Petrucia Camelo

NATAL, CHEGOU!

Petrucia Camelo 29 de novembro de 2024

Neste período há uma cumplicidade no ar a dizer: o Natal chegou! É precedido de prenúncios, a evocarem uma espera, como se o Natal empreendesse uma grande viagem para chegar até nós.

Talvez, seja autossugestão do instante presente, pois a Igreja, atendendo ao evangelho numa afirmação de fé, propaga que o tempo é o do Advento; que, ao esperar o Natal, é preciso os adeptos prepararem-se, confessando e comungando; o momento também é propício para perdoar os inimigos, fazer exame de consciência. Assim, reza a Igreja.

O Natal, pelo seu encanto, representa sentimentos de fé que leva à meditação, nos ensina a discernir, pois é sempre uma ida ou vinda em direção a alguém, a nós mesmos; e ao sagrado distante, é a espera de alguma coisa superior, que viaja no tempo. De toda forma, o Natal, esse mistério sagrado, que teve como princípio de revelação a saudação do Anjo à Maria, é sempre um preparo, uma espera, uma viagem.

E, do lado material, o comércio e o turismo não deixam que o Natal tome o seu ritmo próprio; eles interferem, tomam a iniciativa e apresentam os seus produtos como mercadoria de imprescindível valor para o momento festivo, fazendo as pessoas rodopiarem à procura de presentes para os momentos de confraternização, ou ainda, os aeroportos serem constantes na vida das pessoas.

O Natal, com as características adquiridas pelo poder de comércio tornou-se apoteótico. Expressando inúmeras emoções, deixou de ser apenas a comemoração do nascimento do Menino-Deus restrita a Igreja e ao meio familiar: de vestir a roupa nova, de colocar o sapatinho na janela à espera da visita do Papai Noel, da Missa do Galo, da troca de presentes, da ceia de Natal com o peru de véspera, da festa municipal na praça.

Tudo converge para o período natalino; é possível que no Natal, Jesus Cristo realmente volte a Sua face para a Humanidade, que tanto clama o Seu nome, dando-lhe novas ideias, elevando a criatividade dos idealizadores, repicando os sinos da prosperidade. Porque Deus age, também, de forma coletiva, hajam vista as grandes descobertas cientificas nas diversas áreas do conhecimento humano. Eis os sinais de Sua compaixão.

Nas grandes festas há acessibilidade aos meios de transportes, que incentivam sobremaneira o turismo interno, acendendo nas pessoas o desejo de transpor os seus batentes, à procura da renovação da Fé, do lazer, e de adquirirem conhecimentos e bens materiais.

Chega-se de viagem, as malas, em seu canto, mal descansam da trajetória empreendida do ir e vir, do peso do desejo do consumismo, dos óbices no departamento de cargas das aeronaves. Embora o que se traz realmente seja o que se leva; é a intenção de avivar o braseiro do conhecimento, pois é o que se tem de maior valor, e que não se perde fácil, justificando bem o esforço da locomoção.

Mais ainda, no mundo em que vivemos hoje, é preciso atentar sobre o que o período de viagem deve trazer ao viajante: momentos agradáveis de descontração aliados ao aprendizado e à sugestão de novas ideias. É quando se ampliam as amizades ao conhecer pessoas e também, quando se encontram antigos companheiros de épocas de trabalho em repartições públicas, ou em outras atividades afins, ou mesmo em época de estudante, que fazem parte de um passado onde o olhar era restrito às atividades realizadas no quadrado das salas de aulas, da quadra de esporte, quando a nevoa dos sonhos emoldurava os dias.

Podem-se citar cidades brasileiras como Gramado e Campos do Jordão, que não se diferem, pois, inteligentemente, na época natalina, aprenderam a utilizar os recursos naturais em benefícios próprios rentáveis, como o clima, os lagos, o comércio, os recursos humanos como alunos e professores das escolas locais, artistas em geral, recursos administrativos exercidos com funcionários das Prefeituras a organizarem belíssimas ornamentações e as apresentações de shows.

E a área empresarial a concatenar ideias e pô-las em prática, a oferecer serviços como roteiros turísticos, parte aérea e terrestre, a rede hoteleira, teatros ao ar livre, passeios de trem, as vinícolas, serviços do comércio compostas de incontáveis grandes lojas, restaurantes e o roteiro da fé que são as Igrejas, dando sustentabilidade financeira a essas cidades turísticas.

É isso: tudo se presta a moldura espetacular das festas comemorativas, em especial a comemoração natalina, realmente é uma festa de luz. Todos ganham. FELIZ NATAL!