
Medicina veterinária avança em Alagoas com profissionais cada vez mais qualificados
Estado se destaca nacionalmente na atuação, formação e valorização de médicos-veterinários e zootecnistas
Por Ana Paula Omena, Lucas França e Valdete Calheiros - Repórteres / Bruno Martins - Revisão / Edilson Omena - Foto de capa | Redação Tribuna Hoje
A reportagem do portal Tribuna Hoje vai veicular três reportagens especiais da série: “O avanço da medicina veterinária em Alagoas: expansão, mercado e cuidados com os animais”. A proposta é mostrar como o estado tem se consolidado como referência na formação, qualificação e atuação de profissionais que fazem a diferença não apenas no cuidado com os animais, mas também na saúde pública, na pesquisa e no desenvolvimento de novos serviços e tecnologias.
E, nesta primeira reportagem, o foco está na expansão dos cursos de Medicina Veterinária no estado e na capacitação dos profissionais. A matéria mostra como o ensino, aliado ao uso de tecnologias modernas, tem transformado o processo de formação dos estudantes e contribuído para um mercado cada vez mais exigente e especializado.
Nos próximos capítulos da série, também serão abordadas o crescimento do mercado pet com os números de micro e pequenas empresas abertas voltadas a este setor, o tratamento dos responsáveis legais com os seus bichinhos e os novos serviços oferecidos para os animais que são membros de muitas famílias brasileiras. Acompanhe e conheça mais sobre o trabalho de quem dedica a vida à proteção da saúde animal e ao bem-estar da sociedade.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária de Alagoas (CRMV/AL) possui um total de 2.361 profissionais inscritos, dos quais 1.993 médicos-veterinários e 368 zootecnistas.
Do total de médicos-veterinários, 1.513 estão atuando. São 745 mulheres e 765 homens. Do total de zootecnistas, os 368 são atuantes, sendo 140 homens e 108 mulheres.
Existem no estado 162 clínicas veterinárias registradas no Conselho, das quais 97 estão na capital. Por lei, toda clínica tem que ter um médico-veterinário como responsável técnico. Essa obrigatoriedade está disposta pela Lei Federal 5.517/68, em seu artigo 28.
Conforme o CRMV/AL, as primeiras escolas de Medicina Veterinária no Brasil foram criadas no século XX, sob regime republicano. Em 1910, surgiram as instituições pioneiras no país, como a Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, fundada pelo Decreto n° 8.319, de 20 de outubro, e a Escola de Veterinária do Exército, instituída pelo Decreto n° 2.232, de 6 de janeiro, ambas na cidade do Rio de Janeiro.
As escolas, no entanto, só começaram suas atividades nos anos de 1913 e 1914, respectivamente. Em 1911, mais uma escola de Medicina Veterinária foi instalada, em Olinda, Pernambuco. As primeiras turmas de médicos-veterinários brasileiros foram formadas em 1917.
De acordo com a presidente do CRMV/AL, Annelise Nunes, a Medicina Veterinária tem vivenciado importantes avanços nos últimos anos, refletindo tanto a evolução da ciência quanto o crescente reconhecimento da profissão pela sociedade.
Um dos principais marcos desse progresso, conforme a presidente do Conselho, é o reconhecimento social da importância do trabalho do médico-veterinário, que atua em diversas frentes fundamentais para a saúde única – integrando a saúde animal, humana e ambiental.

“Esses avanços podem ser observados em diversas frentes, como o maior reconhecimento social da profissão. A sociedade tem compreendido cada vez mais a relevância do médico-veterinário em múltiplas áreas de atuação, que vão muito além da clínica de pequenos animais. O profissional atua diretamente na saúde pública, segurança alimentar, controle de zoonoses, produção animal sustentável, preservação ambiental, entre outros campos fundamentais para o bem-estar coletivo”, defendeu.
Ela citou também os avanços tecnológicos em diagnóstico e tratamento. Annelise Nunes detalhou que a Medicina Veterinária incorporou tecnologias de ponta que permitem diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes.
“Equipamentos como ressonância magnética, tomografia computadorizada, por exemplo, e exames laboratoriais especializados que contribuem para uma medicina mais moderna e eficiente. Isso sem falar em uma maior qualificação e especialização profissional”, discorreu.

