Bartpapo com Geraldo Câmara

ESSENCIALMENTE AGRÍCOLA

Bartpapo com Geraldo Câmara 25 de julho de 2025

Era com esta terminologia que classificávamos o Brasil há algumas décadas atrás, por volta da década de 50. Porque era a verdade e nada havia de ruim com isto, apenas definia que o país não produzia muito mais do que agricultura. E aí era preciso que se começasse a repensar nos destinos produtivos do país. Com imensa extensão de terra, ainda muitas delas sem aproveitamento, mesmo assim o Brasil tinha uma vocação nata sobre o assunto agricultura, até porque os colonizadores não chegaram por aqui com ideias diferentes e progressistas. E também porque sem a necessidade de mão de obra onerável a agricultura era o ponto chave para o desenvolvimento econômico do país, sobretudo pela mão de obra escrava do Século XIX.

Na era Vargas os melhores sinais de caminhos para a industrialização começaram a surgir com a inauguração da Companhia Siderúrgica Nacional considerada um avanço fantástico para os objetivos de países em franco desenvolvimento. E foi exatamente essa expressão que chegou às pretensões do presidente Juscelino Kubistchek, apaixonado por desenvolvimento, por idealismo exacerbado, por intensas reformas e novidades em relação ao país. Sentia-se, principalmente os que o conheciam mais de perto que ele não se conformava com o termo qualificativo do país, que realmente era essencialmente agrícola com pequenas penetrações de uma incipiente indústria. Ao mesmo tempo sentia que a própria agricultura precisava andar mais rápido, mais moderna, mais participativa ainda do que era. Daí a marcha para o Oeste, a criação de Brasília, a extensão programada de um novo Brasil que além de criar facilidades para escoamento técnico e correto de sua produção, paralelamente se esforçasse rumo a uma meta industrial mais consequente. Um Brasil que na sua vocação primária tivesse infraestrutura de interiorização e de possibilidades crescentes de produção e de um Brasil que paralelamente pensasse na industrialização, uma necessidade contínua de um país com dimensões continentais.

Nos seus cinco anos de governo JK fez. Realmente inaugurou Brasília, interiorizou o país, começou uma industrialização, inclusive na área automobilística. Lembro-me bem do carro da Alfa Romeu, já montado no Brasil em sua época que em homenagem ao presidente o nomeou de JK, um sucesso como carro e como venda.

Em função da interiorização, das melhores facilidades de escoamento, a agricultura cresceu mais ainda. No entanto, as indústrias progrediram, não só no setor agrícola, mas em todos os setores, animada pelas novas perspectivas de Brasil.

Importante é entender como JK foi influenciador de toda a economia brasileira, fortalecendo não só a agricultura como um todo incentivando e financiando uma verdadeira revolução industrial que passou a ter muito mais motivação para o seu próprio desenvolvimento. E aí entra o imponderável, quando vem a revolução, as eleições de 65 são canceladas, Juscelino é cassado e interrompe-se ali a vida político-administrativa do grande líder. A consequência, o leitor vai sentir ainda hoje porque o seu plano, a sua meta para o seu novo governo era a de mexer em ferrovias e hidrovias. Cortar o país cruzadamente de ponta a ponta permitindo com isso a criação de uma malha perfeita para escoamento da produção interiorana com diminuição da carga rodoviária. O problema, permanece até hoje e o Brasil se ressente disto e como resultado ainda tem que enfrentar os enormes problemas com rodovias principais e vicinais quando o transporte mais barato e mais eficiente já poderia estar participando ativamente da vida nacional.

Não adianta chorar sobre o leite derramado. Apenas tentar colocar na cabeça de nossas autoridades que esse é o caminho. Alagoas, agora tem um Ministro dos Transportes, Renan Filho. Que pode se impor e trilhar o caminho que o levará muito mais alto. Até porque o país não é mais “essencialmente agrícola” mas continua agro dentre outras coisas. Principalmente.

FOTONOTAS


OTÁVIO LESSA – O homem não sossega. Enquanto der espaço para que ele produza e dê margem à sua produtividade ele não para. E isso é bom para a sociedade. Além do cargo de vice-presidente do Tribunal de Contas de Alagoas, Otávio é o Grão Mestre em Alagoas da Maçonaria, para o qual, cargo, vem se dedicando muito e transformando cada vez mais as prerrogativas daquela secular instituição. Esta semana comemorou-se o Dia do Maçom e naturalmente acontecerão solenidades em todo o estado e a imposição da Comenda relativa. Sou honrado por ter sido o primeiro a recebê-la com mais colegas da comunicação, ano que passou. Abração, amigo Otávio.

