Muito além da estética: impacto da ortodontia no dia a dia dos pacientes

O sorriso pode trazer felicidade, mas para muitos o ato pode virar um pesadelo, limitando a vida social e trazendo até problemas psicológicos

Por Lucas França e Valdete Calheiros - Repórteres / Bruno Martins: Revisão / Sandro Lima: Foto | Redação

Sorrir é, sim, sempre o melhor remédio. O problema é quando o ato que mais representa a felicidade vira um pesadelo na vida de algumas pessoas. Ou até mais do que isso, vira um trauma, limitando até mesmo a vida social de alguém. É o que acontece com milhares de pessoas que, diante do espelho, acham seu sorriso imperfeito e sabem que precisam de ajuda especializada para ter de volta o prazer de sorrir para o mundo e ser feliz.

O ortodontista Emerson Nicácio Medeiros faz diariamente verdadeiros “milagres” em seu consultório. Dominando a técnica da ortodontia há mais de 20 anos, ele recorda de ter atendido – e continuar atendendo – pessoas que se recusam a sorrir por ter um sorriso desagradável, outras não conseguem se relacionar socialmente pelo mesmo motivo o que pode trazer até mesmo problemas psicológicos, consequentemente.

“Nesses casos, a Odontologia, e em especial a ortodontia, desempenha um papel importantíssimo, resgatando a autoestima das pessoas e dando-lhes uma convivência social mais agradável”, pontuou.

Em sua avaliação, a ortodontia vai além de fins meramente estéticos e pode proporcionar uma oclusão adequada, que é o encaixe normal entre os dentes superiores e inferiores. Isso proporcionará uma mastigação adequada, ajudando o sistema digestivo a atuar corretamente, absorvendo com eficiência os nutrientes dos alimentos ingeridos.

“Além disso, a autoestima do paciente é resgatada quando ele consegue ter um sorriso agradável, e possíveis problemas psicológicos associados podem ser mais facilmente sanados”, frisou.

Emerson Nicácio Medeiros é especialista e mestre em ortodontia, professor e coordenador do curso de Especialização em Ortodontia da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), em Alagoas. O profissional é graduado em Odontologia pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e especialista pela ABO em Alagoas e mestre em Ortodontia SL Mandic.

Mas afinal, qual a melhor idade para procurar um ortodontista? Segundo Emerson Nicácio, por volta dos seis anos de idade é o momento de fazer uma avaliação com um ortodontista.

“Isso não significa que a criança já irá usar aparelhos. Entretanto, existem alguns problemas que devem ser resolvidos o mais cedo possível, pois poderão interferir no crescimento e desenvolvimento da dentição e da face. Outros problemas observados poderão esperar um momento mais tardio para serem abordados, e só o ortodontista poderá distinguir esses problemas e tomar a melhor medida para o paciente”, explicou.

O paciente chega a um ortodontista ou por demanda própria, esclareceu Emerson Nicácio, quando, em uma autoavaliação, ele acha que precisa melhorar seu sorriso por possuir dentes tortos ou por indicação de colegas dentistas, sejam clínicos gerais ou de outras especialidades. Ou até mesmo por indicação de colegas da área da saúde, como médicos ou fonoaudiólogos.

Aparelhos ajudam a melhorar o sorriso, além da estética (Foto: Arquivo pessoal)

Engana-se quem pensa que os problemas a serem tratados pela ortodontia são causados apenas pelo hábito de usar chupeta ou pela mania de chupar dedos.

O profissional explicou que existe uma gama enorme de possíveis causas de problemas de oclusão. Essas causas podem ser genéticas e ambientais. Dentro das causas ambientais, os hábitos de sucção de dedos e chupetas são bem comuns.

“Os casos considerados cirúrgicos estão associados a distúrbios de crescimento dos ossos da face, responsáveis, juntamente com os dentes, pela oclusão. Casos com pequenos distúrbios ósseos podem ser camuflados ortodonticamente, resolvendo satisfatoriamente o problema, evitando-se assim uma cirurgia ortognática. Já os casos com defeitos ósseos acentuados deverão ter uma abordagem ortocirúrgica, onde a ortodontia irá preparar os dentes para depois a cirurgia corrigir o posicionamento dos ossos, devolvendo ao paciente um equilíbrio entre face e dentes”, detalhou.

