Morte súbita: quando o último respiro acontece durante a prática de exercícios físicos

Segundo especialista, doenças cardíacas matam mais de 1.100 pessoas por dia; mortes de atletas não são tão comuns, porém ganham muito destaque com cobertura da mídia

Por Lucas França e Valdete Calheiros - Repórteres / Bruno Martins: Revisão | Redação

Mexer o corpo e praticar atividades físicas é, indiscutivelmente, a melhor forma de ter saúde e afastar inúmeras doenças. Apesar de ser sinônimo de vitalidade, o que explica, então, o fato de atletas profissionais e amadores morrerem, de forma fulminante, ao praticar exercícios? Querer romper a todo custo os próprios limites ou ser portador de doenças silenciosas pode ser explicação.

A morte súbita é um evento inesperado e dramático que pode ocorrer em pessoas aparentemente saudáveis. É frequentemente associada a problemas cardíacos, mas pode ter várias causas.

De acordo com o cardiologista do Hospital Veredas, em Maceió, Edécio Galindo, a morte de atletas não é tão comum como as pessoas pensam. Segundo ele, o que acontece é que por serem profissionais de educação física, jogadores de futebol, por exemplo, os casos são mostrados na mídia.

Ainda segundo o especialista, as doenças cardíacas matam mais de 1.100 pessoas por dia. “Por isso nossa recomendação é sempre buscar a ajuda profissional, orientação e exames de rotina para saber como está a saúde do coração e de todo o corpo”.

Veja no vídeo ao final do texto a entrevista na íntegra com o cardiologista Edécio Galindo.

CASOS RECENTES

No dia 28 de agosto de 2024, o jogador Juan Manuel Izquierdo, do Nacional do Uruguai, morreu. O zagueiro estava internado desde que desmaiou durante um jogo contra o São Paulo, pela fase de oitavas-de-final da Taça Libertadores. O atleta recebeu atendimento no gramado e deixou o campo consciente dentro da ambulância, mas teve uma parada cardíaca. Ele chegou a ser reanimado e ficou desde o dia 22 de agosto sedado na Unidade de Terapia intensiva do Hospital Albert Einstein, na capital paulista.

No boletim divulgado após o óbito, o hospital informou que o jogador teve morte encefálica após uma parada cardiorrespiratória associada à arritmia cardíaca. Até o quadro evoluir para o falecimento, o Hospital Albert Einstein havia comunicado anteriormente que a saúde do jogador tinha piorado e a avaliação tinha demonstrado “progressão do comprometimento cerebral e aumento da pressão intracraniana”, e também que o jogador ficou dependente de ventilação mecânica e sob cuidados neurológicos intensivos.

Em janeiro deste ano, o personal trainer Danilo de Campos, 31 anos, morreu de infarto após sentir mal-estar no estômago. À época, a então esposa do personal afirmou que ele levava uma vida extremamente saudável. O caso aconteceu em Ponta Grossa, no Paraná. À família, os médicos afirmaram que o mal-estar no estômago já foi reflexo do coração que estava muito acelerado.

Em junho de 2023, o treinador Jefferson Geovany Santos, 39 anos, passou mal durante exercício e morreu em uma academia em Arapiraca, Agreste de Alagoas. Ele morreu enquanto se exercitava, o socorro foi acionado, mas já encontrou o treinador sem os sinais vitais. Foi constatado que ele sofreu um infarto. Meia hora antes de passar mal, Jefferson tinha postado que estava malhando nos stories no Instagram.

Também em junho de 2023, Milena de Medeiros Silva, uma jovem de 23 anos morreu após passar mal durante um exercício em uma academia em Mogi das Cruzes, São Paulo. Segundo a família, Milena não tinha problemas de saúde. De acordo com informações prestadas na ocasião, a jovem começou a convulsionar após realizar uma série de exercícios. A possível causa da morte, segundo laudos médicos, foi infarto agudo do miocárdio e/ou tromboembolismo pulmonar.

