Bartpapo com Geraldo Câmara
VOCÊ TEM QUE ME VOLTAR…
“Eu te dou vinte mil réis pra pagar dois e trezentos...você tem que me voltar dezessete e setecentos...” A música do grande Luiz Gonzaga era a realidade de um Brasil que de há muito já ficou pra trás. Um Brasil que usava moedinhas, que podia dar troco, que sabia quanto gastava para comprar comida na vendinha, que usava caderneta e o crédito do fio do bigode. Esse Brasil mudou de rumo, cresceu, evoluiu em tudo, mudou sua moeda por várias vezes, conheceu o que na época era desconhecido e que se chama inflação. Uma inflação que nos anos oitenta abalou a tudo e a todos que para garantirem a continuidade do seu dinheiro precisavam aplicar em “over nights” e no dia seguinte ver restaurado um pouquinho do seu valor.
Um Brasil que viveu duras realidades e que desde os tempos do réis por várias vezes trocou sua moeda que já foi cruzeiro, cruzeiro novo, cruzado, sei mais o que até chegar ao real de hoje, produto de uma virada de mesa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que o criou, segurou seu valor, conteve a galopante inflação e, incrivelmente há trinta anos aí estamos com o nosso real, ora ameaçado, ora valorizado, mas tendo sido a salvação da pátria daqueles longínquos anos.
O que vivemos hoje e sempre aconteceu, principalmente para os mais velhos é o medo da volta inflacionária de maneira abusiva, o que não acontecerá. No entanto é preciso que haja razão, compreensão e sobretudo união entre autoridades desse país no sentido de que seus estudos sejam coletivos e não individualistas. É preciso que cada ato dos economistas de plantão seja profundamente estudado porque não se admitem erros em política econômica. Objetivamente falando, a economia é uma ciência quase exata, mas que passa por mutações e interpretações as mais diversas que podem levar um país ao imenso sucesso ou a enormes cataclismas. Ou seja, o barco pode fazer água por todos os lados e afundar. Ou, sair do perigo e flutuar em águas mansas.
Na verdade há que haver, sobretudo em uma república democrática a intensidade do diálogo; mas o que não pode acontecer é a eterna discordância nos assuntos que envolvam a economia do país como é o caso agora da Taxa de Juros Selic onde a autonomia do Banco Central insiste em mantê-la alta e a presidência da república, também com insistência mostra que o controle inflacionário existe e que é hora de baixar essas taxas para o bem do crescimento do país, aumento da produtividade, aumento da empregabilidade e muitas outras importantes ações.
Longe de mim opinar se está certo ou errado. Acho ótima a discussão, acho boa a diferença de poderes nas reuniões onde embates levem ao bem comum, mas também anseio em ver esse país batendo recordes de crescimento, exportando muito, principalmente no setor agro, nosso baluarte principal. Anseio por ver o crescimento humano, a escolaridade aumentando, a educação sendo a base para tudo o que sonhamos porque sem ela nossos passos ficam miúdos e nosso crescimento diminuto.
Mas também havemos de reconhecer que a inflação em comparação à dos anos 80 é pequeníssima mas também está aí e vemos no dia a dia quando os alimentos, sobretudo os alimentos estão subindo e minando o minguado bolso do trabalhador. A briga pelos preços dos combustíveis, outro embate entre a equipe econômica do governo e a Petrobrás, tem sido fator de desgaste e de altos custos no escoamento da produção o que acaba por refletir também no destino final que é o consumidor. Aliás, um dos grandes erros de todos os governos porque não investiram na construção de ferrovias e no aproveitamento de hidrovias. Esse era o grande sonho do estadista que foi Juscelino Kubistchek que o teria realizado não tivesse havido a revolução que cassou seus direitos políticos em 1965 impedindo-o de ser candidato de novo à presidência se houvesse eleição, o que não aconteceu.
Enfim, gente. Não sei se tenho saudades dos troquinhos em moedas de Luiz Gonzaga ou se as prefiro trocar pelo moderno e valoroso PIX que dispensa o uso de carteiras sejam de notas ou de moedas. Vamos em frente torcendo sempre para que hoje, esses PIXs possam ser usados com respaldo e com bons trocos para todos nós. “Você tem que me voltar dezessete e setecentos”…
FOTONOTAS
ROSTAND LANVERLY – Sem dúvida temos que tirar o chapéu para Rostand. Conduzindo brilhante e diferentemente a Academia Alagoana de Letras que exatamente esta semana está completando 105 anos e que com a presidência de Rostand encontrou novos e excelentes rumos. Sua garra impressionante, seu senso de criatividade e sua maneira de presidir tem proporcionado uma visibilidade nunca acontecida da Academia e dos acadêmicos. Por tudo isto e pela admiração que sempre senti por Rostand é que ele está aqui hoje.