Em relação ao tratamento ortodôntico, alguns fatores podem influenciar o tempo de tratamento, tais como a severidade do problema. Quanto pior for o problema, mais tempo será necessário para corrigi-lo. O cuidado e disciplina do paciente são importantes. O paciente é participante ativo do tratamento. Ele precisa ter cuidados para não danificar o aparelho e disciplina no uso de acessórios responsáveis pela movimentação dos dentes, como elásticos, por exemplo. Portanto, se o paciente não coopera, o tratamento demora mais.

A resposta orgânica do paciente é outro fator. Cada pessoa é um indivíduo diferente e pode responder de forma diferente às movimentações dentárias.

“Mas de uma forma geral, um tratamento ortodôntico dura em média de 24 a 30 meses, podendo acabar antes ou após esse tempo, a depender dos fatores citados anteriormente”, exemplificou.

Alinhadores estéticos, uma opção a mais para os pacientes

De uma forma geral, sem detalhar marcas comerciais, os aparelhos do tipo alinhadores estéticos têm algumas limitações em certas movimentações dentárias, sendo muitas vezes necessário associar outras mecânicas auxiliares para conseguir um determinado movimento do dente. Normalmente, têm um custo mais elevado por ser necessário, de uma forma geral, a contratação de uma empresa que é responsável pela fabricação dos aparelhos da forma que o ortodontista planejou previamente.

“Casos mais complicados terão uma solução mais improvável se somente forem utilizados os alinhadores”, considerou Emerson Nicácio.

Conforme o profissional, os alinhadores são mais uma ferramenta que o ortodontista poderá utilizar para movimentar os dentes, sendo que, neste caso, o perfil de um paciente cooperador é um fator imprescindível para o sucesso, já que o aparelho é do tipo removível e, se não estiver o máximo de tempo possível na boca, não fará o efeito desejado.

'A ortodontia desempenha um papel importantíssimo, resgatando a autoestima das pessoas e dando-lhes uma convivência social mais agradável' - Emerson Nicácio, ortodontista

(Foto: Sandro Lima)

Tecnologia a serviço da dentição

Graduada em Odontologia pela Universidade Federal de Pernambuco, Priscylla Gonçalves Correia Leite de Marcelos tem mestrado e doutorado pela mesma universidade e é especialista em ortodontia pela Abomi (Associação Brasileira de Odontologia Militar). Atua ainda como professora adjunta de ortodontia da graduação e da pós-graduação da Ufal.

Na avaliação da profissional, a ortodontia evoluiu bastante em termos de tecnologia. Atualmente, a ortodontia é digital e com a possibilidade de um diagnóstico mais acertado e previsível. Ela explicou que, na área da ortodontia, existe a ortodontia infantil, dividida em ortodontia preventiva – onde é prevenida a instalação da maloclusão (termo usado para designar todos os casos de posicionamento inadequado dos dentes e de suas bases ósseas. De forma mais simples, é quando os dentes estão desalinhados).

“Com a remoção de hábitos deletérios, evitamos o espaço para irromper dentes permanentes, entre outras ações. Já na ortodontia interceptiva, atuamos quando a má oclusão (que seria todas as alterações funcionais e estéticas da mordida) está instalada. E, na ortodontia da dentição permanente, dos adultos e adultos jovens, temos vários recursos para tratar essa má oclusão estabelecida, como aparelhos fixos e os alinhadores, por exemplo. Hoje a ortodontia está mais estética e com a possibilidade de um diagnóstico mais previsível, dando opções de tratamento a pessoas que eram resistentes à ortodontia porque não queriam braquetes colados. E, em termos do acesso financeiro, diante de tantas possibilidades de aparelhos e acessórios, os valores variam e transitam entre essas possibilidades e entre tantas marcas de produtos, podendo sim atender toda população”, detalhou.

Ela recordou que, em 2019, a campanha do “Julho Laranja” foi idealizada pela ortodontista e odontopediatra doutora Cibele Albergaria, com o apoio da Abor (Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial) e Aboped (Associação Brasileira de Odontopediatria), com o objetivo de conscientizar sobre a importância da ortodontia preventiva nas crianças; promover a saúde bucal e o bem-estar das crianças; estimular o desenvolvimento de hábitos saudáveis, como uma higiene bucal adequada, uma alimentação balanceada e nutritiva, além de uma boa noite de sono e, por fim, conscientizar pais e responsáveis de que a preocupação com a saúde bucal deve começar antes mesmo dos dentes de leite.

