IA(í), PARA ONDE VAMOS SEM SEGURO?

Inteligência Artificial e seguradoras: uma relação de cumplicidade em defesa dos clientes

Por Valdete Calheiros e Wellington Santos - Repórteres / Bruno Martins: Revisão | Redação

Enquanto você dedica alguns minutos do seu tempo à leitura desta reportagem especial, seus dados pessoais e/ou profissionais podem estar sendo copiados e compartilhados por algum programa de computador que utiliza a Inteligência Artificial (IA) como ferramenta.

Em contrapartida, neste mesmo momento, algum paciente com uma grave cardiopatia pode estar sendo salvo em um centro cirúrgico graças à interação IA x homem.

Quando você preenche o CPF na maquininha da farmácia está consentindo que ele seja usado por essa empresa, em troca de um desconto. Outro exemplo é quando se conecta ao WiFi do aeroporto. Não é de “graça”. Os dados vão para um bureau de informações, alguns anonimizados (técnica de processamento de dados que remove ou modifica informações que possam identificar uma pessoa).

Neste meio termo está o mercado de seguros que se adequa, dia a dia, às mudanças sociais, profissionais e pessoais provocadas pela IA. E não poderia ser diferente.

Certamente um dos principais desafios para o setor de seguros neste século será o adequado direcionamento desse tema. O setor está enfrentando todos os desafios de olho no futuro que já está sendo vivenciado no presente.

Desde o lançamento do ChatGPT em novembro de 2022, a IA entrou definitivamente no vocabulário dos brasileiros. E o mercado de seguros tomou o mesmo caminho.

O que é ChatGPT

ChatGPT é um programa de computador criado pela empresa OpenAI que entende o que as pessoas dizem e pode responder a perguntas e ajudar com tarefas que envolvem palavras. Ele foi treinado com muitos textos diferentes e pode ser usado em produtos e serviços como assistentes virtuais, atendimento ao cliente e até mesmo redação. O objetivo é fazer com que as conversas entre humanos e computadores sejam mais naturais e úteis.

Em linhas gerais, a IA é um ramo da ciência da computação que se concentra em criar sistemas que podem aprender e realizar tarefas que normalmente exigiriam inteligência humana.

Inteligência Artificial (Foto: Reprodução)

Não há dúvidas de que a sociedade está em direção a uma era movida pela IA. Não há mais como recuar. A IA traz consigo benefícios e armadilhas e para os obstáculos serem minimizados os seguros se apresentam como a melhor solução.

Mas, qual será o real impacto dessa tecnologia no mercado de seguros? Nos últimos anos, muito tem se falado sobre o impacto da tecnologia no mercado de seguros. IA, carros e casas conectadas, cidades inteligentes, drones já são parte integrante do mundo de negócios, mas a tendência é que a cada dia elas estejam mais presentes na rotina das empresas do setor.

O corretor de seguros Djaildo Almeida explicou que o mercado tem feito uso racional da IA. “Nos casos de proteção ao patrimônio, a inteligência artificial está sendo usada como telemetria para poder identificar a dirigibilidade do cliente”.

Uma precificação mais justa para ambas as partes é, no mínimo, uma certeza garantida pela IA. “Assim como na vida pessoal, é possível precificar se o cliente tem uma vida mais ativa no sentido de ser esportista, de se cuidar mais. A IA tem sido utilizada tanto nos negócios patrimoniais como nos negócios de vida”, frisou o corretor.

'Nos casos de proteção ao patrimônio, a inteligência artificial está sendo usada como telemetria para poder identificar a dirigibilidade do cliente', destaca o corretor de seguros Djaildo Ferreira.

Conforme Djaildo Almeida, a IA proporciona praticamente um seguro personalizado, um seguro que atenda, em sua totalidade, à necessidade do cliente. Especialmente, em se tratando de seguro empresarial, o profissional alertou sobre a necessidade de proteção contra, por exemplo, ataques cibernéticos. “Em um seguro cyber, há toda uma gama de segurança contra invasão de hackers”, assegurou o corretor, que é graduado em Administração de Empresas com especialização em Marketing, Gestão Empresarial e Mídias Sociais, MBA em Gestão de Risco e Seguros, além de professor da Escola Nacional de Seguros (ENS).

PARA INFLUENCIADORES, SEGURANÇA E PRIVACIDADE SÃO FUNDAMENTAIS

A IA tem se tornado uma parte integral na vida das pessoas, com aplicações que vão desde assistentes virtuais nos smartphones até sistemas de reconhecimento facial e veículos autônomos. À medida que a IA avança e se torna mais onipresente, a questão da segurança e, em particular, da privacidade, surge como uma preocupação para muitas pessoas.

