Alisson Barreto

O que esperar para o próximo ano

Alisson Barreto 31 de outubro de 2018
O que esperar para o próximo ano
Reprodução - Foto: Assessoria
O povo saiu às ruas e, na internet, soltou verbos e adjetivos. Passadas as eleições, o que esperar para os próximos dias? Alguém poderá dizer que parece cedo já olhar para o ano vindouro, mas dá para dizer que não há expectativas e curiosidades para o ano que se aproxima? Dois novos anos se aproximam: um nas primeiras vésperas do dia 02/12/2018 e outro nos primeiros instantes do dia 1º/01/2019. Você sabia? Um trazido pelo pôr do Sol e o outro pelos fogos da virada de ano civil. E como está se preparando para tais datas? E o que esperar delas? A primeira data é a do advento, o início do ano litúrgico, que se dá em preparação para a vinda do Senhor, tempo de se preparar para o Natal. A segunda data é o ano novo do calendário civil. Nesse código binário dos parágrafos acima, será que a nossa expectativa é baseada meramente no monocromático do que os outros farão ou haverá espaço para os ensejos do coração do prezado leitor? Sim, queremos um Brasil melhor e um mundo mais digno. Mas como anda a pátria da alma, o mundo de seu coração e o universo de conhecimento de sua mente que o(a) convidam à prática da virtude, do amor, da sabedoria? Há um clamor popular pela mudança generalizada. E a renovação individualizada do próprio ser que se insere em tal pedido? Há, pois, uma necessidade eminente de uma guinada na própria consciência. Em outras palavras, sem aprender a amar, jamais se realizam a justiça, a paz social nem os próprios anseios pessoais por amor. Amar, saliente-se, é ir além da justiça distributiva e do querer bem a si próprio. O amor une alteridades, supera distâncias e idades. O amor faz uma verdadeira faxina no ego. É de se esperar que, no ano vindouro, cada um de nós esteja mais empenhado em amar melhor. E em buscar aprender a fazê-lo, pois o pecado nos corrompeu a capacidade de compreender o que é o amor. Amar não é, simplesmente, passar a mão por cima e fingir que brasas sejam sorvetes. Amar é não retribuir o mal com o mal, marcando pontos para o Maligno. Amar é garimpar o bem nas cavernas das almas e ali acender as luzes do amor de Deus. A Santa Mãe Igreja, educadora como é, ensina seus filhos pela pedagogia do tempo litúrgico, cujo ano termina com a festa de Cristo Rei e inicia-se nas vésperas do domingo subsequente com a primeira semana do Advento. O advento é o tempo propício para essa guinada interna, onde a expectativa de um mundo melhor começa pela ação de um coração melhor. A renovação do próprio coração é o primeiro e mais relevante passo para que se tenha um ano melhor. É uma renovação que não dá para esperar, pois a necessidade de amar é hoje. Se por um lado, amor é paciente; por outro é urgente. O amor não pode esperar para amar. O amor quer o Pão nosso hoje, a cada dia, sempre. O amor não dorme. De sorte que para 2019 faço votos de novas realizações, sonhadas já hoje, planejadas com olhos abertos e motivadas pelos nossos corações. Que o ano vindouro mais que ouro nos dedos dos transforme em corações de ouro! Vinde, ó ano novo! Quero clarear vossos espaços com a chama do amor de Deus, a partir do meu coração e a todos os seus. Boa semana a todos! Paz e Bem! Junto a São José, Maceió, 31 de outubro de 2018. No amor de Maria, entusiasmado pela Eucaristia,

Alisson Francisco Rodrigues Barreto[1]

  [1] Poeta, filósofo (SNSA), bacharel em Direito (Ufal), pós-graduado (Esmal). Seminarista em teologia (SNSA – Seminário Nossa Senhora da Assunção) pela Arquidiocese de Maceió. Autor deste blogue – “A Palavra em palavras” – desde 2011, em TribunaHoje.com. Autor do livro “Pensando com Poesia” e membro-fundador do grupo Amme – Amigos Marianos Missionários da Eucaristia e da Pia Escuderia de Sigmaringen.