Alisson Barreto

Seu deus é Deus? (PARTE 1 DE 2)

Alisson Barreto 11 de outubro de 2016

Seu deus é Deus?

Os camuflados deuses egolátricos

Por Alisson Francisco

 

Conteúdo

PARTE I

- Seu deus é Deus?  Os camuflados deuses egolátricos  

- Explicando o universo e a criação

 

PARTE II

- A egolatria

O Amor Deificante

 

 

Há uma grande diferença entre adorar a um único deus e adorar ao Deus que é único. De modo que uma pessoa adorar a apenas um deus e achar que ele é deus não faz dele Deus, ainda que ela creia nisso.

Numa sociedade relativista como a brasileira, é comum as pessoas acharem que se adoram a um único deus e outras de outras religiões que também adoram a um único deus, então ambas adorariam ao Deus único. Grande falácia e isso será mostrado aqui.

Se você, amado(a) leitor(a), chegasse ao Brasil, na época da chegada dos povos europeus, poderia chegar a uma tribo cujo deus fosse o Sol. Se chegasse ao México, na mesma época, encontraria tribos que temiam a deusa Lua. De acordo com a época e o lugar, encontraria famílias que adoravam unicamente ao deus Thor, ou a Netuno, Poseidon, Iemanjá, Alá ou Jeová.

A essa altura sei que alguns dos leitores estão xingando-me, o que é motivo de grande alegria no Céu e louvado seja Deus!

Como já mencionado na introdução, adorar a um único deus significa que o foco de adoração é destinado a apenas um ente, mas não significa que tal ente seja o Deus único. Numa sociedade politeísta, várias pessoas convivem em um ambiente em que se adoram a vários deuses, mas muitas dessas pessoas adoram a um único deus, distinto dos deuses de outras pessoas.

A crendice falaciosa de que adorar a um deus é adorar ao Deus único é fruto de um relativismo religioso que propicia não uma tolerância de fé, mas um descrédito da virtude da fé, favorecendo instituições como a maçonaria e ideologias teológicas como o panteísmo, o agnosticismo ou o indiferentismo religioso.

Só pode adorar quem tem uma alma espiritual, como no caso das pessoas humanas (que têm corpo e alma espiritual) e dos anjos (que são seres totalmente espirituais). Mas o destino da adoração pode ser a variadas possibilidades. Assim, um homem pode adorar (1) ao Deus Criador, (2) a uma das criaturas ou (3) a invenções humanas ou demoníacas, sejam elas físicas ou de cognoscência.

Vale lembrar que ser espiritual não significa ser mais evoluído ou melhor. Por exemplo, os anjos são seres puramente espirituais, mas há dois tipos: os anjos celestiais, que vivem eternamente salvos, e os demônios, que são anjos decaídos, condenado com pena irrevogavelmente eterna, cujo líder é Lúcifer, conhecido como Diabo (do grego diabolos, “diábolos”, que significa divisor) ou Satanás (que significa Tentador). Note que os termos diabo e tentador podem ser usados como adjetivos quando alguém tenta alguém, por exemplo, e podem ser usados como substantivo próprio, quando em relação ao Inimigo. Assim, na oração do pai-nosso, rogamos a Deus dizendo “mas livrai-nos do Mal”, pedindo a Deus que nos livre da pessoa do Maligno.

Muitas das pessoas se dizem ateias por acharem que o Deus Criador seria uma deus inventado pela mente humana, ou seja, um deus fruto do intelecto humano, um objeto de cognoscência. Mero equívoco, talvez provocado por não compreender o porquê de um anseio por algo maior, que muitas vezes é equivocadamente buscado, ou pelas formas de explicação que receberam, algumas das quais por crenças em metáforas como se fossem concepções denotativas.

Também há casos em que pessoas tomam ciência de adorações mitológicas e as tomam como se confluíssem para as adorações, no fundo, destinadas ao Deus único. A mitologia é uma forma figurada de se explicar algo, segundo as limitações do adorador. Uma adoração mitológica é uma adoração em que não se compreende o sentido metafórico de uma abordagem, tomando-a como verdade objetiva o que é óptica subjetiva.

Explicando o universo e a criação

Existem as coisas criadas, as inventadas e o Ser Criador. Explicando o Universo.

Filosoficamente, o Ato Puro é o termo que melhor caracteriza o Ser Absoluto e é justamente Ele a quem os cristãos chamam de Deus. Ele é o Ser Criador, o Ser por excelência.

