
Higiene bucal e acompanhamentos com especialistas diminuem chances de casos de câncer de boca
Até o final de 2025, Alagoas deve contabilizar 230 novos casos de câncer de boca e profissionais alertam para os perigos da doença; em dois anos, estado registrou 87 óbitos
Por Lucas França e Valdete Calheiros - Repórteres / Bruno Martins: Revisão / Sandro Lima: Foto | Redação
Até o final deste ano, devem ocorrer em Alagoas 230 casos de câncer na cavidade oral. Deste total, 160 serão em homens e 70 em mulheres. Pelo menos é o que apontam as estimativas feitas pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) para o estado.
Ainda conforme o Inca, o câncer de cavidade oral está entre os mais incidentes na população masculina no Brasil, ocupando o quinto lugar (excetuando-se o câncer de pele não melanoma). Ao todo, no Brasil, são estimados 15.100 novos casos em cada ano do triênio 2023/2025, sendo 10.900 em homens e 4.200 em mulheres.
O Inca explicou que, como o câncer é uma doença que não possui notificação obrigatória, o Instituto não trabalha com dados de incidência, mas sim com dados de estimativas de câncer, que são divulgados a cada três anos. As estimativas mais recentes correspondem ao triênio de 2023 a 2025, com números que se repetem em cada um desses anos.
O câncer da boca (também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral) é, segundo o Inca, um tumor maligno que afeta os lábios e as estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca (palato), língua (principalmente as bordas) e a região embaixo da língua (assoalho da boca).
Cirurgiã-dentista ressalta que é crucial manter uma boa higiene bucal para evitar doença em todas as faixas etárias e sexos
O câncer de boca está entre os mais incidentes no Brasil, principalmente na população do sexo masculino. Embora haja estratégias para prevenção e diagnóstico precoce, a maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados.
Em Alagoas, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), nos últimos dois anos foram registrados 87 óbitos por câncer de cavidade oral. Conforme o levantamento da secretaria, em 2024 foram 20 mortes e, em 2023, 67, sendo 60 óbitos em homens e 27 em mulheres. “Os dados estão sujeitos a revisão e foram tabulados em 16 de janeiro deste ano”.
Ainda segundo o levantamento, as mortes variam entre faixas etárias, mas com maior número entre a população acima de 70 anos. Entre 30 e 39 anos foram registrados dois óbitos, de 40 a 49 anos foram seis óbitos, entre 50 e 59 anos ocorreram 19 óbitos, de 60 a 69 anos foram 24 óbitos, entre 70 e 79 anos foram 25 óbitos, e acima de 80 anos foram 11 óbitos.
A Sesau destaca ainda que, em 2023, foram diagnosticados uma média de 230 pacientes com câncer de cavidade oral, também chamado de câncer de boca. Desses, 160 eram homens e 70 mulheres. “Os dados de 2024 ainda não estão disponíveis, pois estão sendo tabulados”.
A coordenadora do Programa Estadual de Saúde Bucal, cirurgiã-dentista Lisiane Torres, ressalta que é crucial manter uma boa higiene bucal para evitar a doença, mas não apenas isso. “Também devemos adotar cuidados simples, como evitar fumar, não consumir bebidas alcoólicas em excesso e usar preservativo na prática do sexo oral. Também é importante manter uma alimentação rica em legumes, verduras e frutas”, explicou.

O câncer bucal é um dos principais problemas oncológicos no Brasil. Estimativas do Inca apontam que cerca de 15 mil novos casos são registrados por ano no país. Por isso, o papel dos cirurgiões-dentistas da Atenção Básica é fundamental para o controle da doença. Para tanto, é essencial que estejam sensibilizados e capacitados para desenvolverem ações de prevenção e detecção precoce desse câncer e, assim, contribuírem para o tratamento em tempo oportuno.
Para que a investigação diagnóstica dos casos suspeitos ocorra de maneira eficiente, a partir de uma anamnese detalhada, um exame físico sistemático, com a utilização adequada de exames complementares e indicação para a realização de biópsias, é necessário que os dentistas que compõem as equipes de saúde bucal da Atenção Básica mantenham-se atualizados.
Torres destacou ainda que é bom ficar atento a mudanças na coloração ou no aspecto da boca e que o diagnóstico precoce da doença é fundamental para a melhor efetividade do tratamento. “O câncer bucal é um tumor maligno que afeta os lábios e as estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca e a língua. Esse é o quinto tumor mais frequente em homens no Brasil. Por isso, precisamos focar na prevenção”, frisou.
Câncer bucal e aparelho: casos devem ser tratados de forma individual
Como se já não bastasse um diagnóstico de câncer de boca por si só ser um divisor de águas e levantar muitas dúvidas em um paciente, imagine, então, se esse diagnóstico é dado, por exemplo, durante um tratamento ortodôntico.
O presidente da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (Abor), em Alagoas, Hibernon Lopes Lima Filho, explicou que, quando o paciente está sendo tratado ortodonticamente e recebe um diagnóstico de câncer, a primeira coisa a fazer é conversar com um médico oncologista para saber qual é o câncer, onde é o câncer e como será o tratamento do câncer.