É o caso do casal de influenciadores alagoanos Endy Mesquita e Gustavo Moura, o Guga Show. Juntos, somados também aos seus perfis profissionais, eles contam com 270 mil seguidores. Nas redes sociais, expõem fotos de experiências pessoais em alguns países mundo afora, viagens nacionais e rotinas de trabalho. Ambos garantem que o fazem com consciência e cautela.

Endy Mesquita é designer de joias e proprietária de um ateliê que leva seu nome. Gustavo Moura é jornalista e músico. A dupla que divide a vida amorosa e a sociedade profissional fez questão de afirmar que nunca aceita propostas que ponham em dúvida a credibilidade do nome de ambos.

“A gente toma todas as precauções necessárias. Temos toda cautela para não deixarmos espaço para usarem nossos perfis, nossa imagem de forma negativa”, assegurou Gustavo Moura.

Apesar de toda cautela pessoal e profissional, o casal já presenciou amigos passarem por algum tipo de problema causado pela tecnologia. Endy Mesquita recordou que, em recente visita à casa de uma amiga, todos foram surpreendidos por um telefonema que se utilizava de voz de IA para simular a voz da filha pequena da amiga que estaria, segundo a ligação, sendo vítima de um sequestro.

Casal de influenciadores, Endy Mesquita e Gustavo Moura tomam todas as precauções necessárias (Foto: Arquivo pessoal)

“Que para dar um susto inicial, estava fora da residência, na casa de uma amiguinha”, recordou. Felizmente, era um trote. A influenciadora contou que é preciso desconfiar de tudo.

“Já alertamos nossa família de que se receberem alguma ligação de alguém pedindo dinheiro, nos procurem antes”, salientou ela.

A influenciadora lembrou que são várias as ferramentas para proteger as contas, tanto do Instagram, como Facebook, YouTube e salientou que tem muita gente que também lida com essa parte de segurança na internet, que eles ensinam coisas que são bacanas de fazer, o que fazer, o que não fazer.

“Na verdade, já tentaram clonar nossa linha para pegar as nossas contas. E graças a Deus, a gente foi bem rápido, conseguiu reverter. Foi da própria operadora, por incrível que pareça. Todo mundo está muito vulnerável. Precisamos lançar mão das ferramentas para nos protegermos. Acredito que aos pouquinhos as pessoas vão tomando mais cuidado, tendo mais conhecimento”.

O casal aposta no fato de não acessarem páginas de jogos online, jogos de azar, o que já os deixam mais protegidos. “Temos uma conduta positiva na internet”, concluiu.

De olho na transformação digital de seus processos e na conquista de mais negócios, o mercado de seguros já está utilizando a IA para realizar inúmeras tarefas do seu cotidiano.

Clientes cada vez mais habituados ao mundo digital esperam que os serviços e produtos oferecidos pela indústria sigam nessa mesma linha de inovação. Para atender a essa expectativa, o setor de seguros tornou-se o que mais investe em IA. Diante da crescente demanda, os seguradores estão mais engajados em implementar a IA em suas cadeias de seguros.

Eles revelam que já ocorreram tentativas de clonagem da linha telefônica em busca de pegar as contas do casal (Foto: Arquivo pessoal)

PROJEÇÃO É QUE IA MOVIMENTE 15,7 TRILHÕES DE DÓLARES EM 2030

De acordo com o TCS Global Trend Study, 85% das empresas do setor afirmam que utilizam a IA de alguma maneira e 100% das entrevistadas revelam que pretendem usar a tecnologia mais ativamente.

A tendência é que a IA esteja cada vez mais presente no cotidiano. Para se ter uma ideia, uma pesquisa feita pela PWC este ano, aponta que o mercado de IA deve contribuir em cerca de 15,7 trilhões de dólares para a economia global em 2030. PWC é uma comunidade de solvers (pessoas movidas por desafios, que se unem de formas inesperadas para criar soluções para novos tempos).

Com isso, o maior beneficiário é o segurado que passa a contar com uma experiência de serviço melhor, alinhada com suas necessidades, entre as quais a recomendação de produtos específicos, cotação de seguros e emissão de apólices.

O gerente de Pós-Graduação e Programas Especiais da ENS, Ronny Martins, acredita que a IA tem se mostrado uma grande aliada em todas as atividades produtivas e, em particular, no mercado de seguros.

