Petrucia Camelo

Março: Dia Internacional da Mulher

Petrucia Camelo 05 de março de 2024

Flores, meias, lenços de seda, transparências, perfume, cor, pérolas, prata e ouro, homenagens mil, servem de adornos, acessórios, para cumprimentos do dia 8 de março. Dia dedicado ao “Dia Internacional da Mulher”. Essa data faz a magia da emblemática condição feminina; apresenta não somente o desastre catastrófico de decisões maléficas ocorridas em épocas passadas, mas deve sobretudo apresentar o infinito de possibilidades, para o feminino ser feliz, de fazer feliz, aprendendo e ensinando a ser feliz.

Esse dia comemorativo deve exaltar a valorização da qualificação humana feminina, tomando emprestadas à vida todas as belezas existentes e nesse glamour se escudar, atravessando a trilha estreita que leva à ponte do reconhecimento de valores, que, até então, não são tão poucos assim, pois vem o vento e, cada vez mais, sopra páginas do tempo a mostrar o novo, confundindo o velho instalado no contraditório.

E sempre deixando expressar o que sente, como se estivesse a tecer uma tapeçaria, deita a mulher: formas, curvas, sonhos e realismo sobre o cotidiano. E na expulsão do feto, novas formas de amar a envolvem, capacitando-a a ser mãe e guardiã, guerreira ou santa, mesmo que lá fora haja gritos de dor, haja terror, horror, mesmo quando necessário for serem eleitas as mudanças, não somente as interiores, mas também as que promovem os novos horizontes.

E o olhar feminino, aspergindo sobre pedras, fogo, águas e flores, faz que nasçam correntes benfazejas ligadas pelos sopros de vida, revela a coragem feminina, admirável, ao se fazer lançar em novas experiências. A mulher atualmente resolve escolher caminhos diferentes do ontem, evitando a autorrepetição, a automutilação dos sonhos e desejos, evitando o olhar agressivo da injustiça da qual seja vítima. A mulher de hoje continua querendo véu e grinalda, porém, intelectualmente, brada o seu desejo maior: faz jus a um dueto com o conhecimento do profissionalismo. Não dá por menos nessa parceria.

E dentre rótulos dos modismos, a mulher descobre rumos, por meio do talento, e parte para fazer o simples, o plural, ou mesmo o sofisticado. A mulher quer mudanças no seu ato de ser, de agir, de competir com outro gênero, até mesmo para se posicionar e aprender a se defender, pois ainda não há como apagar de todo a visão trágica de sua trajetória histórica, tão mal escrita, tão mal apresentada, tão mal apregoada desde os primórdios, gerando uma referência nada positiva a incontáveis gerações.

A mulher, como integrante de um dos referenciais mais antigos da humanidade, a religiosidade, é partícipe de uma história à sombra da perfídia de uma serpente, dando-lhe um papel quase desumano. E, para não sucumbir, talvez confiante, demonstrando a sua incrível capacidade de resistência, a mulher primor pelas emoções, pelos caminhos advindos do coração.

Somente com o advento do Novo Testamento, a mulher recebeu a indulgência de Jesus Cristo e ainda esteja sob a Sua palavra salvífica: “Quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra”. Entretanto, na trajetória proscrita, a mulher não apresenta fases de maiores fulgores, e, sim, trajetos de emoções e sentimentos advindos do coração privilegiando o dia que se esvai. Entretanto, na continuidade do caminhar maiores cuidados ainda, deve ter a mulher, para não ser priorizada na passagem da contramão, para que não seja vítima de uma liberdade de novos grilhões.

O deslumbramento da comemoração do “Dia Internacional da Mulher” deve, sobretudo, promover, cada vez mais, a reflexão sobre a valorização da mulher, de enfatizar o seu papel na sociedade, de promover e aceitar a saudável convivência entre o homem e a mulher, pois ainda existe o poder de morte, por pensar que se tem a posse do corpo feminino, pelo despreparo arraigado na mente e na cultura do machismo, gerando o feminicídio por discriminação, que não promove a dois o cotidiano de dias de partilha, de solidariedade, de progresso, de amizade, de auroras de sol e de amor.