Valná Dantas: a mulher que não é uma, é tantas!

Conheça a trajetória do fenômeno do empreendedorismo, mentora que impulsionou carreiras e já potencializou com seu trabalho mais de 30 mil mulheres em Alagoas; Tribuna revela outras histórias femininas de sucesso

Por Wellington Santos e Valdete Calheiros: Reportagem e Edição / Edilson Omena: Foto da capa | Redação

Dez horas e 28 minutos do dia 24 de abril. A reportagem liga para a interlocutora. Do outro lado do aplicativo, ela responde fazendo questão de explicar o momento que vive, ao aceitar o convite para uma entrevista sobre Empreendedorismo Feminino: “Estou até arrepiada aqui com suas palavras. Você ligou em um momento bem delicado de minha carreira, um momento de transição”, disse a personagem.

O repórter, por sua vez, medita ao pensar de como é chegar a uma mulher poderosa e ler aquilo no qual só Deus é capaz de desvendar. Ou seja: o que se passaria na cabeça de uma mulher no ápice de seus questionamentos e o que seria o tal período de transição de uma figura feminina muito bem-sucedida no mundo dos negócios.

A entrevista é marcada. Equipe pronta e em dia e horário combinado chega-se a seu aprazível lar que fica em um condomínio no litoral sul entre Maceió e o município de Marechal Deodoro. Lá, a mentora que já inspirou mais de 3 mil mulheres a empreender por essas bandas, impressiona a equipe. Recebe a reportagem sem maquiagem e usa um macacão. O figurino parece ser estranho para o repórter que esperava a cena típica com os apetrechos do padrão de beleza habitual do universo feminino para a entrevista.

Ao final da matéria, como se tivesse adivinhado as impressões do repórter, a interlocutora justifica: "Olha, não sei como e por que dei a entrevista daquela forma. Minha cabeça parece que está em outro planeta".

A personagem em questão é Valná Dantas, 37 anos que, recentemente, encerrou uma sociedade que perdurava cinco anos e que mexeu com sua estrutura emocional e, principalmente, financeira. E com o poder que só as mulheres fortes têm, emendou: "Tem nada não, vou começar do zero novamente!".

A mulher forte e destemida e que se notabilizou como mentora de mulheres que se jogam no mundo para ser empreendedoras está no mercado há 15 anos, treinando equipes de vendas, com mais de 500 alunas com resultados exitosos e cujo nicho se caracteriza por incentivar outras pessoas a alavancarem o faturamento de seus negócios.

Valná Dantas (Foto: Edilson Omena)

Essa mulher em plena transição de vida é ainda publicitária, especialista em Marketing Estratégico, Mestre em Sociedade, Tecnologia e Políticas Públicas. Fundou a @revistadue, na qual é editora-chefe há 14 anos. Ainda se divide, quando dá tempo, como professora universitária, palestrante, consultora, redatora, coach de carreira e criadora de projetos que fomentam a união e o empreendedorismo feminino e fundadora do movimento Projeta Mulher — um universo movido por histórias inspiradoras e conexões que une mulheres que buscam caminhos, conteúdos e motivações para o sucesso e onde se notabilizou no mercado empreendedor digital alagoano.

O poeta e a mulher que se multiplicou

Valná Dantas pode se assemelhar com o que escreveu certa vez o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), quando da morte da então dama do teatro brasileiro, Cacilda Becker (1921-1969), que atestou: “Cacilda não era uma, era tantas!”. E plagiando um dos maiores poetas brasileiros diante do seu bem-sucedido currículo: Sim, Valná não é uma, é tantas!”.

Nos 15 anos de carreira, foram cinco parcerias com sócios diferentes, uma delas com o próprio marido. Na última, que durou cinco anos com um ex-aluno da faculdade da graduação onde ensinou, faz questão de frisar. “Mas olha, deu muito certo! A vida é assim, existem fases e agora acabou”, filosofa.

“Essa foi a minha quinta e última sociedade”, garante, sem entrar em detalhes das razões do fim da parceria.