“O uso de algoritmos e inteligência preditiva tem sido e pode ser cada vez mais utilizado de várias formas no setor, desde a subscrição de risco mais precisa, passando pela agilização da regulação dos sinistros, até a detecção de fraude”, pontuou.

A IA, acrescentou ele, vem sendo usada no atendimento aos clientes por meio, por exemplo, dos chatbots (programa de computador que tenta simular um ser humano na conversação com as pessoas. O objetivo é responder às perguntas de tal forma que as pessoas tenham a impressão de estar conversando com outra pessoa e não com um programa de computador) e, especialmente, na personalização (analisando dados de comportamento e particularidades pessoais) e na distribuição dos produtos de seguros (segmentação de públicos, geração de leads).

Gerente de Pós-Graduação e Programas Especiais da Escola de Negócios e Seguros (ENS), Ronny Martins (Foto: Arquivo pessoal)

O representante da ENS explicou que no âmbito dos clientes corporativos já existe muito cuidado com aspectos relacionados ao armazenamento e uso ético de dados, por conta da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), exigindo sérias medidas de segurança.

“Por estas razões, o mercado de seguros já dispõe de diversos produtos e coberturas na área cibernética. Como toda ferramenta disruptiva, a IA causa preocupações, especialmente quanto ao seu uso ético, mas, de forma geral, os benefícios que já verificamos na distribuição, nas soluções operacionais, na experiência do cliente, entre outros, têm sido enormemente benéficos para o mercado de seguros”, asseverou Ronny Martins.

Um aspecto, no entanto, está longe de ser um consenso. Embora os benefícios potenciais da IA sejam enormes, as preocupações também são substanciais. Existem receios quanto à discriminação potencial, segurança, privacidade, ética e responsabilização por resultados indesejados. Há preocupações ainda de que a IA usurpará a humanidade e colocará em perigo valores sociais caros.

Entre os riscos oriundos da IA, podemos citar riscos de segurança (intrusão cibernética e não resguardo à privacidade), riscos de controle (incapacidade de controle da IA), riscos sociais (divisão da inteligência, com inequidades entre grupos devido ao diferente nível de acesso aos dados, algoritmos e hardwares capazes de promover a saúde, a prosperidade e a segurança), riscos econômicos (perda de empregos, responsabilização civil e danos à reputação) e riscos éticos (falta de valores e desalinhamento entre valores e objetivos).

MERCADO DE SEGUROS AINDA SE ADEQUA À INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Não há ainda um seguro específico para riscos oriundos da IA. Existem, por ora, adequações, como as coberturas de interrupção de negócios, vazamento de dados, danos reputacionais, lucros cessantes e danos a direitos da personalidade de terceiros.

Por outro lado, se um médico cometer uma falha durante uma cirurgia na qual ele se vale de uma tecnologia de IA e que resulte em danos ao paciente, a apólice eventualmente aplicável será a de um seguro de responsabilidade civil profissional.

Uma das áreas com amplo espaço para a IA é a de prevenção de sinistros. A tecnologia pode ser usada para analisar dados de sensores, como dispositivos instalados em carros, para identificar riscos de sinistros e alertar os motoristas sobre como evitá-los. Isso pode reduzir o número de sinistros e, por sua vez, diminuir os custos para as empresas de seguros, com impacto sobre o preço das apólices.

A IA também pode ser usada para facilitar o pagamento de indenizações, pois pode acelerar o processo de análise dos dados e de determinação do valor da indenização com base em fatores como a extensão dos danos, o valor dos bens danificados e a localização geográfica do sinistro. Isso pode acelerar a chamada regulação de sinistros e melhorar a experiência do cliente.

Um dos primeiros passos para se adaptar à IA é definir como investir recursos e tempo de seus profissionais na avaliação e adoção de soluções de IA. As empresas de seguros precisam estar cientes das últimas tendências e avanços na área e investir em soluções tecnológicas que possam ajudá-las a melhorar a eficiência e a qualidade do serviço. Isso pode incluir a adoção de chatbots para atendimento ao cliente, análise de dados para detecção de fraudes e processamento automatizado de sinistros.

Além do impacto nas organizações, a IA também afeta as relações interpessoais e a privacidade. A proliferação de dispositivos equipados com IA em nossas casas, locais de trabalho e vidas cotidianas levanta preocupações sobre a segurança de nossas conversas e atividades pessoais.

Inteligência Artificial traz vantagens e preocupações (Foto: Reprodução)

Assistentes virtuais, como a Alexa ou o Google Assistant, muitas vezes estão sempre ouvindo em busca de comandos ou solicitações, o que gera receios sobre a privacidade de nossas conversas.