A presidente do CRMV/AL lembrou que a busca por qualificação tem se intensificado, com o crescimento da oferta de cursos de especialização, mestrado e doutorado.
Hoje é comum, completou ela, encontrar médicos-veterinários especializados em áreas específicas como cardiologia, nefrologia, endocrinologia, gastroenterologia, oncologia, patologia, reprodução animal, entre outras.
“Essa segmentação permite um atendimento mais aprofundado e tecnicamente embasado. Temos que citar também as conquistas no controle e erradicação de enfermidades. O Brasil obteve avanços significativos no controle de doenças de impacto nacional e internacional. Um marco recente foi a certificação, em maio de 2025, concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que reconheceu o Brasil como território livre de febre aftosa sem vacinação – um feito histórico que demonstra a eficácia das políticas sanitárias e o comprometimento dos profissionais da área”.
A presidente do Conselho citou ainda o fortalecimento da pesquisa e ensino por meio da pós-graduação, uma vez que os programas de pós-graduação (mestrados e doutorados) têm gerado pesquisas relevantes que impactam diretamente o ensino, o desenvolvimento de novas terapias, técnicas de reprodução, métodos de produção animal e estratégias para o controle de zoonoses.
“Essa produção científica fortalece a base de conhecimento da profissão e contribui para seu constante aperfeiçoamento. Outro ponto a destacar é a regulamentação da telemedicina veterinária que ampliou o acesso aos serviços veterinários, especialmente em regiões remotas. As modalidades como teleconsulta, telemonitoramento, teleorientação, teletriagem, teleinterconsulta e telediagnóstico trouxeram praticidade, agilidade e segurança tanto para os profissionais quanto para os responsáveis de animais”.

E, por fim, Annelise Nunes citou o avanço na legislação com a criminalização do exercício ilegal da profissão, com a aprovação do Projeto de Lei nº 7323/2014 na Câmara dos Deputados, o que representa um importante avanço para a valorização da profissão. A proposta, segundo ela, altera o Código Penal para tipificar como crime o exercício ilegal da Medicina Veterinária.
Finalizando sua segunda gestão, Annelise Nunes fez história ao se tornar a primeira mulher eleita para a presidência do CRMV/AL.
Conforme a presidente, a vistoria nas clínicas consiste basicamente em verificação do registro da clínica no CRMV, bem como se possui Anotação de Responsabilidade Técnica homologada. Em seguida, é feita a verificação da estrutura do estabelecimento, com base na Resolução 1.275/19.
Os médicos-veterinários podem ter título de especialistas nas áreas de acupuntura; anestesiologia; cardiologia; cirurgia; dermatologia; diagnóstico por imagem na Medicina Veterinária; endocrinologia; homeopatia; inspeção higiênica, sanitária e tecnológica de produtos animais; tecnologia de produtos de origem animal e de saúde pública; medicina de animais selvagens; Medicina Veterinária intensiva; Medicina Veterinária do coletivo; Medicina Veterinária comportamental; Medicina Veterinária legal; nutrição de cães e gatos (médicos-veterinários e zootecnistas), nutrição e nutrologia de cães e gatos (médicos-veterinários); oftalmologia e patologia.
No último dia 30 de setembro, o CRMV/AL elegeu, com 446 votos (78,76%) dos 559 votos válidos, a chapa “Fortes Juntos. Éticos Sempre”, encabeçada pelo médico-veterinário Diogo Câmara. O novo presidente será empossado em dezembro deste ano e ficará à frente da autarquia até 2028.
'A produção científica fortalece a base de conhecimento da profissão e contribui para seu constante aperfeiçoamento. A regulamentação da telemedicina veterinária. que ampliou o acesso aos serviços, é outro ponto a destacar', afirmou Annelise Nunes.

