Alisson Barreto

A vida e o tempo nosso de cada dia

Alisson Barreto 07 de novembro de 2019
A vida e o tempo nosso de cada dia
Reprodução - Foto: Assessoria
A vida e o tempo nosso de cada dia Por Alisson Barreto Publicado em 07/11/2019 A vida é um complexo de mistérios e luzes cheio de surpresas e coisas comuns, às vezes insignificantes e outras impactantes. Nesse turbilhão, nem sempre fácil, cada um passa adiante, rumo à realidade perpétua, cuja ida pode dar-se a qualquer momento.

(I)

Vida, ó misteriosa vida!

Imprevisível e encantadora,

Amada vida.

Primeiramente, é importante frisar que a virtude não é um ato isolado, mas uma prática reiterada. É o hoje retomado que nos forma nas virtudes ou vícios. É a prática atual que nos alinha pelos vieses das rampas ou planos, das curvas ou retas, dos progressos ou regressos. A vida no tempo é uma estrada com as mais diversas situações.

Vida ramificada em possibilidades.

Cheia de aclives e declives,

És tu, ó vida: oportunidades.

Em segundo lugar, é importante atentar-se às chuvas que vêm, aos carros e trens que passam... E aos ventos laterais. Ah! Esses costumam tentar tirar o indivíduo da linha, essa estrada da vida repleta de marcas, nem sempre percebidas e às vezes causadas por outros. Mas o fato é que, de um jeito ou de outro, sempre geram consequências e propensões.

Marcas do inconsciente, lado a lado, no presente.

Produzindo homens inconsequentes.

Mas também grandes santos,

Em corpos e mentes.

A dificuldade maior é quando a pessoa se depara com situações inusitadas que causam embaraços ou dificuldades. Algumas vezes são obstáculos que parecem intransponíveis. E às vezes são, realmente, o são. É quando se precisa de forças e sabedoria para saber lidar com a nova situação. É preciso saber dosar e reconhecer quando agir ou esperar, observar, sair ou silenciar. E rezar. Rezar sempre, sempre orar.

Se o mito caiu e o mundo desabou.

As lágrimas podem cair, mas a felicidade brilhará!

Ela se reacende em quem amou.

Ela se realiza no amar!

No que tange às dificuldades inesperadas, um grande desafio é quando é algo penoso e, naturalmente, irreversível (naturalmente, pois para Deus nada é impossível). É quando o indivíduo acorda e percebe que o acidente sofrido acarretou uma paralisia ou o sacramento recebido deu de frente com a separação. Em ambos os exemplos, nem sempre a pessoa deu causa, mas terá que lidar com a situação.

(II)

Só vê a enchente levar a casa

Quem a ela sobreviveu.

Tua dor pode ser grande,

Mas foi o Amor quem te concebeu.

Reza, pois, o pai-nosso e começa a olhar para as situações do dia a dia sob a ótica da oração. É preciso viver como se reza! Isso leva a questionar comportamentos, abrindo espaço para fortalecer bons e eliminar maus hábitos. O pai-nosso ajuda a cuidar do hoje que se vive, ocupando-se mais do que preocupando-se. É uma oração que nutre o indivíduo à confiança em Deus e ajuda a ouvir o tempo de Deus, em vez de só dar ouvido aos próprios anseios.

Ao Pai, enfim, rezemos.

A Deus nos confiemos.

A Seu Amor nos entreguemos.

A oração do pai-nosso, portanto, promove a fé e abre os olhos às situações próprias do cotidiano. É oração para ser rezada e vivida diariamente; não só da boca para fora, integralmente. O pai-nosso é a oração que Nosso Senhor nos ensinou, é a oração da gente.

É preciso amar.

Amar e acreditar.

Viver como orar.

E ser como se crê.

E lembre-se: você não leu errado, Deus é Pai!

Ao Deus de Amor nos confiamos, nesta oração.

Pai, e Filho, e Espírito Santo,

Conduzi-nos em união!

[embed]https://youtu.be/01frGL5OeYk[/embed] Dado em Maceió, 07 de dezembro de 2019. Alisson Francisco Rodrigues Barreto1 1Alisson Francisco Rodrigues Barreto é poeta, filósofo, bacharel em Direito (Universidade Federal de Alagoas), pós-graduado (Escola Superior de Magistratura de Alagoas), autor do livro “Pensando com Poesia” e do blog “A Palavra em palavras”. Este, desde 2011, na Tribuna (TribuaHoje.com).