Expressão popular. Quer insinuar uma atividade desagradável devido a uma profissão. Ao falar em osso quer se referir a algo indesejável. Ou seja, algo sem carne, só osso.
Na profissão de ortopedista e traumatologista, trabalhamos muito com ossos. Tortos, quebrados, fora do lugar, com pouco cálcio, com formação tumoral. Tratamos de todos e procuramos ao máximo conservar.
No dia a dia a expressão está mostrando algo deveras desagradável. A população carente do Brasil está recorrendo aos ossos para não passar fome. E pasmem: os “donos dos ossos” estão vendendo ao invés de doar, como faziam anteriormente! O ser humano é cruel!
E os governantes estão, parece, nem aí para o fato. Procuram sempre colocar a culpa no outro ou em outras razões.
Temos populações carentes cozinhando os ossos com lenha, álcool, porque o preço do gás de cozinha está pela hora da morte. A custar um preço excessivo.
E tem mais. Como a energia está cara algumas pessoas estão usando velas! Antigamente chamadas de espermacete pois vinham dos espermas das baleias ou cachalotes. Acontece que hoje são feitas de subproduto do petróleo e a Petrobrás tem diminuído sua produção e o preço, lógico, tem aumentado.
Se correr o bicho pega. Se ficar o bicho come!
Sérgio Toledo
Sobre
Médico ortopedista e do esporte. Pioneiro no alongamento ósseo, transplante de tendões e neurorrafia, como também no tratamento por ondas de choque.
Formado em 1972, pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco, hoje UPE.
Pós graduação no IOT (Instituto de Ortopedia e Traumatologia) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Concursado do antigo INAMPS, hoje Ministério da Saúde, já estando aposentado. Atendeu por muito tempo no PAM Salgadinho.