Alagoas tem nomes destacados na área em legado profissional passado de pai para filha
Inspirada no pai, o médico-veterinário Paulo Bezerra Nunes, diga-se de passagem, o primeiro médico-veterinário a atuar em Alagoas, a também médica-veterinária Paula Jackelinne de Freitas Nunes Tenório escolheu a profissão por ter em casa um exemplo. Ambos se formaram na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
“Desde que nasci, tive a oportunidade de conviver com animais, com a clínica, de ver o trabalho que ele desenvolvia, aquele cuidado, a atenção, a dedicação, a ética. Tudo isso aflorou em mim e passei a desenvolver esse amor, essa vontade de cuidar, de pegar um animalzinho doente e devolver a saúde a ele”. Paula Nunes tem irmãos e apenas ela seguiu a profissão.
Conforme a médica, a união da Medicina Veterinária tradicional e os recursos tecnológicos beneficia tanto o profissional quantos os animais. Antes, relacionou Paula Nunes, era necessário ao profissional ter muita percepção do animal, fazer uma anamnese (coleta de dados de todo histórico do animal, tudo que está acontecendo com ele no momento) de rotina e através de poucos recursos: ausculta, oftalmoscópio e otoscópio, tinham que pensar no diagnóstico sem ter acesso a nenhum exame. “Atualmente, com toda tecnologia à disposição, conseguimos chegar a resultados muito mais precisos e em menor tempo”, comparou.

Paula Nunes calcula que já atendeu cerca de 10 mil animais. Desde que abriu sua própria clínica veterinária, há 20 anos, já se somam quase sete mil prontuários.
Na avaliação da médica-veterinária, alguns conselhos são essenciais para quem pretende seguir a carreira. O primeiro, destacou ela, é ter amor aos animais. Na sequência e juntos estão o respeito pelos animais, o respeito pelos tutores, ter a vontade de cuidar, ter responsabilidade com a vida e ser ético.
“Outro conselho importantíssimo é estudar muito e continuar se dedicando às atualizações. A escolha da Medicina Veterinária é por toda uma vida. Estou formada há 25 anos e não paro de me atualizar. Estou sempre em todos os congressos, todos os eventos e todas as palestras e mesmo assim sei que tem sempre coisa nova para aprender. Ao escolhermos Medicina Veterinária, assumimos o compromisso de nos entregarmos 100% para os animais e, consequentemente, para os seus tutores”, salientou.
A médica-veterinária Paula Nunes destacou que a maior demanda da clínica são os cuidados preventivos, ou seja, a questão de manejo, de como cuidar, as vacinas, as proteções contra pulga, carrapato, sarna, a alimentação correta e a vermifugação.
Depois da medicina veterinária preventiva, estão os problemas dermatológicos, os problemas gastrointestinais que estão ligados também à dermatologia, porque as pessoas tendem a oferecer tudo que comem aos pets, então eles desenvolvem muitos problemas estomacais, vômitos, diarreia e alergias que podem aparecer na pele.
“Depois disso, as doenças transmitidas pela picada do carrapato e as cirurgias eletivas como as castrações. E tratamentos como as tartarectomias que são a limpeza dos dentes”, relacionou.
Paula Nunes destacou a gama de recursos que a Medicina Veterinária tem à disposição, como os laboratórios, exames de ultrassonografia, oftalmoscópio, além dos aparelhos para as cirurgias.