Consulta a partir dos seis anos é indicada para identificar problemas como a maloclusão (mordida errada) (Foto: arquivo pessoal)

Sendo assim, passamos a estimular a primeira consulta com o ortodontista a partir dos 6 anos de idade. Essa consulta é voltada para o acompanhamento do desenvolvimento correto dos ossos da face, diagnóstico de fissuras orais, bem como das maloclusões (mordida errada). Isso é importante porque nem sempre o problema de uma mordida erra está nos dentes. Os problemas esqueléticos são os mais preocupantes porque, se precocemente corrigidos, evitam problemas graves no futuro. E a chave para definir a época correta de tratamento é o diagnóstico precoce.

Esse diagnóstico precoce de qualquer desvio da normalidade gera a possibilidade de tratar as discrepâncias de crescimento na idade correta. Sendo assim, cada patologia tem a idade correta para o tratamento, algumas precocemente na infância, outras no surto de crescimento, e as dentárias em qualquer momento da dentição permanente.

É importante entender que, na infância, temos a possibilidade de manejar o crescimento, retirando as interferências e possibilitando o crescimento correto dos ossos da face.

“Da infância até o surto de crescimento é o único momento que podemos manejar o crescimento dos ossos da face e resolver os problemas esqueléticos ortopedicamente. Na dentição permanente e após o surto de crescimento, a possibilidade de tratamento fica limitada aos dentes porque o crescimento acabou. Sendo assim, podemos fazer uma ortodontia para os problemas dentários ou uma ortodontia compensatória para compensar problemas esqueléticos leves. As discrepâncias esqueléticas graves após o surto de crescimento só podem ser tratadas com cirurgia ortognáticas. E muitas delas poderiam ter sido resolvidas na infância com aparelhos ortopédicos relativamente simples, de forma lúdica e rápida. Então, levem as crianças para a consulta com o ortodontista a partir dos seis anos de idade”, recomendou a doutora em Odontologia.

A boa notícia, garantiu Priscylla Marcelos, é que todos os problemas esqueléticos que refletem na oclusão (encaixe correto dos dentes) e problemas puramente dentários, mesmo os casos mais graves, que não tiveram a oportunidade de um diagnóstico precoce, podem ser tratados tardiamente com ortodontia e cirurgia ortognática.

A professora adjunta de ortodontia da graduação e da pós-graduação da Ufal ensinou que o tempo do tratamento depende do diagnóstico e do momento da intervenção.

De acordo com ela, o diagnóstico precoce favorece a correção de problemas graves ainda na fase de crescimento e divide o tratamento em duas fases: a precoce e tardia.

“Então, o tempo depende do momento em que ocorreu o diagnóstico e qual a discrepância do paciente (se esquelética ou dentária). Mas, de um modo geral, a tecnologia impregnada nos acessórios ortodônticos, aliada a um diagnóstico e planejamento corretos, tem trazido conforto e agilidade aos pacientes”, garantiu.

ABOR

  • Os especialistas em ortodontia em Alagoas – e no Brasil – são representados pela Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (Abor). Atualmente, a Abor em Alagoas é presidida por Hibernon Lopes Lima Filho. Segundo ele, a entidade protege e fortalece a classe dos ortodontistas no Brasil, presando pela qualidade profissional e respeito aos clientes.
  • A Abor é composta por 23 entidades estaduais. “Em Alagoas, a Abor iniciou suas atividades em 2001, quando um grupo de aproximadamente 10 ortodontistas de Maceió decidiu se unir ao movimento nacional de organização da Abor, fundada em meados da década de 1990”, recordou o presidente.
  • Hibernon Lopes Lima Filho recordou que a Abor foi fundada no dia 25 de janeiro de 1994 como “Colégio Brasileiro de Ortodontia” e adotou o atual nome em 1997. “A Abor é reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) e é filiada à WFO, representando a ortodontia brasileira no cenário internacional”, enalteceu.

Abor em Alagoas é presidida por Hibernon Lopes Lima Filho (Foto: Arquivo pessoal)

ATUAÇÃO

Conforme Emerson Nicácio, que é sócio e já presidiu a Abor em Alagoas, a instituição se desenvolveu e vem se firmando como verdadeira representante dos especialistas em ortodontia e ortopedia facial no Brasil.

“Como tal, vem lutando para defender os interesses e ideais dos ortodontistas, agindo como guardiã da respeitabilidade e confiabilidade dessa especialidade”, pontuou, ao acrescentar que a principal finalidade é que a ortodontia brasileira tenha qualidade e seja valorizada, para que o paciente seja o principal beneficiado com isso.