“Explicando de forma bem genérica, pois os casos devem ser tratados com a devida individualidade, o ortodontista remove o aparelho ou suspende o tratamento ortodôntico ou ainda finaliza de uma forma mais objetiva, mais simples, antes de o paciente começar o tratamento quimioterápico ou radioterápico, para não ter nenhum problema durante essa fase em que o paciente fica com sua imunidade muito baixa”, detalhou.
Hibernon Lopes Lima Filho lembrou que no tratamento ortodôntico, o aparelho em si já dificulta a higienização, então qualquer má higienização nessa fase de tratamento com radioterapia e quimioterapia pode levar a uma infecção mais grave. O tratamento ortodôntico, acrescentou, será retomado após a liberação do oncologista.
'O câncer bucal é um tumor maligno que afeta os lábios e as estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca e a língua. Esse é o quinto tumor mais frequente em homens no Brasil. Por isso, precisamos focar na prevenção' - Lisiane Torres

(Foto: Carla Cleto / Ascom Sesau)
Somente no PAM Salgadinho, em Maceió, 28 pacientes foram diagnosticados com a doença em 2024
Segundo um levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) solicitado pela reportagem do portal Tribuna Hoje, em 2024 foram diagnosticados 28 pacientes, contra 33 em 2023, somente no PAM Salgadinho (ressaltamos que esses dados são do bloco F, Estomatologia do PAM Salgadinho, que atende também pacientes com domicílio em outros municípios do estado).
Os dados da SMS apontam que, no ano passado, um paciente veio a óbito. “Esse paciente foi acompanhado pelo Consultório na Rua, outros casos não temos a informação”.

ATENDIMENTO, TRATAMENTO E UNIDADES DE REFERÊNCIA
Lisiane Torres pontuou, ainda, que é possível encontrar atendimento odontológico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Rede de Atenção Primária nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos 102 municípios de Alagoas. “A Sesau, através do Programa Estadual de Saúde Bucal, oferece total suporte aos municípios, com capacitações para os profissionais e campanhas que incentivam o cuidado e a educação em saúde bucal”.
A especialista alerta que, em caso de lesões suspeitas, manchas ou lesões esbranquiçadas e espessas, é importante procurar um cirurgião-dentista a cada três ou quatro meses. Para os pacientes que já foram tratados, a avaliação médica também deve ocorrer a cada três ou quatro meses. Na maioria dos casos, o tratamento é cirúrgico. A cirurgia consiste na retirada da área afetada pelo tumor, associada à remoção de linfonodos do pescoço e reconstrução do local, quando necessário.
Por fim, a cirurgiã-dentista da Sesau chamou a atenção para a importância do suporte odontológico durante o tratamento do câncer para minimizar os efeitos adversos da cirurgia, da quimioterapia e da radioterapia. “É importante desenvolver políticas públicas que fortaleçam e implementem programas de rastreamento para o diagnóstico precoce do câncer bucal, especialmente na população de alto risco”, finalizou.
Em Alagoas, o Hospital Universitário e a Santa Casa de Maceió, além do PAM Salgadinho, ambos na capital, são referências no atendimento e tratamento da doença. Já no interior, o Hospital Chama, localizado em Arapiraca, realiza os procedimentos.
Professor de Estomatologia da Ufal alerta para os perigos da doença
O professor associado da disciplina de Estomatologia, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o doutor Luiz Carlos Oliveira, fez um alerta sobre a doença. “É necessário que as pessoas compreendam que o câncer de cavidade oral não surge da noite para o dia. É um processo longo, onde os fatores vão se acumulando durante toda a vida e mutacionando algumas células, até surgir a doença”, explicou.
Outro ponto abordado pelo doutor é que, apesar das campanhas, embora poucas, como ele próprio frisou, o número de casos novos só aumenta a cada ano. Para corroborar com a informação, ele citou os dados apresentados pelo Inca.
Conforme o professor, os homens são normalmente em número maior devido aos hábitos e vícios mais comuns a esse gênero. Luiz Carlos Oliveira é mestre em Estomatologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutor em Estomatologia pela UFPB e UFBA (Universidade Federal da Bahia).

