Alisson Barreto

Eleições, emoções e decisões

Alisson Barreto 16 de outubro de 2018
Eleições, emoções e decisões
Reprodução - Foto: Assessoria
Há um ditado segundo o qual não se tome uma decisão no calor da emoção. Isso vale para a administração, para a vida e, é claro, para a eleição. Nas eleições, muitas são as emoções, entre expectativas e paixões. Por isso, muitas também as discussões, até brigas e confusões. O eleitor – no calor da emoção, muitas vezes – acaba a tudo do outro dizendo não e ignorando todo o não daquele a quem ele escolheu dizer sim. Ainda que ele não seja de partido, acaba tomando partido e, não raro, deixando corações partidos. Eleição é complexo de decisões, muitas das quais tão cheias de paixões que não se escutam a pais e mães nem o clamor dos corações por paz. Multiplicam-se divisões e permitem-se que o pleito seja escolhido e decidido não por razões, mas por racionalizações consequentes de cegas paixões. Democracia não é para ser a fomentação dos egos, mas a da unidade. É um erro querer tê-la e ignorar as diversidades, as necessidades solidárias e os valores da sociedade. É importante que, nestas decisões, não se neguem o amor, nem durante nem depois. Pois se o amor não vencer, não importa quem lá estará, teremos muito a sofrer, a temer, a penar, a lamentar. E teremos culpa nisso. Portanto, é fundamental rezar, parar e observar quais valores queremos propagar, alimentar, ressalvar. Que Deus ilumine as nossas decisões, não só nas urnas como também nas discussões! Que Nossa Senhora nos livre das manipulações, das massas de manobra e das próprias corrupções! Que o amor impere em cada etapa da eleição! Que nosso coração respeite os valores, os amores e a nossa condição de sermos cristãos! Vida, regime político, concepções filosóficas, coerência do eleitor, abortamento, liberdade religiosa, valores morais, questões sociais, aceitação ou não da corrupção, tudo isso e muito mais está em nossas mãos, na urna, ó cidadão! O voto não é só uma escolha entre políticos, é uma afirmação do que se busca. Mais que isso, a urna não encerra o nosso dever moral de seguir adiante – testemunhando, diante da família e no trabalho, os valores que assumimos para as nossas vidas – uma vez que a vida não nos restringe ao ser votante. Ainda que o voto revele um pouco do que somos. Ó vida de escolhas e consequências. Que a Sabedoria nos inunde, o Amor nos renove e a urna não nos limite a capacidade de sopesar e testemunhar os valores morais que nos movem! Maceió, 16 de outubro de 2018.

Alisson Francisco Rodrigues Barreto[1]

[1] Poeta, filósofo (SNSA), bacharel em Direito (Ufal), pós-graduado (Esmal). Seminarista em teologia (SNSA – Seminário Nossa Senhora da Assunção) pela Arquidiocese de Maceió. Autor deste blogue – “A Palavra em palavras” – desde 2011, em TribunaHoje.com. Autor do livro “Pensando com Poesia” e membro-fundador do grupo Amme – Amigos Marianos Missionários da Eucaristia e da Pia Escuderia de Sigmaringen.