Ex-paciente de ortodontia está se graduando em Odontologia

Lara Maria Montes Correia tem 21 anos e estuda Odontologia em uma faculdade particular em Maceió. Ela cursa o oitavo período. O sucesso do seu tratamento ortodôntico teve fundamental importância na escolha da sua graduação.

Lara começou a usar aparelho aos 10 anos de idade, inicialmente o móvel, e, logo quando completou 12 anos, passou a usar o aparelho fixo. No final de 2017, aos 14 anos, o fim do tratamento estava próximo, e a expectativa aumentava a cada dia até que chegou o grande momento de remover o aparelho. Porém, o inesperado aconteceu e ela não gostou do resultado.

“Fiquei frustrada. Até encontrar outro profissional, foram dois longos anos tentando gostar do meu sorriso. Isso muitas vezes resultava em baixa autoestima, porque no fundo eu sabia que havia algo que poderia melhorar. Em 2019, iniciei um novo tratamento ortodôntico, dessa vez com o doutor Emerson Nicácio. Confesso que estava muito insegura em voltar a usar aparelho, principalmente porque a maioria dos meus colegas de sala já não usava mais, mas era necessário para que, no futuro, eu pudesse me sentir bem comigo mesma. Desde o início do novo tratamento, fui informada de que meus primeiros pré-molares, tanto superiores quanto inferiores, precisariam ser extraídos”, rememorou.

A acadêmica de Odontologia afirmou que os dois inferiores foram os primeiros a serem removidos, no início de 2020. Pouco depois, começou a pandemia e passou quase um ano sem voltar ao dentista, o que atrasou seu tratamento.

“Em 2021, retornei às consultas mensais, extraí os outros dois pré-molares que faltavam e, finalmente, o processo de fechamento dos espaços começou. Esses espaços precisavam ser fechados para que minha oclusão voltasse a ser ideal. A partir daí, foram mais dois anos de tratamento. Finalizei o tratamento em meados de abril de 2023.

Antes da correção dentária, Lara não chegou a limitar sua vida social, mas não gostava muito de tirar fotos. “Amava sorrir, mas, por não gostar do meu sorriso, evitava tirar fotos sorrindo. Ao corrigir a oclusão definitivamente, mudei também minha autoestima. Hoje me sinto mais confiante ao falar e, principalmente, ao tirar fotos, algo que sempre gostei muito”, recordou.

Lara está cursando Odontologia (Foto: Arquivo pessoal)

A futura colega de profissão de Emerson Nicácio lembra com carinho do período em que estava em tratamento. O doutor, contou, teve um papel crucial para mudar sua autoestima, tanto do ponto de vista ortodôntico quanto com palavras de conforto e incentivo durante todo o tratamento. Antes de realizar o tratamento com Emerson Nicácio, ela havia passado por outro profissional e não obteve resultado satisfatório.

“Desde criança, eu sonhava em cursar Direito, mas durante o 2º ano do ensino médio tudo mudou. Comecei a refletir sobre não querer que as pessoas, principalmente adolescentes, passassem pelo que eu passei – finalizar um tratamento, ver o resultado, não gostar e ter que procurar outro ortodontista para retratar o sorriso. Sendo assim, meu sonho se tornou outro: ser cirurgiã-dentista”, contou, bastante animada ao adiantar que pretende se especializar em reabilitação oral.

“Sempre que alguém me pergunta por que eu escolhi Odontologia, respondo de forma imediata que não quero que outras pessoas passem pela frustração que eu passei. O sorriso é o cartão postal do rosto, é o que primeiro reparamos ao olhar outra pessoa. Sendo assim, o sorriso interfere diretamente na autoestima”, salientou.

Lara garantiu que hoje pode dizer que a autoestima foi completamente renovada por meio da ortodontia. Finalizou o tratamento e está completamente satisfeita com o sorriso.

“Atualmente, me sinto outra pessoa, com uma nova autoestima e confiança. Tenho um Instagram de estudos, no qual compartilho meu dia a dia como estudante de Odontologia e futura cirurgiã-dentista, @odontobylm. Nele, procuro incentivar e dar dicas não só para estudantes de Odontologia, mas também para pacientes. Sou extremamente grata por tudo o que o doutor Emerson Nicácio fez por mim. Por toda a paciência com minha baixa autoestima e por ter conduzido meu tratamento de uma forma tão impecável”, finalizou, satisfeita, com um sorriso no rosto.

