Alisson Barreto
A vocação humana à superação
01 de junho de 2020
A vocação humana à superação
De tempos em tempos, o homem é desafiado a superar-se, seja por questões de adaptações ao habitat seja por consequência de seus atos ou falta deles. Etária e essencialmente, pessoal e coletivamente, o ser humano é sempre convidado a crescer. Da concepção à partida do tempo, periodicamente, há desafios: a mudança do útero para o ambiente externo, do engatinhar para o caminhar, da casa à escola, da família oriunda para a família formada, do lar ao ambiente de trabalho, em vários aspectos e tempos há desafios. Hoje, a espécie humana é desafiada por o menor dos seres vivos, um vírus, e pelo maior dos obstáculos: o próprio ser humano. É preciso reinventar-se no contato com o outro, na forma de lidar com o ambiente externo ou mesmo com o que chega à sua casa. Globalmente falando, nunca na história, os homens tiveram que ter tanto cuidado com as compras que chegam às suas casas. E nunca uma situação biológica ensejou de forma tão clara o nível globalizado das conexões entre os seres humanos. É perceptível, de um modo muito mais claro, que a interação entre os seres humanos atingiu uma escala planetária com muito vigor. Cada vez é mais evidente o nível de solidariedade existente entre cada ser humano e os demais. Se um vírus alcança pessoas em escala tão global é de se pensar sobre a interação e intercâmbio de moléculas entre os seres humanos. As moléculas de ar que se respira e a água que dá vida a cada ser humano, por exemplo, colocam os seres humanos em interação muito maior do que se imaginara. Quem diria que haveria uma relação tão significativa entre um chinês e um brasileiro? Frases como “ide e dominai sobre cada criatura” e “dai nome a cada espécie de animais na criação” denotam o valor e a responsabilidade do exercício de senhorio do homem entre as espécies. Os seres vivos neste planeta somos feitos de átomos de carbono e contemos água em nossa constituição, em intercâmbio pela alimentação e respiração, morte e vida, no tempo. A forma como o homem lida com o que o cerca gera consequências. Cada escolha entre o ato de amor ou de pecado, plenitude ou corrupção, correição ou falta moral, gera consequências a si e aos demais. Como se vê, o simples ato de lavar as mãos ou alimentos pode ser a diferença entre preservar a vida de outrem ou não. Olhando para o crucifixo, há a possibilidade de contemplar o alcance de Seu sacrifício através dos tempos e para além do cronológico. É preciso enxergar a oportunidade de mergulho na solidariedade salvífica. Está disposto a fazer parte do Corpo de Cristo ou quer apenas ler sobre Ele ou contentar-se em saber que Ele existe? Muito maior que o alcance de um vírus no seio de nossa sociedade é o alcance do Corpo de Cristo ao tocar o tecido da língua humana. Pense nisso. Como se percebe, a interação biológica entre os seres humanos convoca a cada pessoa humana a superar a mesquinha noção de individualismo. As moléculas que compõem um indivíduo no Brasil podem ter composto outro no Japão. Assim como um vírus danoso pode ser passado de uma pessoa a outra, há vírus e bactérias no organismo de cada pessoa, sem causar dano, vindos de outras. Convido, pois, o leitor a observar que essas relações químicas e biológicas que colocam cada ser humano em conexão são um sinal de ligações intersubjetivas que ocorrem em cada ato ou omissão, no barulho ou silêncio de cada um e das coletividades. Por fim, convém refletir que por trás de tantas relações químicas, físicas e biológicas há sujeitos dotados de não apenas um corpo como também de uma alma espiritual. Portanto, o que cada um faz ou deixa de fazer tem consequências também nos planos espiritual e subjetivo cujo alcance não se limita a ele, mas a espécie humana. Eis, pois, a mais alta das vocações humanas: a superação que o conduz ao Transcendente. Segue poesia relacionada:Solidariedades Inescusáveis (em vídeo)
[embed]https://youtu.be/4FZV4tN4UfE[/embed] Maceió, 1º de junho de 2020. Com votos de abençoada e paráclita semana, Alisson Francisco Rodrigues Barreto Sobre o autor: Alisson Francisco Rodrigues Barreto é poeta, filósofo (Seminário Arquidiocesano de Maceió), bacharel em Direito (Universidade Federal de Alagoas), pós-graduado em Direito Processual (Escola Superior de Magistratura de Alagoas), tendo também cursado, parcialmente, os cursos de Engenharia Civil (Universidade Federal de Alagoas) e Teologia (Seminário Arquidiocesano de Maceió). Autor do livro “Pensando com Poesia” e escritor do blog “Alisson Barreto” (outrora chamado de “A Palavra em palavras”), desde 2011, e da Revista Pio. Alisson Barreto na internet: Site pessoal: Alisson Barreto, acesso em https://sites.google.com/view/alissonbarreto Youtube: canal Alisson Barreto, acesso em https://www.youtube.com/channel/UCqtpMzyLava_Z0hkmh75WAw/ Revista pessoal do autor: Revista Pio, acesso em https://alissonbarreto14.wixsite.com/revistadigital-pio "Blog" do autor: Alisson Barreto, acesso em http://tribunahoje.com/blog/a-palavra-em-palavras/ Twitter: @alissonbarreto1 (acesso em https://twitter.com/alissonbarreto1) LinkedIn: @alissonbarreto1 (acesso em https://www.linkedin.com/in/alissonbarreto1/)
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Alisson Francisco Rodrigues Barreto é poeta, filósofo (Seminário Arquidiocesano de Maceió), bacharel em Direito (Universidade Federal de Alagoas), pós-graduado em Direito Processual (Escola Superior de Magistratura de Alagoas), com passagens pelos cursos de Engenharia Civil (Universidade Federal de Alagoas) e Teologia (Seminário Arquidiocesano de Maceió). Autor do livro “Pensando com Poesia”, escritor na Tribuna com o blog “Alisson Barreto” (outrora chamado de “A Palavra em palavras”), desde 2011. O autor, que é um agente público, também apresenta alguns dos seus poemas, textos e reflexões, bem como, orações no canal Alisson Barreto, no Youtube, a partir do qual insere seus vídeos aqui no blog.
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