foi conquistando seu espaço e, posteriormente, o coração do rei.

6. Humildade

Depois de coroada, Ester chamava a atenção por sua modéstia e humildade. A mulher mais poderosa do mundo não se deslumbrou diante das riquezas ou do poder do império, mas manteve-se fiel às suas origens e ao seu povo. Ester não permitiu que o sucesso subisse à sua cabeça, essa é uma característica que só os nobres têm.

7. Estabelecer suas conquistas

Ester sabia que havia conquistado a posição de rainha, mas que isso não era o bastante. Ela continuou agindo conforme fora instruída para manter-se no trono e estabelecer-se como rainha. Não é difícil vermos pessoas que hoje estão lá em cima, mas amanhã vão parar lá embaixo. Não basta conquistar, é preciso estabelecer.

8. Não temia correr riscos

Quando precisou levar um assunto urgente ao rei sem ser chamada (quebrando uma das regras mais importantes do palácio), Ester sabia que corria um grande risco. Porém, ao ponderar e refletir durante três dias, ela se submeteu ao risco e creu que tudo daria certo. É impossível empreender sem correr riscos, o mundo corporativo não é para os tímidos. É preciso ter fé e coragem!

9. Gerenciamento de crises

Ao se deparar com o inimigo mais poderoso de seu povo – o governador Hamã – Ester traçou uma estratégia para gerenciar a crise. Com muito planejamento e habilidade, a rainha preparou o ambiente e criou situações para enfrentar o problema. Atacar abertamente uns aos outros no ambiente de trabalho só leva a inimizades e raramente resolve os problemas. Crie estratégias e haja com prudência e respeito, mesmo para com as pessoas que se declaram suas inimigas. No que depender de você, esteja bem com todos e não faça inimizades.

10. Confiança

O rei da Pérsia contava com muitos homens fiéis, mas com certeza a rainha era sua maior fonte de confiança. Ele sabia que podia contar com ela, que tudo o que dizia era verdade e que seu maior objetivo era o bem de seu povo (ainda que tivesse que arriscar sua vida). Egoísmo não combina com empreendedorismo.

Negócios em que apenas uma das partes ganha estão fadados ao fracasso, cedo ou tarde. Confiança é a base de todo e qualquer relacionamento de sucesso