Além disso, sistemas de vigilância com reconhecimento facial podem ser usados para monitorar nossas atividades públicas, levantando preocupações sobre o potencial para vigilância em massa. Garantir a privacidade na relação humana no contexto da IA envolve equilibrar a conveniência dos dispositivos com a proteção dos direitos individuais, exigindo regulamentações e práticas de segurança claras.

No processamento de sinistro e de roubos e furtos de veículos, os sistemas de IA podem contar com algoritmos avançados que ajudam a prever, por exemplo, nos próximos 12 meses, a chance de um automóvel ser furtado ou roubado. Há ainda a redução de fraudes com mais eficiência já que a combinação das informações em tempo real permite analisar as transações com mais precisão e velocidade. A IA aprofunda o uso da tecnologia nas seguradoras e muda a relação com o segurado.

É impensável hoje fazer a regulação de sinistros de forma manual. Um processo feito em segundos poderia demorar dias, até semanas. O mercado de seguros investiu muito em tecnologia e, atualmente, cerca de 60% dos sinistros caem em uma esteira que não depende de qualquer intervenção manual.

No caso de um acidente de carro, por exemplo, clientes conseguem comunicar o fato e mandar a localização por WhatsApp, sem falar com nenhum atendente por telefone. O socorro é agilizado pela tecnologia, que permite acionar o guincho mais próximo da região.

No seguro de automóveis, as seguradoras podem usar a IA para avaliar sinistros simples em apenas seis segundos com base nas fotos do smartphone enviadas pelo cliente, em comparação com humanos que levam em média seis minutos e 48 segundos com as mesmas informações.

A análise de dados por meio da IA permite que as seguradoras sejam mais competitivas, podendo avaliar com precisão sua lucratividade atual, além de prever vendas, produtos e preços futuros.

Principais motivos para a adoção da IA por seguradoras e corretoras de seguros:

Análise detalhada de dados; aprendizado contínuo, acarretando em melhores e mais eficientes decisões para os negócios e importância da IA nos negócios; atenção à segurança e privacidade dos dados; automatização da aprendizagem repetitiva; cotação e emissão de apólices; dados mais confiáveis e eficientes; determinação do Preço das Apólices; eficiência na avaliação de riscos; gerenciamento de dados; inteligência de produtos; maior agilidade no processamento de sinistros; maior segurança, evitando ataques cibernéticos; maximização de dados; melhoria na experiência dos clientes; precisão inigualável; prevenção de fraudes; redução nos custos operacionais; relacionamento com os clientes; e uso de chatbots para se comunicar com os clientes, respondendo prontamente às dúvidas e reclamações, conforme programação inicial.

PROPRIEDADE INTELECTUAL E PRESERVAÇÃO DE DADOS

Com o advento da Inteligência Artificial, um dos temas mais discutidos atualmente na questão do seguro é do resguardo da propriedade intelectual. E pensar em uma proteção para propriedade intelectual está diretamente relacionada à questão de patentes.

Para o professor Evandro Costa, do curso de Ciência da Computação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), essa questão está em plena discussão no momento. “Esse tipo de tecnologia tem assustado um pouco, porque o lado ruim da coisa tem gerado muitos processos e pessoas que têm recorrido a essas inteligências artificiais para, por exemplo, gerar uma música, tem processo ocorrendo de gente como os autores reclamando de plágio, a mesma coisa do lado de quem trabalha com imagens, onde o sujeito pode produzir uma água no mapa diferenciado e alguém reivindicar a autoria daquilo ali”, ressalta Costa, ao completar: “então aí temos o lado jurídico, né? Essa mesma inteligência artificial que pode produzir coisas duvidosas em alguns momentos, também te dá ferramentas para você descobrir onde é que essas infrações estão sendo cometidas, com ferramentas altamente sofisticadas”, destaca o professor.

Professor Evandro Costa, do curso de Ciência da Computação da Ufal (Foto: Edilson Omena)

Já o mentor de Tecnologia da Informação da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia da Inovação (Secti) do Governo do Estado, Amaury Nogueira, chama atenção para a questão da regulação. “A gente tem possibilidades infinitas como nunca vistas antes. Temos, por exemplo, filmes e vídeos onde tudo pode ser criado com inteligência artificial, ou substituir o rosto de uma pessoa e já existem alguns países que estão começando a regulamentar o uso da Inteligência Artificial e essa regulamentação envolve vários aspectos como a ética, o que pode e o que não pode ser feito com o uso da Inteligência Artificial ou o que deve ou que não deve ser feito com ela”, comenta Amaury.