Outro paciente que sorri graças à correção ortodôntica é Amaury Coelho da Silva Júnior, atualmente com 33 anos. Ele iniciou o tratamento ortodôntico aos 20. Passou seis anos frequentando o consultório até ganhar o sorriso que lhe conquistou para que depois ele pudesse conquistar o mundo. Hoje, com a autoestima em dia, sorrir é uma das atitudes que ele mais pratica para compensar o tempo perdido e as duas décadas de vida em que, segundo ele, não sorria.

Alagoanos contam com serviços odontológicos gratuitos em várias unidades de saúde

Em Maceió, a população tem direito a saúde bucal com diversos serviços básicos e especializados gratuitos, oferecidos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Os atendimentos odontológicos visam oferecer uma assistência completa e de qualidade para o maceioense.

De acordo com a SMS, os serviços são oferecidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Referência e nos Centros Especializados em Odontologia (CEO) Rafael de Matos (Conjunto Henrique Equelman) e Pam Salgadinho, no bairro do Poço.

Ducy Lily Farias, coordenadora de Saúde Bucal da SMS, disse que, em 2021, o serviço de odontologia e toda a rede foram reorganizados, com as unidades passando por requalificação, ampliação de atendimentos, melhoria de sua estrutura e aumento do número de profissionais.

“Resultado disso é que toda a população pode contar com atendimentos básicos e especializados em nossas unidades de saúde, de forma facilitada. Nas Unidades de Saúde, basta se dirigir até o local e realizar a marcação, pois é um serviço porta aberta, já nos CEOs, o atendimento é feito pelo Sistema de Regulação, o Pronto!”, explica a coordenadora.

Em Maceió, serviços são oferecidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Referência e nos Centros Especializados em Odontologia (CEO) Rafael de Matos (Conjunto Henrique Equelman) e Pam Salgadinho (Foto: Ascom SMS)

Claydson Moura, secretário de Saúde de Maceió, destacou que, embora o serviço esteja funcionando e as consultas estejam sendo marcadas, ainda há uma grande taxa de absenteísmo, ou seja, as pessoas que fazem a marcação e faltam por alguma razão, o que prejudica as demais pessoas que estão esperando por atendimento.

“É muito importante que as pessoas cuidem de sua saúde bucal, pois ela é a porta de entrada para uma série de doenças que podem ser evitadas se for bem cuidada. E nossos serviços estão de portas abertas para receber nossa população. Temos profissionais qualificados, estrutura, equipamentos e tudo o que é necessário para atender bem a população. Nos últimos meses, aumentamos nossa capacidade de atendimento em até cinco vezes”, afirmou o secretário de Saúde de Maceió.

DISPONIBILIZAÇÃO

Nos CEOs Rafael de Matos e no Pam Salgadinho são disponibilizados serviços como: prótese, bucomaxilofacial, odontopediatria, atendimento para pacientes com necessidades especiais, endodontia, periodontia, radiologia e estomatologia. Já nas UBSs são oferecidos serviços de restauração, flúor, extração, entre outros.

ESTADO

Já a nível estadual, também há serviços gratuitos para os alagoanos. A coordenadora do Programa Estadual de Saúde Bucal, cirurgiã-dentista Lisiane Torres, pontuou que é possível encontrar atendimento odontológico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Rede de Atenção Primária nas UBSs dos 102 municípios de Alagoas. “A Sesau [Secretaria de Estado da Saúde] através do Programa Estadual de Saúde Bucal, oferece total suporte aos municípios, com capacitações para os profissionais e campanhas que incentivam o cuidado e a educação em saúde bucal”, disse.

Universidades públicas e privadas oferecem suporte para população carente

Os alagoanos que não têm condições de fazer o tratamento odontológico, sejam os mais simples ou mais complexos, também têm a opção de procurar as universidades do Estado para solicitar o atendimento através das clínicas-escola.

A Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Alagoas (FO/Ufal), por exemplo, é uma opção. De acordo com o professor Marcos Bomfim, diretor da FO/Ufal, o curso de Odontologia, que foi criado junto com própria universidade em 1961, disponibiliza vários serviços através da sua clínica-escola, localizada dentro do campus A.C. Simões, em Maceió.

“Os atendimentos são realizados pelos alunos do curso, sob a supervisão dos professores, mediante triagem e com marcação prevista”, afirma Bomfim.

Na clínica-escola da Ufal são oferecidos serviços de restauração, limpeza (raspagem supra e sub-gengival), radiografias dentárias, profilaxia, extrações, tratamentos de canais e periodontia. São oferecidos também atendimentos de urgência (em dias marcados) e atendimentos em odontopediatria. Para mais informações e agendamentos, ligue para o telefone 3214-1163.

