Alisson Barreto

FONES, COLA E FOME

Alisson Barreto 28 de março de 2017

Fones, cola e fome

Por Alisson Francisco

 

Eu, subindo a ladeira, avistara:

No degrau, um jovem lá estava

Com fones nos ouvidos e um tubo de cola na mão.

 

Retrato da nossa sociedade,

Que mata a fome de curiosidade, mas não a do coração.

É o fruto da corrupção que já não respeita nem idade:

Criança, jovem e ancião, onde está Deus em seu coração?

 

Falsos deuses tomaram seu espaço:

Ideologias, egoísmos e subjetividades.

O horizonte do homem passou a ser seu espelho

E os homens, desde então, esbarram em suas paredes.

 

A busca do melhor para os umbigos só aumentou os abismos: entre ricos e pobres,

Fones e fomes. Entre a multiplicação dos pães ou a divisão dos cães,

Uma conclusão: o homem já não é como antes.

 

Maceió, 27 de março de 2017.

 

Alisson Francisco Rodrigues Barreto[1]

 

[1] Poeta, filósofo (Seminário Arquidiocesano de Maceió); bacharel em Direito (Ufal), pós-graduado (Esmal). Seminarista e estudante de Teologia, no Seminário Arquidiocesano de Maceió. Membro do Amme (Amigos Marianos Missionários da Eucaristia) e autor do Blog A Palavra em palavras, na Tribuna, desde 2011.