Deus é o Ser que criou, dentre outras coisas, a energia geradora do big-bang, que gerou todas formas de existência materiais e imateriais.

As coisas criadas são chamadas de criaturas. As coisas feitas com as coisas pré-existentes são chamadas de invenções. Ou seja, se alguém toma algo criado e faz uma nova coisa ela faz uma invenção. Assim, uma pessoa que adora o deus Sol ela adora a uma criatura. Uma pessoa que adora a ciência ela adora uma invenção, um método, um objeto de cognoscência, um fruto do intelecto humano.

Deus não criou o universo ou os universos a partir da energia, Ele criou todas as coisas a partir do nada, do antes de todas as coisas e para criar todas as coisas só usou a si próprio: a Palavra, o Logos (Logos), o Verbum, o Filho.

Note que há vivências de espiritualidade que seguem preceitos distintos do que Deus determinou. Assim, é possível notar que o Verbum roga ao Pai que todos sejam um (n’Ele) como Ele e o Pai são um, mas os protestantes negam a oração sacerdotal de Jesus e abre igrejas tantas quantas sejam as interpretações da Bíblia e inventam o nome Jeová, pronunciando-o como se fosse o nome de Deus, tomando em vão o nome que creem ser de Deus, desrespeitando a oração sacerdotal de Jesus e descumprindo o preceito de não tirar nem alterar os termos da Bíblia. Aliás, também passaram a usar bíblias com as mais terríveis traduções e com a retirada dos livros que os judeus deixaram de usar para tentar perseguir os cristãos. Da divisão protestante, surgiram inúmeras seitas, algumas das quais mesclando práticas judias com cristãs, dando preferência às práticas judias em relação às tradições cristãs, como no caso de alimentação de guarda do Dies Domini.

No caso dos muçulmanos, eles negam a divindade do Verbum, reduzindo-O em suas consciências a um mero profeta, que seria inferior a Maomé e cujo nome passou a ser incômodo a eles. A origem do Islamismo (religião dos muçulmanos) apresenta uma contradição: eles dizem que começou com a apresentação do Arcanjo Gabriel, mas que tal apresentação seria para motivar Maomé a formar uma nova religião, a qual não toma Jesus como Senhor (Domino, Deus), não quer unidade com Ele e desrespeita a Esposa de Jesus Cristo, que é a Santa Igreja Católica.

Quanto aos espíritas, vivem da prática da infração à proibição de não evocação dos mortos, a que eles chamam de mediunidade, bem como da de magia, nos chamados “passes”. As infrações aos preceitos relacionados ao ocultismo, à obscuridade e à magia são muitíssimo graves, pois são um desrespeito direto a uma ordem de Deus e uma busca por soluções fora do que Deus propõe, abrindo espaço para ações dos anjos decaídos, os quais podem passar-se por quaisquer pessoas, tendo em vista que são seres espirituais, não têm corpo.

É possível que anjos decaídos se passem por entes falecidos ou mesmo por anjos para motivar pessoas a se afastarem da santa doutrina e realizarem práticas condenáveis como a apostasia, a heresia, o ocultismo, a quiromancia, a magia, o desrespeito ou até a difamação à pessoa de Jesus Cristo ou de pessoas instituídas por Ele para guiar o Seu rebanho, que são os membros da Igreja. O Maligno é chamado de pai da mentira e isso é fato, pois já levou muitos a formar religiões e denominações religiosas, já levou muitos a ignorar o valor de Jesus Eucaristia, a desrespeitar e desonrar a Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como a tratar desrespeitosamente a Esposa do Cordeiro de Deus, que é a Una, Apostólica e Santa Igreja Católica.

Como se percebe, muitos dizem adorar a um único Deus, mas na verdade adoram a realidades que não se coadunam com a adoração ao Deus único.

(continua em http://www.tribunahoje.com/blog/14079/a-palavra-em-palavras/2016/10/11/seu-deus-e-deus-parte-2-de-2.html)

Maceió, 10 (postado dia 11) de outubro de 2016.

Alisson Francisco Rodrigues Barreto*

*Poeta, filósofo, bacharel em Direito, pós-graduado. Autor do blog A Palavra em palavras. Missionário católico leigo, membro dos Amigos Marianos Missionários da Eucaristia, Amme.