Um livro e um sonho: a empreendedora se revela

Um dia esta mulher que nasceu no torrão sertanejo de Santana do Ipanema e aos 3 anos mudou para Minas Gerais com a família onde passou 8 anos até voltar a Alagoas e resolver alavancar seus próprios sonhos e de outras mulheres. O start foi se deparar com um livro que lhe inspirou a mergulhar no empreendedorismo e que lhe levou a um período sabático na China, com intuito de conhecer outras culturas. A menina de Santana do Ipanema queria ver como era o mundo do outro lado, inspirada na obra “Comer, rezar e amar”, da jornalista Elizabeth Gilbert. Na história, a personagem decide tomar uma decisão radical: livrar-se de todos os bens materiais. Resultado, demitiu-se do emprego e partiu sozinha para uma viagem de um ano pelo mundo. O objetivo de Gilbert era visitar três lugares onde pudesse examinar aspectos de sua própria natureza, tendo como cenário uma cultura que, tradicionalmente, fosse especialista em cada um deles. Assim, decidiu explorar a arte do prazer na Itália, a arte da devoção na Índia, e, na Indonésia, a arte de equilibrar as duas coisas. Escrito com ironia, humor e inteligência, o best-seller de Elizabeth Gilbert é um relato sobre a importância de assumir a responsabilidade pelo próprio contentamento e parar de viver conforme os ideais da sociedade. O mundo de Valná era aquele da escritora.

“Eu queria viver aquela história do livro”, revela. E advinha o que a moça com espírito empreendedor fez? Acertou quem pensou sim! Valná foi para a China.

VEJA NO VÍDEO ABAIXO OS DETALHES QUE ELA MESMA CONTA

Projeta Mulher, nasce um divisor de águas feminino

E como exímia empreendedora, criou o Projeta Mulher, que nasceu para contar a história de mulheres para dar voz e vez a pessoas simples, reais e, principalmente, empreendedoras que faziam a diferença no trabalho. O Projeta surgiu como um braço da revista Due, publicação de sua propriedade. “Tive o desejo de reuni-las e vi que as dores, as experiências, os trabalhos eram muito parecidos e assim fomos crescendo”, conta Valná. O pontapé foi com 15 mulheres, depois 100, 300, 500 e, pasmem, para este ano de 2024, Valná tem planejamento para um megaevento onde quer levar 1.500 mulheres.

Sobre isso, Valná dá detalhes:

Empreendedora atesta: "quero proteger outras mulheres":

Mulheres impactadas pelo Projeto de Valná

Nos últimos 4 anos, mais de 2 mil mulheres se tornaram clientes de Valná diretamente. Mas se forem somadas as mensagens nas redes sociais, podcasts, YouTube, congressos, retiros, segundo cálculos da mentora, mais de 30 mil mulheres foram direta ou indiretamente impactadas por suas abordagens empreendedoras.

'Tive o desejo de reuni-las e vi que as dores, as experiências, os trabalhos eram muito parecidos e assim fomos crescendo', afirma Valná Dantas.

Valná Dantas (Foto: Edilson Omena)

Uma prateada de ouro que fala para além da idade

Uma das pupilas dos cursos que Valná propiciou às dezenas de mulheres que hoje potencializam o empreendedorismo feminino de Valná é a advogada e psicóloga Cristina Sibaldo, 56 anos.

Opa, alto lá para quem observou que o texto traz a idade de uma mulher depois dos 50. Pois bem, Cristina é muito bem resolvida com temas sobre o tal etarismo, tão discutido nos dias atuais, principalmente entre as mulheres.

Seu up grade para direcionar o que aprendeu com a mentora ocorreu há três anos, quando participou do Projeta Mulher.

Há alguns anos, Cristina abriu mão da Advocacia para se dedicar à Psicologia na área especializada em Gestalt terapia, terapia sistêmica familiar e constelação familiar, que objetiva auxiliar mulheres no caminho de autoconhecimento, empoderamento e superação de seus passados. Mas foi através do curso Projeta Mulher, da amiga Valná, que Cristina deu seu “pulo do gato”.

Capa da Revista Due com Cristina Sibaldo (Imagem: Divulgação)

“Valná é divertida, impulsionadora e foi um divisor de águas para que eu me motivasse a dar palestras. A última palestra tivemos mais de seiscentas mulheres“, conta Cristina, numa conversa com a reportagem, logo após ter participado como convidada do Sebrae no evento “Entre Elas” a falar sobre “Economia Prateada”, justamente direcionada para mulheres acima dos 50 anos, seu público-alvo na profissão.

A psicóloga é tão bem resolvida com a questão da idade, que foi capa da Revista Due, de propriedade de Valná, demonstrando empoderamento cujo título foi “50 +, uma ode à mulher madura”.