Milena Medeiros tinha apenas 23 anos (Foto: Reprodução / Facebook)

Em março de 2023, o ex-jogador do ASA Marcos Vieira dos Santos, 42 anos, o “Marcos Bala”, morreu após sofrer parada cardíaca durante caminhada. O jogador morava em Penedo onde vestiu a camisa do Penedense por muitos anos. Ao fazer o exercício, o ex-jogador começou a se sentir mal. Foi socorrido até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Penedo e ficou internado na ala vermelha.

O ex-jogador sofreu duas paradas cardíacas e os médicos conseguiram reanimá-lo. O que não foi possível quando o coração parou pela terceira vez. Além do ASA e do Penedense, Marcos Bala jogou no CRB, Ipanema e Santa Rita, além de ter atuado no Rio Grande do Sul vestindo as camisas do Novo Hamburgo e Esportivo, e em Sergipe, no Dorense.

Marcos Bala durante passagem pelo Penedense (Foto: Reprodução)

Em fevereiro de 2022, o personal trainer Filipe Brandão, teve morte súbita durante treino na orla de Cruz das Almas, em Maceió. Formado em Educação Física, ele também era atleta e foi vítima de uma parada cardíaca fulminante. Os procedimentos de ressuscitação foram realizados, mas a vítima não resistiu. Ele tinha 31 anos.

Além de personal trainer, Filipe Brandão era ultramaratonista, triatleta e treinador de triatlo e corrida. Naquele dia, bombeiros do Posto da Jatiúca foram acionados para uma ocorrência de vítima de mal súbito. Ao chegarem ao local, constataram que a vítima estava em parada respiratória. Os militares realizaram manobra de ressuscitação cardiopulmonar até a chegada do Samu, que constatou o óbito da vítima ainda no local.

Bombeiros militares fizeram manobra de ressuscitação cardiopulmonar, mas Filipe não resistiu e morreu no local (Foto: Ascom CBM/AL)

O Conselho Regional de Educação Física de Alagoas (CREF19AL) e a Formafit, empresa em que o profissional atuava, emitiram nota de pesar. À época, testemunhas afirmaram que ele nadou e depois saiu para correr quando sofreu parada cardíaca.

Para um atleta de esporte coletivo, é sugerida uma avaliação médica anual, no início do ano esportivo, e outra após qualquer doença que ele tenha tido durante o ano, seja gripe ou até mesmo uma desidratação. Já nos esportes individuais e de alta intensidade, como triatlo, natação em mar aberto ou maratona, é indicado que a avaliação seja feita, no mínimo, a cada seis meses.

O uso de drogas para melhorar a performance ou o esforço exagerado para superar limites sem estar preparado colaboram com os casos de morte súbita.

De acordo com a Sobrac, arritmia atinge mais de 20 milhões de pessoas no Brasil e gera mais de 300 mil mortes súbitas ao ano. Estima-se que todos os indivíduos irão apresentar a doença em alguma fase da vida, caso não tenham cuidados preventivos.

Médico cardiologista Edécio Galindo (Foto: Edilson Omena)

Arritmias cardíacas são a principal causa de morte súbita no país

Segundo os cardiologistas, em um ritmo normal, o coração de uma pessoa em repouso bate de 50 a 90 vezes por minuto (bpm). Mas, quando há um descompasso, seja ele fazendo com que as batidas fiquem mais lentas, mais aceleradas ou irregulares, é caracterizada a arritmia cardíaca.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), a doença atinge mais de 20 milhões de pessoas no Brasil e gera mais de 300 mil mortes súbitas ao ano. Ainda conforme a Sobrac, todos os indivíduos irão apresentar arritmia em alguma fase da vida, caso não tenham cuidados preventivos.

Entre os cuidados está o acompanhamento com cardiologista e diagnóstico adequado que são fundamentais para tratar o problema e evitar diversas complicações que podem até levar à morte.

“Muitos pacientes não têm sintomas e a descoberta da arritmia acaba sendo acidental, tendo a morte súbita como a primeira e única manifestação. Nos casos em que ela apresenta sinais, é possível sentir palpitações, escurecimento da vista, tonturas, desmaios, palidez, sudorese, mal-estar, dores no peito e falta de ar”, comenta o cardiologista Dr. José Carlos Pachón, da Instituição filantrópica Hospital do Coração (HCor).

