HOJE, NO ESPAÇO ARMAZÉM, em Jaraguá, a Editora Matriz estreia no cenário alagoano com o lançamento de 25 livros por ela produzidos. Apresenta-se como “uma empresa sediada em Maceió, especializada no desenvolvimento de publicações de temáticas alagoanas direcionadas para crianças e adolescentes”. Uma tríade experiente assina essa criação: Patrycia Monteiro (jornalista e editora), Fernando Rizzoto (jornalista e designer gráfico) e Henrique Ferrari (empresário). Evento aberto ao público, mas quem quiser passar lá deve se inscrever pelo site www.editoramatriz.com.br.

S... EMPRESA EDITORA exige destemor. Se esse mar nunca esteve pra peixe, agora é que a piscosidade rareou mesmo. Somam-se nesse velho oceano de dificuldades o baixo índice de leitura na América Latina, no Brasil e em Alagoas, e a irresistível ascensão dos formatos digitais em imagem & áudio, carregando textos curtíssimos (quanto os têm). Investir na edição de livros é um gesto de altruísmo e cidadania. Imprimir livros, no velho e bom papel, é um ato de resistência, uma atitude de irresignação frente à avassaladora tsunami do meio digital.

INSURGÊNCIA MARAVILHOSA é a construção de uma editora nos tempos em curso. Empresários, autores e autoras envolvidos nesse processo são como partisans na II Guerra Mundial: combatentes enfrentando um inimigo implacável e com forças imensamente mais poderosas. Teremos hoje, informa a Editora Matriz, “uma sessão de autógrafos com os autores e ilustradores. Na ala feminina, estarão presentes as professoras e historiadoras Ana Claudia Aymoré (Farol do mar, farol da terra) e Luana Teixeira (A minhoca Xinoca e a preguiça gigante); as jornalistas Maryana Damasceno (Guejo, o caranguejo e O Sertão iluminado), Natália Agra (O pequeno guerreiro) e Patrycia Monteiro Rizzotto (Pauxi, o mutum tímido e Salve os bichinhos da Mata Atlântica); a produtora cultural Carol Almeida (A lenda da mulher da capa preta); as educadoras Lílian Ferrari (A cobra Zizi e o sapo Lelé e Nuvens dos sonhos), Fernanda Lima (O coração perdido de Bia) e Luciene Albuquerque (O menino que tinha medo de trovão), a professora, escritora e poetisa Vera Romariz (O Chicote Manuel), e a escritora franco-alagoana Chantal Frazão (No Lugar do Morto). Na ala masculina, haverá os multiartistas Guilherme de Miranda Ramos (A menina e as pipas de papel) e Nivaldo Vasconcelos (Fulozinha e a Encantada); o cordelista Cícero Manoel (O menino Jorge na Serra da Barriga); o cantor e compositor Janu (Ebe e o véu do chapéu); o advogado e escritor João Victor Regis (Bumbá, o boizinho que adorava dançar) e o arquiteto e escritor Tiago Amaral (Filha da Lagoa)”.

NO PASSADO RECENTE, duas tentativas editoriais marcaram época nas Alagoas: Catavento, com Leda Almeida, em 1999; e Viva, com Sheila Maluf, em 2013 (no batente até agora como editora, embora tenha desativado sua fantástica livraria). Dos anos 40 e 50, preservam-se as memórias da Livraria e Editora Ramalho e de seus lançamentos em sua livraria na Rua do Comércio. Naturalmente, estamos falando da iniciativa privada, pois a histórica Imprensa Oficial Graciliano Ramos, empresa pública ligada ao Governo do Estado, embora sempre limitada pelas dificuldades orçamentárias, segue cumprindo seu papel. Assim, Patrycia Monteiro Rizzoto, Fernando Rizzoto e Henrique Ferrari carimbam seus passaportes para a história da imprensa editorial alagoana na noite de hoje,– e terão dias de lutas, glórias e sufocos.

ENGAJE-SE NESTA BATALHA CIDADÃ! Compareça hoje, a partir das 18 horas, ao Espaço Armazém/Armazém Uzina, na Rua Sá e Albuquerque, Jaraguá. A cultura alagoana precisa de sua participação, nem que seja só para olhar, folhear, as obras disponibilizadas – vá lá, já é um bom começo. Esta causa merece seu apoio.