Cristina Sibaldo durante palestra em evento do Sebrae; na foto acima, psicóloga foi capa da revista Due (Foto: Julio Vasconcelos / Agência Sebrae)

E a próxima empreitada de Cristina já tem data: será no dia 24 de agosto de 2024, no Centro de Convenções de Maceió, para um dia repleto de inspiração, aprendizado e networking.

“Sonho Meu”, sonho delas: mulheres de olho nos negócios em Alagoas

Mãe de três meninos com idades entre final de adolescência e bebê, mulher e empreendedora Mércia Silva, 39 anos, é um dos melhores exemplos de que conciliar multitarefas é, sim, possível. Fácil não, realizável sim. E, ao final do dia, com uma sensação prazerosa de quem deu o seu melhor para desempenhar todas as funções.

Do Projeta Mulher, a outra pupila de Valná Dantas, o próximo passo de Mércia a levou ao caminho do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas (Sebrae) de quem tem acompanhamento até os dias atuais.

Há quase quatro anos no empreendedorismo, ela já desponta como um case de sucesso. Mércia Silva sempre atendeu clientes. Antes como CLT, nunca havia pensado em empreender até receber o diagnóstico do filho do meio que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Precisei abrir mão da minha vida para cuidar da dele”.

Paulista em Maceió, se viu obrigada a empreender e logo encarou a primeira dificuldade: conhecia poucas pessoas na capital alagoana. Até conhecer, em 2021, o Projeta Mulher e começar a estudar formas de melhorar o atendimento.

“Comecei com uma malinha e poucas peças. Montamos a loja na garagem de casa e atendo minha clientela de bebê aos 12 anos de idade com moda infantil”, diz Mércia.

Mércia em sua loja 'Sonho Meu' (Foto: Arquivo pessoal)

O nome da loja de Mércia já a define “Sonho Meu”, escolhido após o diagnóstico de TEA. “Precisava dedicar muitas horas por dia com terapias, difícil conciliar com a carga de trabalho de uma CLT. Então, passou a ser meu sonho poder trabalhar e cuidar do meu filho”, destaca. E como cuida!

Dedicação total aos filhos Lucas, 17 anos, Thiago, 10 anos, que também tem TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade – e o caçula do trio Miguel, de 1 ano e 8 meses.

Mércia com os filhos Lucas, Thiago e Miguel (Foto: Arquivo pessoal)

“Descobrimos o TEA em Thiago quando ele era ainda muito pequeno. Ninguém sabia cuidar dele. Ele chorava muito o dia inteiro sem eu saber o que fazer para acalmá-lo. Tinha sensibilidade auditiva, seletividade alimentar, não gostava de brincar com outras crianças e era muito hiperativo, todo mundo cansava menos ele. Eu sabia que aquele comportamento não era normal. Até recebermos o diagnóstico foi muito difícil. Hoje em dia, o autismo é bem esclarecido, há 10 anos, não”, recordou.

Mércia contou que começou a estudar, ler, perguntar, participar de palestras para entender o que acontecia com o filho e poder ajudar, da melhor forma, diante dos comportamentos difíceis e das crises constantes.

“Depois que fui aprendendo, voltamos a viver. Eu já sabia diferenciar a birra da crise e também o que causava desconforto e o que fazer para acalmá-lo caso acontecesse uma crise fora da clínica. Depois de muitas terapias, foram muitos os avanços. Em algumas conversas com outras mães nas salas de espera das clínicas, Deus gerou em meu coração a vontade de trabalhar com roupas infantis. Ali mesmo, à espera dos atendimentos, eu já mostrava as roupas àquelas mães que já viraram minhas primeiras clientes”, afirma Mércia, ao recordar os primeiros passos no mundo dos negócios, no mercado empreendedor.

Engana-se quem pensa que o caminho para o sucesso no empreendedorismo é feito apenas de flores. Há espinhos no caminho. E Mércia teve os dela. Mas soube atravessar sem se furar profundamente; passou por um leve arranhão, um ou outro deixou alguma marca mais profunda, mas sem cicatrizes que a fizessem desistir.

Mércia é uma das mulheres alcançadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) de 2022. Segundo o levantamento, Alagoas conta com 26,67 mil mulheres à frente de pequenos negócios. Essas empresárias representam 36,40% do total de proprietários de negócios no Estado, enquanto os homens representam 63,61% do total.