“O câncer é uma doença caracterizada por fatores irritativos que se acumulam durante toda a vida e que favorecem a sua formação. Por isso, ele se torna mais frequente entre pessoas na faixa etária acima dos 40 anos. Porém, nas últimas décadas, notou-se um aumento na incidência do câncer oral em pacientes jovens e com ausência dos fatores de risco predominantes, levando a crer que sua origem possa estar ligada a outros fatores, como, por exemplo, os vírus presentes na microbiota oral”, detalhou o doutor em Estomatologia.
Entre os fatores que podem causar o câncer de cavidade oral, o professor Luiz Carlos Oliveira citou o tabagismo como o principal fator e iniciador de todo o processo.
Na lista constam ainda o álcool, o Papilomavírus Humano (HPV), os raios solares (UV) e as radiações ionizantes, como o raio-X. “Além desses fatores mais comuns, a dieta, o histórico familiar de câncer, a saúde bucal, a exposição ocupacional e as doenças da mucosa oral também são etiologias possíveis do câncer bucal”, salientou o professor da Ufal.
Segundo Luiz Carlos Oliveira, é de suma importância a ida regular ao dentista, pois os sinais e sintomas do câncer inicial são muito leves, levando ao engano de tratá-lo como se fosse uma lesão benigna. Outro aspecto importante, destacado pelo doutor, diz respeito ao autoexame.
“Todo mundo tem espelho em casa, então pode-se fazer um exame na própria boca à procura de manchas, feridas, caroços, entre outras alterações que podem ser um câncer em fase inicial. A periodicidade depende dos hábitos e vícios, pessoas expostas aos fatores de risco devem fazer o exame preventivo a cada seis meses”, orientou.
A doença pode ser diagnosticada em uma consulta de rotina ao dentista. Isto porque, o profissional atualizado, acrescentou ele, tem todas as ferramentas para diagnosticar o câncer de boca, não só através do exame clínico em si, como também através do uso de citologias ou biópsias. “O câncer bucal pode se apresentar, por exemplo, na forma de uma ferida que não cicatriza há mais de 15 dias, mesmo que seja indolor, lesões esbranquiçadas ou avermelhadas, áreas endurecidas, podem ser sintomas de câncer bucal. Ou seja, não devemos esperar que a ferida venha a doer para procurarmos um profissional”, salientou.

O doutor Luiz Carlos Oliveira frisou que o principal tratamento é a cirurgia para a retirada total da lesão, porém pode ser necessário a utilização de outras modalidades de tratamento, como a radioterapia e a quimioterapia. O tratamento será determinado dependendo do estágio em que se encontra a lesão. “O câncer bucal, quando detectado precocemente, mostra chance de cura de aproximadamente 95%. Quanto mais tardio o diagnóstico, mais difícil o tratamento e a cura. Atrelado a essa afirmação, podemos dizer que a possibilidade de morte é maior.”
Conforme o professor da Ufal, o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) relata uma taxa de 4.506 óbitos por câncer de boca no total, sendo 3.335 em homens e 1.171 em mulheres, o que corresponde a uma taxa de mortalidade de 3,4 óbitos para cada 100 mil homens e 1,1 óbito para cada 100 mil mulheres.
No Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, ligado à Ufal, existe um projeto denominado “Serviço de Diagnóstico e Prevenção do Câncer de Boca”, onde são atendidos pacientes de qualquer parte do estado ou de outras localidades. Luiz Carlos Oliveira explicou que são realizados exames clínicos, palestras, citologia, biópsias e orientação de prevenção. “O diferencial é que realizamos tudo isso em um pequeno espaço de tempo, sem a necessidade de o paciente ficar aguardando por meses, até mesmo porque o câncer não espera o diagnóstico, ele continua crescendo. Outro ponto importante é que nesse serviço também diagnosticamos e tratamos lesões de origem psicossomática. Trabalhamos junto com o dentista da Unidade Básica de Saúde (UBS) Village Campestre”, concluiu. Marcações podem ser feitas ligando para o telefone (82) 3214-1162.