Ainda segundo o cardiologista, a arritmia pode atingir pessoas em qualquer idade, no entanto, é mais comum em pessoas na faixa etária de 45 anos a 74 anos.

(Foto: Ilustração)

O diagnóstico do problema é feito por meio de uma minuciosa avaliação clínica e por exames, como o eletrocardiograma, Holter, teste ergométrico e o estudo eletrofisiológico. “Quando, em repouso, o coração está em um ritmo lento (abaixo de 50 bpm), é constatada uma bradicardia. Já quando está acelerado (acima de 90 bpm), temos uma taquicardia”, revela Pachón.

É importante ressaltar que há arritmias benignas, essas normalmente acontecem na parte superior do coração (átrios) e, apesar de interferirem nos batimentos cardíacos, dificilmente vão levar o indivíduo à morte. Mas, no caso das malignas, que ocorrem na parte inferior do coração (ventrículos), essas sim, podem ocasionar a morte súbita.

Conforme Dr. José Carlos Pachón, um dos tipos mais importantes de arritmia cardíaca, e capaz de provocar acidente vascular cerebral (AVC), é a fibrilação atrial. “Neste caso, tanto a frequência como a regularidade do ritmo cardíaco são afetados. Este distúrbio é o mais frequente da atualidade devido ao envelhecimento da população. No Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas sejam afetadas por esta arritmia cardíaca”.

O cardiologista esclarece que a partir do diagnóstico é que o especialista irá indicar o tratamento mais adequado. “É possível utilizar medicamentos específicos, implante de marca-passos e a ablação por radiofrequência (que podem tratar de forma definitiva a arritmia cardíaca). A ablação por radiofrequência é o tratamento mais avançado da fibrilação atrial e o único que pode curar a arritmia sem medicamentos. É realizada através de cateteres que são levados ao coração por uma veia, sem a necessidade de cortes ou da abertura do tórax, em dois dias de internação”, detalha o cardiologista.

Assim como no infarto, a arritmia cardíaca pode ser evitada e controlada com algumas medidas, como reduzir o estresse, ter uma alimentação saudável, rica em legumes, frutas e verduras, não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas e de energéticos, não fumar, controlar a pressão arterial e praticar alguma atividade física regularmente.

Por que atletas bem preparados morrem de mal súbito durante competições?

  • O risco de morte relacionado a infarto ou angina (dor no peito causada pela diminuição do fluxo de sangue no coração) em pessoas acima dos 35 ou 40 anos é muito alto. Soma-se a isso a atividade na água, que também é perigosa. O risco de um atleta morrer de um mal súbito na água é maior do que se o mesmo problema acontecesse na terra, porque no mar não tem condição de ver, ainda mais em uma prova, com centenas de atletas nadando juntos.
  • De acordo com o Ministério da Saúde, o infarto agudo do miocárdio é a maior causa de mortes no Brasil. Os principais fatores de risco são tabagismo, sedentarismo, alimentação ruim, colesterol alto e estresse em excesso. Exames para identificar problemas cardiovasculares têm 95% de chance de acerto, por isso devem ser feitos com regularidade. Doenças não valorizadas e não diagnosticadas, o uso de drogas para melhora de performance ou o esforço físico exagerado são fatores de risco.
EDUCADOR FÍSICO

De acordo com Matheus Silva, profissional de educação física e atleta, as evidências científicas destacam os seguintes pontos: sugerem que a maioria das mortes súbitas é de origem cardíaca, muitas vezes devido a condições previamente não diagnosticadas. A prevenção envolve uma combinação de triagem médica, intervenção precoce e promoção de um estilo de vida saudável. Em situações de risco, a presença de desfibriladores e a capacidade de resposta rápida são cruciais para aumentar a sobrevivência.

Ainda segundo o profissional, a covid-19 e suas variantes também têm sido associadas a uma série de complicações de saúde, incluindo a morte súbita. “Desde o início da pandemia, houve relatos de indivíduos que, mesmo após uma recuperação aparente ou com infecções leves, sofreram eventos cardíacos graves, como ataques cardíacos e arritmias, que podem levar à morte súbita”, lembrou.