Homenagem na Assembleia Legislativa de Alagoas
- A Assembleia Legislativa de Alagoas realizou, na tarde de 8 de agosto de 2025, uma sessão solene proposta pelo deputado Delegado Leonam (União Brasil) para homenagear profissionais da Medicina Veterinária no Estado, entre ele o médico-veterinário Paulo Bezerra Nunes. Pioneiro da profissão em Alagoas e primeiro inscrito no CRMV/AL, o médico-veterinário foi agraciado com a comenda que leva seu nome.
- Na ocasião, a médica-veterinária Paula Nunes Tenório foi condecorada de forma dupla: além da comenda Paulo Bezerra Nunes, em reconhecimento aos seus 25 anos de profissão, ela recebeu a comenda de mérito Vera Arruda, em reconhecimento à sua atuação ética e comprometimento com o empreendedorismo feminino à frente da clínica Animal Amigo. Conforme o deputado, o objetivo é valorizar o papel dos médicos-veterinários na saúde pública e no bem-estar animal.
O médico-veterinário Paulo Bezerra Nunes presidiu o CRMV/AL por quatro mandatos, sendo considerado um alicerce da profissão.
Emocionado, Paulo Bezerra agradeceu ao parlamento alagoano e ao autor da proposta. “Essa é uma emoção inédita. Nunca houve no Brasil uma comenda com o nome de um médico-veterinário. Ver essa transformação da profissão em Alagoas e perceber o novo olhar da sociedade para os animais é muito gratificante. Afirmo com toda certeza: o ser humano também precisa de afeto e os animais sabem como fazer isso. É uma honra muito grande receber esse reconhecimento que o deputado Delegado Leonam nos proporcionou”, afirmou.

Paula Nunes destacou a alegria e o orgulho que sente em seguir os passos do pai, um profissional que tanto contribuiu para a valorização da Medicina Veterinária.
Além de Paulo Bezerra e Paula Nunes também foram homenageados com certificados especiais os profissionais da Medicina Veterinária: Larissa Otaviano da Rocha, Luiz Eduardo Silva Rocha, Sophia Cavalcante Costa de Sousa, Ana Thereza Macêdo, Thaís Soares Balbino, Mailan Roberto Patrício Maia, Jéssica Lopes Rodrigues, Jéssica Monteiro Queiroz de Medeiros, Antônio de Barros Salgueiro Neto, Wellington Monteiro da Anunciação, Catarina Pereira Verçosa, Graciella Santana Amâncio dos Santos, Juliano Sarmento Macedo, Rael Lucas Fonseca de Almeida, Kleber Barros Nunes, Vânia Maria Pedrosa, Thiago de Melo Pedrosa, Édson Gomes da Silva, Emanuel Wianês Duarte Barros, Leonardo Fonseca de Cerqueira, Patrícia Karla de Luna Magalhães, Evelynne Hildegard Marques de Melo e Erivan Luiz Pereira de Andrade.

Medicina Veterinária na Ufal
O curso de bacharelado em Medicina Veterinária da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) foi fundado no dia 15 de setembro de 2006, como recordou o coordenador do curso, professor doutor Danillo de Souza Pimentel.
Na Ufal, o curso de Medicina Veterinária tem duração de cinco anos, divididos em 10 semestres, em regime integral, somando 4.500 horas/aula. Atualmente tem 311 estudantes matriculados.
Entre os avanços no ensino e na pós-graduação, o coordenador do curso citou a pós-graduação stricto sensu ampliada. Segundo ele, o Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal (PPGCA), sediado no Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca), que já atuava no mestrado, abriu edital do primeiro doutorado em Ciência Animal. O mestrado em Ciência Animal funciona desde 2016, com aprovação pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) em 2015, além da melhoria da avaliação institucional e credenciamento.
Ainda conforme o professor doutor Danillo de Souza Pimentel, a Ufal tem alcançado sua melhor avaliação em programas de pós-graduação (triênio recente) segundo a Capes, com crescimento de 45% no conceito, mesmo sob adversidades, como os cortes orçamentários.
“O curso de Veterinária também apresenta bom conceito junto ao Ministério da Educação, segundo matérias mais antigas (por exemplo, nota preliminar=4, conceito de curso=4, Enade=3). Destacamos também a ampliação de vagas e melhoria das condições de ensino. O curso, que antes oferecia 40 vagas por ano, passou a oferecer 60 vagas anuais com duas entradas semestrais, além da mudança de sede parcial para o Campus Ceca, em Rio Largo, o que ajudou no acesso e permanência dos estudantes”, citou.
O coordenador do curso destacou também os projetos de extensão com impacto social e ambiental forte, a exemplo do Projeto Agenda Resolutiva, uma parceria entre Ufal, Braskem, Ministério Público Estadual, entre outros, focado em captura, esterilização de felinos, adoções e posse responsável.