INSTITUIÇÕES PRIVADAS

Uninassau – O Centro Universitário Maurício de Nassau também oferta serviços de saúde bucal gratuitos para todos os cidadãos alagoanos. Na clínica-escola, localizada na Rua Teófilo de Barros, 68, Pinheiro, são oferecidos serviços de: prótese (dentadura), tratamento endodôntico (canal), cirurgia, extração de siso, periodontia, urgência, clareamento, dentística (restauração, coroa) e odontopediatria.

Conforme a assessoria de comunicação da Uninassau, os serviços não são gratuitos, mas o usuário paga apenas um preço popular, e a clínica funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h. Para mais informações, consultas sobre as taxas e marcações, o contato é através do WhatsApp (82) 99304-4587.

Cesmac - A clínica-escola de Odontologia do Centro Universitário Cesmac, localizada no Campus I, também oferece serviços gratuitos para a população carente. São ofertados serviços como: extração de terceiros molares, frenectomias, biópsias e tracionamento ortodôntico.

Atendimento no Cesmac (Foto: Assessoria)

Para agendar um horário, é preciso entrar em contato pelos números 3215-5217 e 3215-5073 para aproveitar a oportunidade de receber cuidados odontológicos de qualidade sem nenhum custo. As vagas são limitadas, portanto, é recomendado que o agendamento seja feito com antecedência.

“Atendimentos especializados tanto para crianças, adultos e idosos”

Na clínica-escola da Unima/Afya, os atendimentos vão de pacientes de 4 anos de idade no estágio infantil até pacientes idosos nas clínicas de estágio adulto para a reabilitação caso precisem fazer algum procedimento mais invasivo. “Então comporta todos os âmbitos de pacientes”, ressalta Robert Souza, coordenador do curso de Odontologia, acrescentando que as vagas variam de 20 a 50 ao mês.

“Em relação a dias e horários, depende muito da disciplina. Nós temos atendimento ao público de segunda a sexta-feira, sendo que não é o mesmo atendimento todos os dias, porque depende da disciplina que está acontecendo naquele dia. Por exemplo, às segundas e terças-feiras nós temos atendimentos em nível de radiografia, porque a disciplina de radiologia odontológica e imagiologia acontece nesses dias, bem como a disciplina de semiologia, que é a disciplina onde fazemos o primeiro contato com o paciente a fim de fazer toda a investigação de sintomas e sinais que estão acontecendo mediante a sua saúde sistêmica, para que ele possa ser encaminhado para cada disciplina. Na segunda-feira, também acontece a disciplina de endodontia, que é a disciplina que realiza atendimento de canal. Na sequência, temos outras disciplinas, como a disciplina de endodontopediatria, onde fazemos atendimento infantil, a disciplina de estágio adulto, então depende”, explica Robert.

Agendamentos e atendimentos na clínica-escola da Unima/Afya ocorrem de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h (Foto: Assessoria)

Na unidade, são oferecidos serviços para a comunidade nas mais diversas especialidades odontológicas como: extração, canal, prótese, limpeza e restaurações. “Os atendimentos acontecem desde 2013 quando o curso foi implantando. Em 2024, o curso fez 11 anos e, nesse tempo, vem prestando este serviço à população, seja desde atendimentos abrangentes em nível de intervenções na comunidade, com orientação de higienização bucal, aplicação tópica de flúor, levantamento do índice de CPD, que são dentes cariados, perdidos e obturados, até mesmo os atendimentos que são de maior complexidade que acontecem dentro da instituição, com orientação e supervisão dos professores”, contou o coordenador.

Para Robert Souza, o serviço gratuito para a população é de extrema valia tanto para os alunos, permitindo que continuem seu aprendizado, adquirindo conhecimento teórico e laboratorial e aplicando-o clinicamente, quanto para os pacientes.

“Além de ter um ganho para os alunos, para que eles tenham o aprendizado firmado, há também um ganho para a comunidade, que está recebendo um atendimento de excelente qualidade, com materiais de excelência, de forma gratuita e, por vezes, muito mais perto de casa, desafogando os postos de saúde que frequentemente têm filas de espera. Todos os nossos atendimentos acontecem por agendamento, então não atendemos demanda espontânea. O atendimento é realmente pontual, os pacientes entram previamente na lista de espera e aguardam sua marcação para a especialidade que precisam”, esclarece Robert Souza.

Para mais informações e marcações na Unima/Afya, o interessado deve entrar em contato pelo número (82) 3311-3136. Os agendamentos e atendimentos ocorrem de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.