Matheus Silva, profissional de Educação Física e atleta (Foto: Arquivo pessoal)

Veja abaixo o que os especialistas falam sobre:

1. Inflamação cardiovascular: a covid-19 pode causar miocardite, que é a inflamação do músculo cardíaco. Esta condição pode interferir na capacidade do coração de bombear sangue, aumentando o risco de arritmias fatais.

2. Trombose: a infecção de covid-19 tem sido associada ao aumento da coagulação do sangue, o que pode levar à formação de coágulos em várias partes do corpo, incluindo o coração, aumentando o risco de infarto.

3. Complicações respiratórias: a falha respiratória, comum em casos graves de Covid-19, pode causar estresse extremo ao coração, contribuindo para eventos cardíacos súbitos.

4. Estresse sistêmico: A carga inflamatória global que o corpo experimenta durante a infecção pode exacerbar condições pré-existentes, como doenças cardíacas, aumentando o risco de morte súbita.

Para Matheus, embora essas associações sejam observadas, é importante notar que muitos fatores contribuem para a morte súbita, “e a covid-19 pode ser um fator agravante, especialmente em pessoas com doenças cardíacas preexistentes”.

Esporte na Atenção Primária

O profissional de educação física da Gerência de Atenção Primária (GAP) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Everton Carnaúba, explicou que o esporte desenvolve as capacidades físicas (força, resistência, flexibilidade e condicionamento cardiorrespiratório), além de melhorar a saúde mental ou prevenir alguns sintomas relacionados à depressão e ansiedade.

“Primeiramente, a pessoa deve escolher um esporte que mais se identifica, procurar ajuda de um profissional de Educação Física para orientar a maneira mais segura de iniciar a prática esportiva e, gradativamente, ir aumentando a frequência semanal”, orientou o profissional.

Profissional de educação física da Gerência de Atenção Primária (GAP) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Everton Carnaúba (Foto: Carla Cleto / Ascom Sesau)

Entre os benefícios relacionados à saúde, Everton Carnaúba destacou a redução da pressão arterial, a diminuição da glicose capilar, a melhora do sono, a redução do peso corporal (evitando a obesidade), a redução dos riscos de diversos tipos de câncer que pode ser prevenido pela prática de exercícios físicos e tendo como consequências a melhora da imagem corporal (estética) sem o risco de se lesionar.

“No caso dos atletas que buscam a alta performance, podem ter o risco de mal súbito por eles estarem sempre treinando ou competindo nos seus limites (alta intensidade)”, exemplificou.

PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Alagoas tem 5.491 profissionais de Educação Física registrados, dos quais 3.371 em Maceió. São 839 academias em todo o Estado, sendo 347 em Maceió.

O segundo vice-presidente do Conselho Regional de Educação Física da 19ª Região, em Alagoas, Edison Francisco Valente, salientou que antes de se matricular em uma academia de ginástica, o primeiro passo que a pessoa deve dar é consultar um médico para uma avaliação geral de saúde.

“Isso garantirá que você esteja apto para iniciar atividades físicas e permitirá que o profissional de Educação Física desenvolva um programa de exercícios adequado às suas condições”, detalhou Edison Francisco Valente. Ele é licenciado em Educação Física pela Universidade Federal de Alagoas, especialista em Esporte Para Todos pela Universidade Federal de Santa Maria, mestre em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas, pós-graduado na International Olympic Academy – na Grécia e Doutor em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas.

Nem mesmo os atletas de alta performance estão livres da “regra de ouro”. Eles também precisam de acompanhamento do profissional de Educação Física.

Segundo vice-presidente do Conselho Regional de Educação Física da 19ª Região, em Alagoas, Edison Francisco Valente (Foto: Arquivo pessoal)

Na avaliação de Edison Francisco Valente, esse acompanhamento é essencial para otimizar o desempenho, prevenir lesões e garantir que os treinamentos sejam realizados de maneira eficiente e segura.