MARCELO TEIXEIRA – Não tenho nome para dar ao querido amigo Marcelo Teixeira, um advogado de mancheia, procurador-geral do Tribunal de Contas, contendo em seu espírito uma verve altamente especial. Vendo-o adentrar minha sala naquela instituição sempre sei que vou ouvir com atenção, porque vou aprender mais em minha vida. Marcelo é uma dessas figuras que lhe cativam no primeiro encontro e que você sempre tem vontade de vê-lo por perto para conversar, para falar de passados históricos e trocar experiências de vida, o que é muito bom. Tenho sempre o maior prazer de privar da amizade de um Marcelo Teixeira.

PARE PRA PENSAR

Nunca queira fazer de cada um o espelho do que você é. Respeite sempre e aproveite para conhecer melhor a personalidade de cada qual.

ALERTAS DO DIA

* Sente-se no ar um país convulsionado, diferente, com desconfianças por todos os lados, com possibilidades de mudanças radicais. Não gosto disso, apesar de precisar confiar e muito naqueles que comandam o nosso destino. Não estou tratando de política, mas de confiança nas instituições que têm o poder de nos dar segurança, de acreditar, apoiar e proteger a nossa constituição, as nossas leis. Não temos, enquanto país, mais idade e maturidade para nos expormos a erros de poder. O que precisamos é acreditar nessas instituições e na preservação de nossa democracia

* E já se retorna a um assunto que assusta que é a situação das minas da Braskem, principalmente a de número 18 que afundou ano passado deixando dúvidas a respeito de sua convivência ainda em solo alagoano. Os riscos em relação ao bairro do Bom Parto estão confirmados e podem dizer respeito a afundamento do solo naquele bairro. A depressão no leito da Lagoa Mundaú e que está sendo provocado exatamente porque a tal mina já tem cerca de 30 metros de profundidade também está levando a certeza de um problema mais extenso em relação a afundamento do bairro. E, como ficamos, mais uma vez, Braskem.?

* A morte é sempre uma certeza, mas não nos acostumamos com ela, principalmente quando atinge uma pessoa cheia de vida e de vontade de viver. Foi o caso da cantora Preta Gil que nos acostumou a vê-la enfrentando com galhardia a terrível doença que a acometeu, com muita coragem e passando para todos nós uma força fantástica diante do mal. Preta Gil é um exemplo que permeia a religião, a vida em si e o respeito pelo lado da vida que faz parte. Ninguém pode prever certos males, mas é preciso enfrentá-los com visão humana para consigo próprio e com muita fé no Deus que temos e queremos. Que Deus a acolha no seu Reino, Preta!

* Nós que fazemos comunicação do Tribunal de Contas de Alagoas, alguns de nós, estamos nos preparando para entre os dias 5 e 7 de agosto estarmos presentes ao Congresso de Comunicação dos Tribunais de Contas do Brasil, no Rio de Janeiro, onde estaremos reunidos com a finalidade de conhecermos nossas atividades regionais, de ouvirmos e trocarmos as melhores experiências, no sentido de levarmos e trazermos as boas novidades do setor que representa tanta importância para o conhecimento público sobre o assunto e até para o julgamento de nossas atividades.

POR AÍ AFORA

# O homenzinho continua fazendo arte e queira ou não queira está provocando uma revolução mundial com sua “política”de tarifas, assombrando meio mundo e mexendo com a economia de muitos países deste mundo afora. É preciso que algum organismo entre no processo com vontade e o pare dessa loucura total. Sinceramente, ainda não consegui perceber o que ele deseja. Se é demonstração de força, se é para mostrar poderio à China, não sei. Apenas que a loucura faz parte de suas atitudes.

# O Brasil não vai sair da mesa de negociação com os Estados Unidos, admitiu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista à Rádio CBN, o ministro afirmou que o governo brasileiro não vai deixar a mesa de negociação, mas não descarta que o tarifaço sobre os produtos brasileiros possa mesmo ter início a partir do dia 1º de agosto. Apesar disso, o governo vem trabalhando em planos de contingência para ajudar os setores mais prejudicados com o plano de Donald Trump visando estabelecer uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros que são exportados para os Estados Unidos.

# A União Europeia anunciou o 18º pacote de sanções contra a Rússia, que prossegue com a guerra na Ucrânia. O acordo inclui um teto ao preço do petróleo bruto russo, com um valor 15% abaixo do praticado no mercado, medida que também conta com a participação do Reino Unido. As sanções incluem também a proibição total de acesso de bancos russos ao sistema de troca de informações Swift, com o acréscimo de 22 instituições do país à "lista negra".


Amanhã, sábado é dia de “BARTPAPO com Geraldo Câmara”. Na BAND, canal 38.1 aberto; NET CLARO, canais 18 e 518; BRISANETE, canal 14; VIVO, canal 519. Das 9 às 10h da manhã. Assista e inscreva-se também pelo Youtube no canal “Programas do Geraldo Câmara”. Fale conosco pelo [email protected] ou pelo Whats’App 82 99977-4399