GALBA NETO – Galba Neto está mais uma vez na boca de urna dentro da Câmara de Vereadores de Maceió para mais uma reeleição como presidente daquela casa legislativa. Acredito que não haverão empecilhos, aliás já sinalizado por notáveis do direito em Alagoas e de fora também. Como se trata de um novo mandato também a eleição para a mesa será considerada assim. Com isso, Galba, essa figura simpática e profundamente competente terá a oportunidade de dar continuidade ao seu trabalho com a dedicação que lhe é peculiar. Parabéns, Galbinha!
PARE PRA PENSAR (do meu livro do mesmo nome)
Mesmo no descanso o bom guerreiro deve estar sempre pronto a levantar e continuar a luta.
ALERTAS DO DIA
* Dia 30 de outubro foi marcado pelos 100 anos de Arapiraca, este município importantíssimo do estado de Alagoas e para comemorar o evento foi publicado e lançado o livro “Arapiraca Memória Viva – 100 anos de História” escrito a três mãos pelos jornalistas Manoel Lira, Eli Mário Magalhães e Roberto Baía. Seu destino, o de Arapiraca, será sempre de crescimento, construtividade e importância no cenário do estado. Sem dúvida, seu dinâmico prefeito Luciano Barbosa deve estar vibrando pelo fato de estar no comando em momento tão importante. Parabéns a todos os arapiraquenses.
* Acabaram as eleições municipais em todo o país, me parece que com resultados esperados em todas as cidades que tiveram segundo turno, alguns apertados como foi o caso de Fortaleza, mas que acabou com o aguardado também e outros com diferenças consideráveis. O importante agora é que todos os eleitos ou reeleitos tenham a consciência de que precisam governar com união para que os cidadãos de cada um desses municípios sinta-se realmente confortável com o que virá nos próximos quatro anos de administração.
* Nada como uma boa briga daqui para a frente com vistas ao governo do estado em 2026. Eu falei “boa briga” porque aí o povo sai ganhando e beneficiado com as ações de possíveis candidatos a governar esse pequeno mas importante estado da Federação. É o que esperamos que vá acontecer nos próximos dois anos onde o sonho deste ou daquele candidato represente luta por acertos e melhorias para Alagoas. Mais ou menos já podemos adivinhar quem serão os protagonistas dessa história e até o que esperamos deles mas vamos deixar o pano de cena levantar e aí então aplaudir.
* Não posso deixar de falar na atuação do CRB nesta reta final de Brasileirão Série B quando o clube está ficando campeão em perder jogos no último minuto dos acréscimos do segundo tempo. O que mais me invoca é que se o rebaixamento acontecer Alagoas fica sem nenhum time para torcer com entusiasmo, ainda que na própria série B. Puxa, CRB, CSA, Asa todos eles e mais alguns tudo na série C? É demais, não acham? Na verdade, a grande pergunta é o que vocês torcedores estão pensando desta situação? E os dirigentes, hein?
POR AÍ AFORA
# Na próxima terça-feira a sorte estará lançada nos Estados Unidos e então saberemos quem vai governar aquele importante país nos próximos quatro anos. Sem dúvida alguma, talvez pela primeira vez em eleições americanas não saibamos com antecedência o resultado ou até mesmo simplesmente a tendência do eleitor. Uma briga de antagônicos reais, bem diferente do que sói acontecer por lá, visivelmente democrata, por conta de acirrada disputa nunca vista na terra americana. Há quem torça por Trump e há quem deseje vê-lo pelas costas definitivamente.
# O que conta para eleger o presidente nos Estados Unidos é o candidato formar maioria em cada um dos colégios eleitorais dos 50 estados e mais o distrito de Colúmbia, sede da capital, Washington. O vencedor leva o colégio, salvo em dois pequenos estados. Quem fizer metade mais um dos 538 votos do Colégio Eleitoral torna-se presidente. Biden venceu Trump por 306 a 232 votos. Agora, se vê uma disputa acirrada nos chamados “estados-pêndulo”, que têm decidido as três últimas eleições.
# O papa Francisco ordenou a dissolução imediata de uma fundação da Pontifícia Universidade Romana Lateranense e que seus bens sejam destinados a bolsas de estudo, informou a Santa Sé. O vigário de Roma, Baldassare Reina, publicou em nome do líder da Igreja Católica um "rescrito" - documento - para confirmar a extinção da "Civitas Lateranensis", cuja fundação é datada de 1996.Jorge Bergoglio determinou que os bens deixados pela fundação sejam destinados à Universidade e a bolsas de estudo para os seus próprios alunos.
ATÉ A PRÓXIMA
Amanhã, sábado é dia de “BARTPAPO com Geraldo Câmara”. Na BAND, canal 38.1 aberto; NET CLARO, canais 18 e 518; BRISANETE, canal 14; VIVO, canal 519. Das 9 às 10h da manhã. Assista e inscreva-se também pelo Youtube no canal “Programas do Geraldo Câmara”. Fale conosco pelo [email protected] ou pelo Whats’App 82 99977-4399
Bartpapo com Geraldo Câmara
Sobre
Jornalista, apresentador do programa Bartpapo na Band Maceió e Diretor de Comunicação do Tribunal de Contas de Alagoas