Ainda conforme as explicações do segundo vice-presidente do Conselho, alguns dos principais erros incluem começar com exercícios de alta intensidade sem preparo adequado, sem respeitar os limites do corpo, ignorar a necessidade de uma avaliação física prévia e a falta de orientação de um profissional de Educação Física. “Tais erros podem resultar em lesões e desmotivação”, argumentou.

De acordo com Edison Francisco Valente, é importante que todas as pessoas façam uma avaliação física completa, incluindo uma anamnese detalhada e exames físicos, antes de iniciar qualquer programa de exercícios. Isso permite que o profissional de Educação Física desenvolva um plano de atividades personalizado, respeitando as particularidades de cada indivíduo e garantindo a segurança e eficácia dos treinos.

POR LEI

Empresas são obrigadas a colocar informações de substâncias que aumentam risco de problemas cardiovasculares nos rótulos

Devido à quantidade de mortes e aumento de doenças como diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares e obesidade, as empresas do setor alimentício são obrigadas por lei, desde abril deste ano, a incluírem em todos os rótulos de produtos informações sobre alto teor de gordura saturada, açúcar adicionado ou sódio, substâncias que podem aumentar os casos das doenças citadas acima.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020, 60% dos adultos têm excesso de peso no Brasil. Ainda conforme a pesquisa, um em cada quatro foi diagnosticado com obesidade: um total de mais de 41 milhões de pessoas.

Um levantamento da Sociedade Brasileira de Diabetes aponta que existem mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a diabetes no país, o que representa 6,9% da população nacional.

Durante o mês de agosto, é comemorado o Dia de Combate ao Colesterol, uma data que destaca a importância de manter níveis saudáveis dessa substância no organismo para prevenir doenças cardiovasculares, que são as principais responsáveis pelos óbitos registrados anualmente no país.

Os especialistas da área mostram que o desequilíbrio nos níveis de colesterol é um fator de risco significativo para problemas cardiovasculares. O colesterol elevado está associado ao aumento da incidência de AVC, infarto e morte súbita. No Brasil, as doenças cardiovasculares causam cerca de 400 mil mortes por ano, representando 30% do total de óbitos.

RECOMENDAÇÃO

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que pessoas saudáveis consumam até 5 gramas de sal por dia. Para se ter uma ideia, isso é equivalente a cerca de uma colher de chá. A ingestão de sal de mesa fornece 90% do sódio da nossa dieta.

No entanto, o consumo diário das pessoas acaba passando o limite estipulado porque ao sal da comida se soma o sódio presente em alimentos industrializados, como refrigerantes, bolachas e macarrão instantâneo.

Em relação ao açúcar, a organização afirma que o máximo é 10% das calorias diárias devem ser por consumo de açúcar. Considerando uma dieta de 2.000 calorias, esse percentual equivale a 50 gramas de açúcar por dia. Na prática, representa cerca de 10 colheres de chá.

Já em relação à gordura saturada, as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) recomendam que sejam consumidos apenas 22 gramas por dia.

Equipamento indica quantidade de mortes por doenças cardiovasculares no Brasil em tempo real

O Cardiômetro é um indicador do número de mortes por doenças cardiovasculares no país, criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Ele é capaz de quantificar em tempo real os números de óbitos.

De acordo com o Cardiômetro são mais de 1.100 mortes por dia, cerca de 46 por hora, 1 morte a cada 1,5 minutos (90 segundos). Até o último dia 29 de agosto deste ano, já se somava 267. 218 mortes até o horário as 15h30.

As doenças cardiovasculares causam o dobro de mortes que aquelas relacionadas a todos os tipos de câncer juntos, 2,3 vezes mais que todas as causas externas (acidentes e violência), 3 vezes mais que as doenças respiratórias e 6,5 vezes mais que todas as infecções, incluindo a AIDS.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que, ao final deste ano, quase 400 mil cidadãos brasileiros morrerão por doenças do coração e da circulação. Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas ou postergadas com cuidados preventivos e medidas terapêuticas. O alerta, a prevenção e o tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças cardiovasculares podem reverter essa grave situação. Os dados em tempo real podem ser vistos no http://www.cardiometro.com.br/.