“São mais de oito mil animais atendidos, cinco mil castrações realizadas e a construção do Parque dos Gatos com capacidade para acolher 560 gatos”, detalhou Danillo de Souza Pimentel.
Ele também citou o Grupequi, Programa de Apoio aos Animais que já atendeu mais de oito mil pets nas áreas afetadas pela subsidência em Maceió, atuando também em saúde animal, terapias integrativas, clínica de equídeos (mamíferos pertencentes à família Equidae, que inclui cavalos, pôneis, asnos ou burros e selvagens como as zebras).
“Temos pesquisas em Medicina Veterinária usadas para embasar proposições legislativas na área animal, como sobre castração, posse responsável e educação ambiental. TCCs [trabalhos de conclusão de curso] e estudos como ‘levantamento dos casos de onfalopatias [constituem em conjunto de enfermidades associadas à infecção dos remanescentes umbilicais, levando a prejuízos econômicos e podendo levar o animal a óbito ou comprometer o crescimento e rentabilidade do sistema produtivo] em bezerros’ no Hospital Veterinário da Ufal, para identificação de problemas de saúde animal na região. Tudo isso fortalece a Ufal como centro de referência em Ciência Animal em Alagoas. O curso de Medicina Veterinária passou a integrar mais o campus Ceca, aumentando infraestrutura, acesso e visibilidade”.
A Ufal também realiza, citou o professor doutor, a integração ensino-extensão-pesquisa com demandas locais em ações que atendem problemas regionais, a exemplo de abandono animal, saúde pública (leis, políticas), bovinocultura/produção animal e atendimento clínico e cirúrgico em animais de companhia e grandes animais.
O coordenador do curso de Medicina Veterinária da Ufal, Danillo de Souza Pimentel é médico-veterinário, mestre e doutor em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, com atuação voltada às Ciências Morfológicas. Atualmente, atua como professor da área de Morfologia Animal na Ufal e coordena o curso desde 2021. Também coordena a Liga Acadêmica de Pesquisa em Anatomia Animal.
É membro da Sociedade Brasileira de Anatomia, também integra o Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Ufal. Tem atuação destacada como perito técnico em parceria com a Delegacia de Crimes Ambientais do Estado de Alagoas, prestando apoio especializado no diagnóstico morfológico e anatomopatológico em casos suspeitos de maus-tratos contra animais, contribuindo para a responsabilização legal dos agressores e a promoção do bem-estar animal.
Nos bancos da Ufal e de olho na saúde dos animais; aluno tem paixão pela profissão que escolheu para a vida
De olho nos nomes que escreveram e ainda escrevem a história da Medicina Veterinária em Alagoas e Brasil afora está o acadêmico da Ufal Rafael Barbosa Silva dos Santos, de 22 anos, aluno do 5º período de Medicina Veterinária.
Nascido em Igaci, no interior alagoano, ainda criança teve contato direto com os animais do sítio do avô. Desde então, criou apego e amor muito grande pelos animais.
“Sempre estudei e foquei no Enem para passar em Medicina Veterinária. Tenho um olhar para além da graduação, então após concluí-la, pretendo fazer especialização, pós, mestrado e doutorado, para adquirir o máximo de conhecimento possível e me tornar um profissional de excelência no mercado. Quero me especializar em clínica médica e cirúrgica de equídeos”, contou.