Amaury Nogueira, mentor de Tecnologia da Informação da Secti (Foto: Edilson Omena)

“Então isso é algo que a gente precisa ter um certo cuidado, precisamos proteger a nossa propriedade intelectual e criar mecanismos para garantir que as coisas que são feitas por humanos fiquem resguardadas e a propriedade e o direito intelectual fiquem preservados. Então algo muito interessante que está sendo feito pelo Governo do Estado de Alagoas é a regulamentação do uso de Inteligência Artificial”, completa Nogueira.

Veja o complemento do que dizem os especialistas na área de informática e computação:

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL À MESA. SERVIDOS? 

Um exemplo bastante prático da grande utilização da IA é visto nos bares e restaurantes do país. Uma pesquisa inédita da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostrou que um em cada quatro bares e restaurantes utiliza ferramentas de IA no dia a dia.

De acordo com a Abrasel, 28% dos bares e restaurantes brasileiros já utilizaram IA em algum momento. Os resultados da pesquisa mostraram que, entre os que já adotaram a IA, 40% a utilizam para tarefas de marketing, como a criação de peças para redes sociais e campanhas personalizadas.

O estudo mostrou também que 26% dos bares e restaurantes já utilizam o ChatGPT para automatizar o atendimento ao público, respondendo perguntas frequentes e direcionando clientes para os canais mais adequados.

A IA também vem sendo utilizada para treinar funcionários. Segundo a pesquisa, 13% das empresas estão adotando essa prática por meio dos chatbots, assistentes virtuais e simulações interativas. Além disso, 17% dos estabelecimentos disseram utilizar a IA para a criação ou reformulação do cardápio, precificação dos pratos e na sugestão de novas combinações.

Para Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, a IA vem se consolidando como uma oportunidade para o crescimento dos empreendimentos.

“Com pouco mais de um ano, a Inteligência Artificial tem uma curva de adoção e de uso crescente, como nunca foi visto. As empresas não podem se dar ao luxo de esperar para ver. Isso já tem impacto na produtividade, na eficiência e na lucratividade e não deve ser minimizado, sob o risco de ficar para trás da concorrência em um prazo muito curto”, afirmou.

Setor de bares e restaurantes já faz uso da Inteligência Artificial (Foto: Abrasel)

Na visão dos empreendedores de bares e restaurantes, o impacto da IA tem sido positivo. Para 70% dos empresários que utilizam a ferramenta, os resultados vêm sendo satisfatórios. Os benefícios mais citados foram o aumento da eficiência operacional, a redução de custos, a otimização do tempo da equipe e melhorias na experiência do cliente.

“No dia a dia do setor da alimentação fora do lar, as várias ações calibradas pela Inteligência Artificial permitem que os funcionários ganhem tempo para se concentrarem ainda mais no lado humano dos negócios. A Inteligência Artificial deve aumentar a produtividade e abrir mais espaço para as relações humanas no atendimento e no cuidado com o cliente. É essa humanidade que faz a diferença”, complementa Paulo Solmucci.

A utilização da IA nos bares e restaurantes de Maceió está dando um novo sabor aos pratos. Na capital, que vem se tornando um dos mais belos cartões postais do Brasil, os estabelecimentos apostam em IA para aumentar a produtividade dos negócios.

Para o presidente da Abrasel em Alagoas, Marcus Batalha, o uso da IA no setor de bares e restaurantes é uma revolução silenciosa que está transformando a forma como as pessoas se relacionam com a gastronomia.

“Essa tecnologia não apenas otimiza processos e aumenta a eficiência operacional, mas também proporciona uma experiência mais personalizada e memorável para os clientes. Estamos comprometidos em acompanhar de perto essas inovações para garantir que nossos estabelecimentos estejam sempre na vanguarda da excelência gastronômica”, considerou.

É importante lembrar que a IA, por si só, não é boa nem má. Sua segurança e privacidade dependem de como é projetada, implantada e regulamentada. À medida que são exploradas as complexidades da IA e sua relação com a segurança e a privacidade, é crucial que a sociedade avance com responsabilidade, tomando medidas para equilibrar os benefícios da IA com a necessidade de proteger os direitos individuais.

O setor de seguros vem gradativamente sentindo essa mudança. O avanço tecnológico é um caminho sem volta para o mundo dos seguros. O grande desafio atual torna-se antecipar o futuro, estando atento às tendências do mercado para conseguir aplicá-las em prol do segurado.