“Empreender após um diagnóstico de TEA não é fácil. Para mim foi recomeço. Eu já tinha feito pelo meu filho tudo que eu podia fazer. Aí chegou a minha vez. Foi o autismo quem me apresentou ao empreendedorismo. E depois de muitos desafios eu apresentei meu Thiago ao autismo. É difícil até hoje, mas é difícil para todo mundo. Eu não tinha a opção de desistir. A briga com o plano de saúde foi parar na Justiça e eu precisava trabalhar para tentar custear o tratamento dele”, relata, bastante emocionada. Venceram os dois! Atualmente o menino é seu maior garoto propaganda. Para acompanhar a loja de Mércia, o Instagram é @lj_sonhomeu.

Na avaliação do Sebrae, a consultoria em planejamento é o primeiro passo para alcançar o sucesso nos negócios. Isto porque os empreendedores que adotam soluções e ferramentas de gestão tomam decisões de forma mais assertiva.

Conforme a entidade privada, um dos erros mais comuns entre os empreendedores que estão abrindo a própria empresa é não se aprofundar no planejamento do negócio.

A analista do Sebrae Alagoas Agda França pontuou que uma consultoria em planejamento estratégico é de extrema importância, por se tratar de uma solução muito transversal, já que toda e qualquer empresa precisa de indicadores e metas, deixando claro a perspectiva econômica, financeira, de mercado e de quais clientes a empresa quer alcançar.

Analista do Sebrae Alagoas Agda França (Foto: Julio Vasconcelos / Assessoria)

“Quando a gente fala de uma solução de planejamento, ela vem com um olhar de muito acolhimento empresarial, onde a gente se reúne com o empreendedor, avalia as ações que ele já tem, remodela a estratégia, constrói um novo plano de ação e corrige problemas que, muitas vezes, no dia a dia, na dinâmica do pequeno negócio, ele não consegue enxergar”, salientou.

Números sobre o empreendedorismo feminino

  • Na avaliação do Sebrae, o empreendedorismo feminino tem ganhado destaque, especialmente em setores como beleza e estética, bem-estar, moda e alimentação. 
    De acordo com o serviço, mais de 10 milhões de mulheres estão empreendendo no mercado, com a maioria pertencendo às classes C, D e E. No cenário nacional, 34% de todos os empreendedores são mulheres. Essa tendência positiva reflete o potencial transformador das mulheres na economia e na sociedade. Em uma breve análise sobre o empreendedorismo feminino em 2023, o Sebrae pode destacar a força econômica das mulheres.
  • Em 2020, Brasil já era o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras. Dos cerca de 52 milhões de empreendedores, 30 milhões (48%) eram mulheres, conforme apontou a pesquisa do GEM (Global Entrepreneurship Monitor). Em relação aos ramos de atividade em que as empreendedoras atuam, ainda de acordo com a GEM – 2022, existem os serviços de catering (refeições), buffet e outros serviços de comida preparada representando 17,8% das atividades. Essas empresas fornecem serviços de alimentação para eventos, festas e ocasiões especiais.

Mulheres empreendedoras no Nordeste e em Alagoas

Em 2023, a Be.Labs realizou uma pesquisa com 600 mulheres empreendedoras no Nordeste, os dados revelam que as mulheres empreendedoras na região apresentam uma média de idade de 38,5 anos.

Sessenta e quatro por cento se autodeclararam negras. São casadas 41,1%. Uma parcela de 71,7% tem filhos. Chefiam a família 52,3% ou sendo responsáveis pelo sustento da família ou assumindo a maior parte ou a totalidade das despesas.

Cinquenta e seis por cento das empreendedoras recebem de um a três salários-mínimos. Para 71,6% o negócio não é sua principal fonte de renda.

Conforme a pesquisa da Be.Labs, sobre as empreendedoras alagoanas a idade média é de 39 anos. Cinquenta e três por cento são casadas e 28,13% são solteiras. Do total, 22% possuem superior completo, 16% pós-graduação completa e 12,5% 2º grau completo.

Oitenta e quatro por cento delas têm filhos. Chefiam as famílias, 44% das empreendedoras, das quais 28% das mulheres são responsáveis sozinhas pelo sustento da família, 22% os companheiros são responsáveis sozinhos pelo sustento da família, 19% são responsáveis junto com os companheiros(as) pelo sustento da família.

Setenta e dois por cento delas não têm o negócio como única fonte de renda. Das mulheres empreendedoras, 47% sentem dificuldade em conciliar trabalho, tarefas domésticas e cuidar dos filhos (jornada tripla) e 41% sentem dificuldade em conciliar estudo, trabalho, tarefas domésticas e cuidar dos filhos (jornada quádrupla).