Segundo Rafael Barbosa, dentro da medicina veterinária, várias tecnologias estão se intensificando e fortalecendo o mercado. No entanto, ele acredita que tecnologia de forma isolada não forma um bom profissional. “Para além das tecnologias, temos que ter um lado humanizado e diferenciado para cada espécie de animal. O que realmente faz diferença é a capacidade de unir ciência e sensibilidade, valorizando tanto os recursos diagnósticos quanto o olhar clínico atento e o cuidado humanizado com cada animal. Sendo assim, é possível formar um profissional capacitado, de excelência e que enxergue que os animais merecem ser tratados com o máximo de atenção possível”, ensinou o acadêmico já com ares de professor.
Medicina Veterinária no Cesmac completa 25 anos
No mês de setembro, o curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac completou 25 anos de existência, demonstrando o compromisso da instituição com a educação e a sociedade alagoana. O curso foi o pioneiro no estado e está consolidado como referência na formação de profissionais qualificados.
O curso é avaliado com conceito máximo do Ministério da Educação e atualmente possui 420 discentes. O tempo de formação é de cinco anos.
Composto por um quadro docente de especialistas, mestres e doutores que se aperfeiçoam constantemente com inovações pedagógicas, a Medicina Veterinária do Cesmac dispõe de uma infraestrutura com salas de aulas bem equipadas, fazenda escola e uma clínica escola com salas de consultas para animais de companhia (pet), de produção, pets não convencionais e silvestres, centros cirúrgicos e laboratórios diagnósticos (doenças parasitárias, análises clínicas, doenças infectocontagiosas, patologia animal, radiologia, ultrassonografia, cardiologia).

O intuito do Cesmac é proporcionar ao discente a vivência da teoria com a prática da profissão e formar profissionais competentes, críticos e éticos.
Nesse sentido, o curso acompanha os avanços científicos da Medicina Veterinária com o objetivo de promover saúde e bem-estar para os animais, para a humanidade a para o meio ambiente.
O coordenador do curso de Medicina Veterinária do Cesmac, professor Vítor de Melo, explicou que na graduação existem mais de 80 áreas que o profissional pode atuar, como a clínica médica geral e as diversas especialidades, citando aqui algumas como: cardiologia, dermatologia, odontologia, neurologia e oftalmologia, cirurgias de baixa e alta complexidade, laboratórios diagnósticos, reprodução animal, nutrição animal, defesa sanitária animal e vigilância sanitária.

O jubileu da Medicina Veterinária do Cesmac foi celebrado com uma edição especial da Joinvet (Jornada Integrada de Medicina Veterinária).
Iniciado no dia 22 de setembro último, a solenidade de abertura da Joinvet reuniu autoridades acadêmicas, professores, estudantes e profissionais da área no campus de Marechal Deodoro, no litoral sul alagoano.
No evento, foi destacada a importância da trajetória do curso para o estado, assim como reafirmado o compromisso institucional do Cesmac com a ciência, a pesquisa e a formação ética e humanística de seus alunos.
Os participantes prestigiaram a palestra magna ministrada pelo Doutor Felipe José Feitoza Bastos que abordou o tema “Competências profissionais do médico-veterinário: qual o perfil do profissional disputado no mercado de trabalho”.
A reflexão trouxe apontamentos sobre os novos desafios e as exigências atuais do mercado, reforçando a necessidade de constante atualização e excelência técnica.
A programação durou uma semana com palestras, minicursos e atividades práticas que abrangem diversas áreas da Medicina Veterinária, promovendo um espaço de troca de experiências, atualização científica e networking entre estudantes, professores e profissionais.
Para o coordenador do curso, a Joinvet 2025 foi um marco na história da instituição. “Celebramos 25 anos de dedicação ao ensino, à pesquisa e à formação técnica, ética e humanística, reafirmando o compromisso do Cesmac com a excelência acadêmica e com o futuro da profissão”, afirmou Vítor de Melo.