SEMANA NACIONAL DE PREVENÇÃO DO CÂNCER BUCAL
- A Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal, instituída pela Lei nº 13.230/2015, sancionada em 2016, é realizada anualmente na primeira semana de novembro. O objetivo é promover a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e de ações preventivas.
- O câncer bucal é um tumor maligno que afeta os lábios e o interior da boca. Os sintomas incluem: feridas que não cicatrizam, inchaços, dor persistente na garganta e manchas na boca.
- Os fatores de risco para o câncer bucal são: fumo, álcool, má higiene bucal, dieta pobre em vitaminas e exposição excessiva ao sol. O tratamento para o câncer bucal é geralmente cirúrgico.
Tabaco e álcool são fatores de risco para o câncer de boca
O tabaco e o álcool são os principais fatores de risco para o câncer de boca, apontou o Inca. Outros fatores, como a dieta pobre em frutas e vegetais, a infecção pelo vírus HPV e a exposição dos lábios ao sol sem proteção, também aumentam o risco de câncer de boca.
O Inca também disponibilizou dados de mortalidade por câncer, através do Atlas de Mortalidade por Câncer. Os números são do Datasus (Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde) e a atualização mais recente é de 2022. De acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer, em 2022, houve 6.605 mortes por câncer de cavidade oral no Brasil (5.086 pacientes do sexo masculino e 1.519 do sexo feminino). Destes óbitos, 102 ocorreram em Alagoas, dos quais 74 foram homens e 28 mulheres.

Projetos e campanhas de conscientização são essenciais para o diagnóstico precoce
A coordenação de saúde bucal do estado realiza capacitações anuais sobre câncer bucal: prevenção, busca ativa, diagnóstico e tratamento para os cirurgiões-dentistas dos 102 municípios alagoanos. Em parceria com o Ministério da Saúde (MS), todo ano também acontece o Dia D do câncer bucal, no mês de novembro. Em âmbito municipal, Maceió também realiza ações de conscientização.
A coordenação de saúde bucal do Estado faz todo ano capacitações sobre câncer bucal: prevenção, busca ativa, diagnóstico e tratamento para os cirurgiões-dentistas dos 102 municípios alagoanos. Em parceria com o Ministério da Saúde (MS), todo ano também acontece o Dia D do câncer bucal, no mês de novembro. Em âmbito municipal, Maceió também realiza ações de conscientização.
“No planejamento anual, essa ação é colocada como meta para todos os dentistas das unidades básicas. Eles fazem o rastreamento para o diagnóstico precoce e palestras em sala de espera. Além disso, duas vezes ao ano, realizamos campanhas como o Julho Verde e o Novembro Vermelho, alusivos ao câncer de boca”, informou a assessoria de comunicação da SMS.

DEMANDA DA POPULAÇÃO
As unidades de Atenção Primária de Maceió têm dentistas para atender a demanda da população, realizando todos os procedimentos básicos necessários para a qualidade da saúde bucal do paciente. Caso haja necessidade de algum procedimento da Atenção Especializada, o mesmo será encaminhado para os centros de referência e unidades de referência dos serviços ofertados com agendamento pelo sistema de marcação PRONTO!.
De acordo com a SMS, em 2024 foram atendidas no PAM Bloco F (Estomatologia) 1.016 pessoas e realizadas 135 biópsias. Já nas Unidades Básicas de Saúde, foram desenvolvidas atividades educativas voltadas ao câncer de boca para os usuários.
Tratamento no SUS: pacientes compartilham experiências
Durante a campanha de prevenção promovida pelo MS em 2020, que reforçou a importância do diagnóstico precoce - que pode ser feito no SUS, de forma gratuita, na Atenção Primária à Saúde (APS), duas pacientes falaram sobre o período em que descobriram ser vítimas do câncer de boca e como foi o tratamento.
Na época, com 51 anos de idade, Valdecir de Aguiar afirmou que se salvou após procurar atendimento em uma unidade de saúde de São José do Rio Preto (SP). O motivo foi uma ferida na boca que não doía e não cicatrizava. Durante o acompanhamento, recebeu diagnóstico positivo para câncer de boca. “Eu acredito que demorei muito para procurar o dentista, porque eu pensei que fosse uma afta. Se você vir alguma coisa diferente na sua boca, ou na sua língua, mesmo que possa parecer uma afta, dê mais atenção. Procure um profissional da área. Essa é a lição que eu tiro da doença”, contou a paciente na ocasião à reportagem do Ministério da Saúde. Ela destacou que realizou tratamento de radioterapia e quimioterapia pelo SUS.
Carla Claudia de Rezende, na ocasião com 47 anos, ao perceber uma ferida na língua, buscou atendimento em uma UBS. Após a confirmação do câncer de boca, precisou realizar procedimentos como a extração de alguns dentes, antes de passar por uma cirurgia e sessões de radioterapia.
“Os profissionais que me atenderam, médicos, enfermeiros e técnicos em radiologia, fizeram toda a diferença na minha recuperação. A agilidade que eles tiveram no meu caso foi essencial para que eu pudesse ter uma vida hoje”, falou após a cura.
A vítima conta a lição que tirou após vencer a doença: “A gente nunca deve protelar, por menor que seja o que você esteja sentindo. Procure auxílio, procure orientação, procure ajuda, porque isso pode fazer diferença na sua vida”.
Abor atua em parceria com outras especialidades para garantir a saúde bucal dos pacientes
A presidente nacional da Abor, Carla Derech, explicou que a entidade fortalece a especialidade e garante o atendimento de qualidade aos pacientes. Ela recordou que a Abor completou 30 anos em 2024 e foi criada para congregar todas as associações de especialistas em Ortodontia do Brasil.
“Em sua história, vem construindo um projeto vitorioso de promoção da ética e excelência da nossa profissão com foco na especialidade da Ortodontia. Atualmente, a Abor é referência nas questões relacionadas à especialidade frente ao Conselho Federal de Odontologia e à comunidade em geral”, citou.
Dentre os objetivos da Abor, enumerou a presidente, estão a promoção e aprimoramento da pesquisa, ensino, educação, zelando pelo bom exercício profissional, sempre mantendo o alto nível técnico-científico da especialidade.
Os congressos e eventos da Abor, completou Carla Derech, estão entre os mais prestigiados no país e reúnem palestrantes de renome nacional e internacional, além de promover o desenvolvimento da indústria e varejo da área de ortodontia em suas feiras comerciais.
Ainda de acordo com a presidente, a Ortodontia brasileira detém excelente reputação em todo o mundo, e a Abor tem a responsabilidade de zelar por ela na comunidade científica global. “Quando falamos em promoção de excelência, não há como não mencionar o Board Brasileiro de Ortodontia (BBO), que foi uma iniciativa da Abor e nasceu da necessidade de se estabelecer padrões de excelência clínica no exercício da especialidade. A criação do BBO iniciou em 1998 e hoje temos mais de 300 profissionais diplomados em todo o Brasil. Esses profissionais ortodontistas se submeteram voluntariamente ao exame do board e tiveram sua excelência clínica atestada”, detalhou. Mais informações podem ser obtidas através do site www.bbo.org.br.

