Quando se dialoga com alguns grupos sociais, o posicionamento da pessoa só é respeitado se o indivíduo concordar ou defender a mesma linha de posicionamento. Já parou para pensar se você e seu grupo sócio-político sabe lidar com diversidade de posicionamentos? Até que ponto vai a capacidade de diálogo e respeito intersubjetivo?
Onde está o respeito ao meu Deus?
Ó meu Deus! À minha fé, cadê o respeito?
E o respeito a pensar diferente, ó povo meu!?
Um indivíduo chega a uma banca e se depara com uma capa de revista intitulada Raça “País” a enaltecer a etnia negra. Isso é aceito com naturalidade até que alguém faça uma revista com nome similar e enalteça a etnia branca ou loura. Por que pode uma e não pode outra? Um governo faz campanha de uso de camisinha para adolescentes e isso é visto como natural, mas o que leva uma rede televisiva a defender isso e criticar um governo ou família que defende o direito de poder conhecer e escolher o direito de aguardar o matrimônio para iniciar as relações sexuais? O que leva uma pessoa ou grupo a atacar os valores máximos de uma fé, em um país cuja Constituição assegura a liberdade religiosa e o respeito humano a quem tem fé, e um membro do órgão federal máximo responsável por defender a CF em vez de assegurar o direito a fé vota pela continuidade das agressões?
Faça seu carnaval, mas o respeito à fé não é banal.
Não te importas com o futuro? Mas vê como tens andado!
Um estado laico não é um estado bestial.
Também poder-se-ia abordar indivíduos que defendem uma ideologia “russa” (luta de classes socioeconômicas), que matou mais do sua decorrente “alemã” (luta de classes “biorregionais”), condenando apenas esta, quando deveriam condenar ambas. Indo adiante, é preciso indagar e indagar-se quanto à capacidade de, querendo ser ouvido, ouvir (cumprir a regra de ouro, cf. Mt 7,12). Se todos são iguais perante a lei, por que alguém acha correto que um pobre branco seja menos valorado que um pobre negro, ou por um heterossexual protegido que um homossexual, ou a vida de uma abortadeira (pessoa que comete abortamento) seja mais protegida do que a do nascituro? Defender essa contradição é buscar a retórica da incoerência! E falta, portanto, disseminar que a dignidade humana é inerente à qualidade de ser humano, o qual é vida humana da fecundação à morte. E ao seu direito de dignidade humana basta ter genoma humano para ter para tê-lo inafastável e perpetuamente. Menos que isso é desrespeitar a condição humana.
Atirar pedras na Geni não fará melhor quem és.
Quem sabe tu sejas a verdadeira “geni”.
Talvez não enxergues quem és.
Talvez da Geni não chegues aos pés!
Nós não precisamos da concordância recíproca, cara leitor, mas se não respeitarmos a condição de viver e pensar um do outro, depreciaremos a nós mesmos, por abdicação da oportunidade de amar. Afinal, em ousada suma, amar o outro não é agradar-se com ele, mas honrá-lo em sua dignidade de existir, pensar, viver e ser.
Se amor a ti é valor, à morte não andes.
Respeito ao outro não é bobagem.
Defendes o outro ou a sacanagem?
A liberdade não é grito de libertinagem.
Maceió, 03 de fevereiro de 2020.
Alisson Francisco Rodrigues Barreto*
[embed]https://youtu.be/AgvWtW7-i_g[/embed]
*Alisson Francisco Rodrigues Barreto é poeta, filósofo; bacharel em Direito, pós-graduado; autor do livro “Pensando com Poesia”, da revista digital “Pio” e do blog “Alisson Barreto”. Este, em TribunaHoje.com, desde 2011.