Sérgio Toledo
Suicídio
Lendo o livro Uma Biografia da Depressão, (Editora Planeta do Brasil), do psicanalista Christian Dunker, professor titular do departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP, me deparo com dados sobre o suicídio. Fico espantado.
Mais de 800 mil pessoas morreram por suicídio anualmente no mundo. O que representa mais do que as guerras no mundo inteiro. O livro é de 2021.
É a segunda causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos. Um suicídio a cada 40 segundos, continua o analista, membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lucaniano.
Homens preferem armas de fogo. Já mulheres envenenamento por pesticidas. Isso em ambiente rural. OMS e OPAS os dois principais órgãos de saúde do mundo elegeram o suicídio como uma de suas prioridades, afirma o coordenador do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise da USP.
Discorre o escritor: a autodesvalorização e o sentimento de irrelevância ou indiferença são fatores indutores de suicído, sejam eles causados por patologias mais ou menos persistentes, sejam eles circunstâncias de vida.
Os cuidados são citados para os jogos como Baleia Azul e ou séries como 13 Reasons Why. Entretanto, fiquei muito assustado: professor Dunker cita os recem criados clubes de suicídio no Japão. Onde é possível combinar serviços de suicídio coletivo para baixar custos e
evitar encargos aos familiares!
E então, quais cuidados os pais e os amigos podem e devem tomar? Meta-análise recente que examinou o valor preditivo dos últimos quarenta anos de pesquisas sobre o suicídio nos Estados Unidos, traz um dado simples e desconcertante: nenhum dos fatores de risco para o suicídio é realmente suficiente para antecipar o ato real, cita o professor Christian que fez pós doutorado na Manchester Metropolitan University, sendo professor convidado em mais de quinze universidades internacionais.
Assim todo cuidado é pouco com os que nos cercam. Familiares e amigos merecem toda a nossa atenção, carinho e paciência quando percebermos algo diferente e não comum em suas atitudes do dia a dia.
Sérgio Toledo
Sobre
Médico ortopedista e do esporte. Pioneiro no alongamento ósseo, transplante de tendões e neurorrafia, como também no tratamento por ondas de choque.
Formado em 1972, pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco, hoje UPE.
Pós graduação no IOT (Instituto de Ortopedia e Traumatologia) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Concursado do antigo INAMPS, hoje Ministério da Saúde, já estando aposentado. Atendeu por muito tempo no PAM Salgadinho.