Petrucia Camelo

DEZEMBRO – O NATAL

Petrucia Camelo 27 de novembro de 2025

Em dezembro como se vê, vive-se a tradição cristã. O mês veste-se de luz e cor formando imagens significativas. Nada mais é do que a materialização do símbolo cristão. E ainda se vê a interiorização do seu sentido acender nos espíritos sensíveis a chama da comemoração do nascimento do Menino-Deus. Dezembro é mês de pausa para incenso ao simbolismo sagrado. É hora das boas mensagens, dos pensamentos de adoração ao Menino-Deus.

Dos elementos representativos desse símbolo, tem-se como uma de seus critérios a comunicação social: promove encontros, trocam-se cartões, presentes; preparam-se as mentes infantis para receber a visita do Papai Noel; há na casa a decoração da árvore natalina e, às vezes, a montagem de um presépio (lapinha).

A Igreja, com as badaladas de sinos de catedral, congrega os fiéis para a “Missa do Galo” onde se interpreta em cantos corais a beleza dos acordes de “Noite Feliz” e logo após, para quem tem o entendimento de família, reúne-se em volta da mesa para a tradicional ceia de Natal, na qual, de acordo com as condições financeiras, há redução ou promoção de iguarias. Mas há sempre confraternização no mundo cristão a adorar o Menino-Deus.

De todo modo, a comemoração natalina instala-se entre os povos; além de ser um dogma religioso, provoca uma pausa na vida habitual para a religiosidade, gerando uma atmosfera propícia para se amar o próximo; trata-se de um simbolismo que reaproxima as pessoas umas das outras. No Natal, tem-se o mundo cristão em contemplação pois é um símbolo complexo e inesgotável da fé, assumindo a manifestação de reverência a Deus, acompanhada de homenagens em atitudes e preces.

O mês de dezembro é propício para fazer eclodir o sentimento religioso do povo mas possui outras formas de homenagem as dos folguedos natalinos e as de outras formas de religiosidade; tiram-se das caixas de guardados o ganzá, o maracá, o pandeiro das pastorinhas, o chapéu de guerreiro as vestimentas à caráter e outros referenciais folclóricos próprios à época. Tem-se ainda mais, as cerimônias religiosas dos cultos afro-brasileiros como a de mergulhar no mar oferendas de flores, perfumes e velas a homenagear a Yemanjá.

Ainda se pode acrescentar que o mês de dezembro é também de auditoria no planejado das peculiaridades necessárias à condição humana; verifica-se por meio da meditação o “estar bem” consigo mesmo, nas conquistas adquiridas e observadas no meio em que se vive, devendo-se considerar se consta no pão almejado, nas amizades oferecidas, adquiridas e conquistadas, nos boletins dos jovens em formação, na guarda da segurança do futuro, nas conquistas científicas a favor da humanidade e de tantos outros crescimentos necessários ao mundo.

Poder-se-iam manter-se esses momentos de adoração ao sagrado, não somente reservando a todo mês de dezembro, que levam a meditação e elevação do espírito, mas dar-lhes uma constância maior, levando-os para o cotidiano e para toda a vida como forma de combater desejos mundanos que invadem a mente e ao espírito, gerando ambições desmedidas, trazendo retorno cruel, sofrido, desumano, deixando todos embrutecidos.