Conforme Carla Derech, o processo de diplomação envolve duas etapas: uma prova escrita e a avaliação de casos tratados pelo ortodontista. A prova escrita contempla os aspectos mais importantes do tratamento ortodôntico, como diagnóstico, planejamento e técnicas ortodônticas. Sendo bem-sucedido nessa prova, o profissional está habilitado a apresentar casos clínicos, de diferentes má-oclusões, tratados por ele, os quais serão avaliados por uma comissão examinadora do BBO. Sendo aprovado, recebe o título de “Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial”.
O diploma é válido por seis anos. Após esse período, o ortodontista deverá submeter-se a novo exame para atestar a eficiência de seu trabalho e manter o status de diplomado.
Outra iniciativa da Abor no sentido de fortalecer a especialidade foi o lançamento, em 2024, do Selo Abor de Qualidade para Cursos de Especialização em Ortodontia, onde cursos serão avaliados e receberão o selo de certificação de qualidade Abor caso atinjam os critérios de qualidade estabelecidos.
O objetivo, esclareceu a presidente, é estimular as equipes de ensino em Ortodontia a procurar a excelência no ensino e, ao mesmo tempo, servir de referência para os alunos de graduação interessados na área da Ortodontia, para que procurem formação de excelência.
“A Abor tem esclarecido a sociedade sobre a importância da escolha de profissionais com sólida formação dentro da especialidade. Ao mesmo tempo que temos problemas, também temos excelentes cursos de formação, com reputação internacional”, pontuou.
Na avaliação de Carla Derech, a Ortodontia brasileira é destaque no mundo, tanto do ponto de vista científico quanto clínico.
Antes de iniciar qualquer procedimento, um conselho da presidente da Abor: se o desejo é procurar um ortodontista, a Abor recomenda saber sobre a sua formação, se o profissional está habilitado para este tipo de tratamento, ouça seu dentista de confiança, que pode ajudá-lo a encontrar um bom profissional com formação na área. “Procure não tomar decisões baseadas apenas em dicas de amigos, parentes ou mídias sociais. O site e o blog da Abor têm conteúdo muito interessante sobre a Ortodontia e podem te ajudar na escolha de um profissional habilitado. O endereço eletrônico é www.abor.org.br. A Abor segue sendo referência na Ortodontia frente a autarquias e órgãos federais como o Conselho Federal de Odontologia, Conselhos Regionais de Odontologia, Ministério da Saúde e Câmara federal, realizando consultoria para que as leis e resoluções tragam segurança jurídica e proteção à saúde da população”, finalizou.