Enio Lins

Diria Göring: Endgültige Lösung der Palästinenserfrage

Enio Lins 24 de janeiro de 2024

No dia 17 o exército israelense explodiu a última das instituições de ensino superior ainda em funcionamento em Gaza. As instalações da Universidade Al-Israa foram pelos ares em explosão filmada detalhadamente e divulgada pelo governo de Israel.

Segundo a Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), além da derradeira universidade explodida há uma semana, Israel destruiu, até agora, “70% das escolas [palestinas] que oferecem ensino infantil, fundamental e médio na região”.

ANIQUILAÇÃO DE UMA SOCIEDADE

Não se trata uma guerra contra “o grupo terrorista Hamas” ou qualquer outra organização armada, trata-se de dizimar a sociedade árabe nativa em todo perímetro da antiga Palestina para que a ocupação israelense alcance 100% da área.

Denuncia a FEPAL que regiões sem presença do Hamas estão sendo atacadas, “[no campo de refugiados de Tulkarm, Cisjordânia] tratores israelenses foram flagrados esburacando ruas e derrubando imóveis onde funcionam comércios e equipamentos públicos”.

SOLUÇÃO FINAL

“Endgültige Lösung der Judenfrage” (Solução Final para a Questão Judaica) foi como Hermann Göring determinou para Reinhard Heydrich, em carta de 31 de julho de 1941, a elaboração de um plano para resolver definitivamente o “problema judeu”.

Não queriam os nazistas prestar contas de seus crimes contra a população judaica, nem – muito menos – devolver sequer parte das riquezas roubadas das famílias e empresas de judeus na Alemanha e países ocupados. Exterminar os espoliados foi a meta.

Nesses dias está em execução o que o Reichsmarschall Göering definiria como “Solução Final para a Questão Palestina” (tradução Google: Endgültige Lösung der Palästinenserfrage): eliminação da população-alvo com expropriação absoluta de seus bens.

TERRORISMO DE QUEM?

Usando como justificativa “a guerra ao grupo terrorista Hamas”, Israel comete terrorismo e crimes de guerra, pressionando o resto do mundo para que lhe seja conivente, em semelhança do que a Alemanha fez em seu auge nazista.

Entre 1933 e 1939, o nazismo era visto e aplaudido como um guardião da civilização e combatente do “terrorismo judeu-comunista”. Desde os idos de 1946, o sionismo é tido como guardião da civilização e combatente do “terrorismo árabe-muçulmano”.

PRESSÃO PELA IMPUNIDADE

Naquele período de tolerância ao nazismo, a Alemanha bloqueava as denúncias contra suas atrocidades, e justificava suas violências por serem dirigidas contra “terroristas, comunistas e judeus” mesmo depois do início da guerra.

Em 1940, Chaplin foi pressionado nos Estados Unidos por conta do filme “O Grande Ditador”, onde denuncia Hitler e a perseguição aos judeus. O FBI chegou a investigar se ele era agente soviético, e judeu, cujo nome original seria “Israel Thornstein”.

MORDAÇA GLOBAL

Em cruel ironia, os sionistas repetem contra os palestinos hoje o que os nazistas ontem fizeram contra os judeus. Ignorando ou silenciando as denúncias contra seus crimes de guerra, Israel avança com sua “solução final” para a Palestina – que está sendo riscada do mapa, sob o silêncio da maioria do dito mundo civilizado.