Alisson Barreto

Difícil ou não, a quem procuras?

Alisson Barreto 18 de maio de 2020
Difícil ou não, a quem procuras?
Reprodução - Foto: Assessoria

Difícil ou não, a quem procuras?

Cada pessoa direciona-se para algo, conscientemente ou não. Nesse direcionar-se a quem, a quê e por que, com que frequência e intensidade são as perguntas que separam quem se faz de quem é levado. A história da humanidade traz um exemplo intrigante sobre isso. Quando os soldados romanos foram prender Jesus de Nazaré, houve um momento de hesitação entre eles. Estando diante dele, Jesus os indaga (mais de uma vez) “a quem procurais?” e eles dizem que é a Jesus, mas - ainda que ele diga “sou eu” - eles não conseguem prendê-lo do imediato. Por quê? Coloque-se no lugar dos soldados. O receio é porque ficaram com medo da reação que haveria ao prendê-lo, (2) porque havia dúvida entre cumprir a ordem militar ou respeitar aquele homem, (3) porque ele disse “eu sou” e reconheceram nele a realidade divina, (4) porque o olhar dele o fizeram recuar ou por quê? Quais os riscos de prender Jesus? Quais os riscos de perdê-lo? Como tu te verias naquela situação e como te vês em tua realidade? Em tempos de redes sociais, a pergunta a quem procuras pode ser vista como a quem segues. Nela, está implícito um motivo e com o porquê pode estar um anseio por redenção, seja ela pessoal, humanitária ou patriótica. Redenção remete a redentor e relaciona-se com messias. Ora, quantas pessoas já se apresentaram como messias em tua vida ou tu já tomaste como messias em tua vida? As expectativas frustradas na própria vida às vezes são projetadas em um filho, político, time ou líder religioso, tomando-os como expectativas da redenção. São os messias do dia a dia. Acredito que tu também já tenhas conhecido pessoas que até mesmo trazem no registro o nome “Messias”. Mas óbvio que há uma imensa diferença entre como chamam alguém e a essência desse alguém. Nessa busca por quem procuras, pergunto: procuras a ti mesmo? A verdade é que a grande maioria das pessoas procuram a muitas coisas para si próprias, mas deixam de procurar conhecerem a si próprias. Algumas, aliás, buscam tanto colocar a si como centro do universo que deixam de enxergar que o si é limitado pelo tempo e pelas condições humanas, fechando-se para os algos a mais que estão além de suas capacidades. Como se isso não bastasse, muitas vezes o olhar para dentro de si fica estagnado no estereótipo que fez do passado ou do futuro não realizado. A cura de si, porém, se dá na redenção no hoje. Precisamos restaurar o nosso hoje, apreciar o hoje, agradecer pelo hoje, pedir o pão nosso de hoje, a cada dia. Nessa restauração, é preciso percepção de que não se trata de uma mera restauração da realidade intelectiva ou espiritual. Quantas e quantas vezes deixaste teu intelecto e teu espírito à míngua e teu corpo te sustentou? Quantos andam a matarem suas almas e se mantêm vivos, ganhando dinheiro ou fama? O ser humano é dotado de corpo e alma espiritual, mas quantas vezes não ignora um desses aspectos de sua vida! A título de exemplos, vale lembrar que muitos entopem suas veias com más alimentações, enquanto buscam o intelecto; outros destroem seus intelectos em cultivos de seus próprios corpos; outros estudam e malham , mas massacram suas vidas espirituais, evitando orações e não aprendendo a tratar bem os demais seres humanos. É preciso restaurar a humanidade em suas realidades individuais e sociais, intelectivas e mecânicas, biológicas e espirituais. A quem procuras? Este que vos escreve entende que o Jesus do segundo parágrafo é o mesmo a quem considera o Cristo, o Ungido prometido, o Messias tão aguardado, o Redentor nosso. E com quem crê que Ele é o Senhor e redentor nosso, chamo Nosso Senhor Jesus Cristo. Não sei se o nobre leitor também O segue ou respeita meu direito de segui-Lo. A questão é se nós, eu ou tu, já encontramos a quem procuramos e se o seguimos. A quem procuras? Segue poesia relacionada: [embed]https://youtu.be/Cl0N3sz0xlo[/embed] Maceió, 17 de maio de 2020. Alisson Francisco Rodrigues Barreto.