No que diz respeito ao tipo de ocupação dessas mulheres empreendedoras, a analista de Estudos e Pesquisas do Sebrae, Geanne Silva, afirmou que 69% delas trabalham por conta própria e 32% são empregadoras. Ou seja, isso significa dizer que a maioria atua de forma independente, sem vínculo empregatício. Elas podem ser autônomas, freelancers ou proprietárias de pequenos negócios.

Analista de Estudos e Pesquisas do Sebrae, Geanne Silva (Foto: Julio Vasconcelos / Agência Sebrae)

Esses números indicam que muitas mulheres empreendedoras preferem a autonomia de trabalhar por conta própria, enquanto outras assumem a responsabilidade de liderar e empregar outras pessoas em seus negócios.

“Em Alagoas, pelos dados do Mapa da Inadimplência do Serasa (2023), 40% da população está inadimplente. Em 2022, esse mesmo relatório apontou que com relação às mulheres, 53,3% delas renegociaram suas dívidas no final do ano. Essa taxa é significativamente maior do que a dos homens, que correspondem a 29% dos inadimplentes. Portanto, as mulheres têm uma presença mais marcante na inadimplência em Alagoas”, pontua Geanne .

Segundo ainda analista, criar redes de apoio e oferecer mentoria para empreendedoras pode impulsionar o crescimento de seus negócios e proporcionar troca de experiências. Assim como focar em negócios que proporcionem efeito social e ambiental positivo, além de ganho financeiro é uma tendência que ganha força no empreendedorismo feminino.

Além do Sebrae, atendendo as mulheres empreendedoras no Brasil, Nordeste e em Alagoas, existe uma infinidade de instituições, empresas, ONGs que trabalham para diminuir as diferenças que existem entre mulheres e homens no que tange a geração de emprego, renda, fomento a economia.

‘Origem da água’ para empreender de alagoanas impressiona Giovanna Antonelli

“Quero saber qual a água que essas mulheres daqui de Alagoas tomam”. A afirmação ao portal tribunahoje.com foi da atriz e empresária Giovanna Antoneli, que levou ao auditório do Sebrae, em Maceió, sua expertise no talk show no evento “Entre Elas”, realizado na capital alagoana, no último dia 25 de maio.

A versão empreendedora da atriz, famosa por dezenas de novelas, além de filmes e séries, começou em 2013, quando abriu a “Giolaser”, cujo propósito é levar a depilação a laser ao alcance das mulheres, de uma forma mais acessível. Giovanna comanda mais de 300 franquias da empresa espalhadas por todo Brasil.

Giovanna Antonelli em evento sobre empreendedorismo promovido pelo Sebrae, em Maceió (Foto: Julio Vasconcelos / Ascom Sebrae)

“Foi um troca e sinergia maravilhosa e estou saindo com meu coração muito feliz com o que vi aqui em Maceió, com o poder de engajamento dessas mulheres. E todas nós temos um objetivo: os sonhos, a concretização deles. Foi uma experiência realmente maravilhosa”, completou a atriz, que deu palestra para um auditório lotado com cerca de 300 mulheres empreendedoras.

A “fonte da água” a que se referiu Giovanna foi explicada pela atriz: “Quero saber o segredo e em que fonte essas mulheres alagoanas bebem para serem tão empreendedoras e criativas”, disse, ao ficar impressionada com a performance demonstrada pelas empreendedoras nas dinâmicas no palco durante sua palestra.

Giovanna entre elas durante o evento (Foto: Julio Vasconcelos / Ascom Sebrae)

Uma das organizadoras do evento Entre Elas, Érica Pereira, é gestora do projeto chamado “Sebrae Delas” e resumiu o resultado do encontro.

“Estimulou e promoveu o empreendedorismo feminino com palestras, feira colaborativa, atendimento de massagem. O evento mostrou que as mulheres são as protagonistas e ele foi pensado por mulheres para as mulheres”, disse Érica Pereira.

E voltando à personagem Valná Dantas, do início desta reportagem, ela não foi vista na palestra da atriz Giovanna Antonelli, mas embora não seja exatamente o elemento água que compõe o planeta, o corpo humano, e essencial à existência e à manutenção da vida encontrada em três estados físicos, com certeza, essa sertaneja é uma das fontes do empreendedorismo que tem impulsionado as bravas mulheres por essas plagas.