Enio Lins

Segue a novela “Crime Ambiental em Maceió”

Enio Lins 13 de dezembro de 2023

Informou a Braskem, ontem, que “instalou nesta segunda-feira, um novo sensor para medição de movimentação do solo na área da mina 18, em Maceió (AL), que está sob risco iminente de colapso”. Ôxe, no domingo (10/12/2023) ela não tinha colapsado?

Nessa toada, a empresa confirma o prognosticado por esta coluna, ontem: não está encerrado sequer o capítulo da mina 18, na novela Crime Ambiental em Maceió. O perigo segue em cartaz, inclusive, no ponto supostamente colapsado anteontem. É isso mesmo?

TIC TAC voltou à internet para checar. Sim, a reportagem está datada de 12/12/2023, postada na versão digital d’O Globo, às 2:01 da madrugada e atualizada duas horas depois. Foi ontem mesmo! E o sensor, anterior, obviamente engolido.

Outro sensor havia sido noticiado como desaparecido no oco da Mina 18 no final de novembro, quando os alertas sobre o iminente colapso foram divulgados. Nos últimos três meses, então, esse seria o terceiro equipamento enfiado na famosa caverna.

Diz O Globo: “segundo a companhia, os dados dos demais DGPS instalados nas outras 34 minas continuam sendo coletados e não há registro de movimentações atípicas. ‘Todas as informações são compartilhadas com as autoridades, em tempo real’, acrescentou a Braskem”. Menos péssimo, mas a catástrofe continua batendo à porta de Maceió.

Primeira questão a ser considerada nesta tragédia lenta, gradual e insegura é que não pode existir a possibilidade da empresa responsável pelo crime ambiental ser anistiada, ser livrada de sua responsabilidade, mediante o pagamento de quaisquer valores.

Nenhum valor pecuniário é justo para livrar a Braskem das responsabilidades presentes e futuras em relação aos crimes cometidos no passado e em suposto cometimento no presente. É um crime hediondo considerar tal anistia mediante o pagamento de R$ 1,7 bilhão ou 30 bilhões ou quaisquer outros desembolsos por parte da empresa.

Para a Braskem precisa ser perene a responsabilização e contínuos os desembolsos frente às necessidades de cada caso, de cada projeto, de cada paliativo. Qualquer dinheiro circulando à toa tende a ser engolido pelas dolinas no poder público, sugado junto com sensores contábeis. A consigna é: Sem anistia e sem pagamentos “por conta”.

HOJE NA HISTÓRIA

Cruzador alemão Admiral Graf Spee em chamas na foz do Rio da Prata


13 DE DEZEMBRO DE 1939 – Batalha do Rio da Prata, no cenário sul da América do Sul, marca os combates navais no início da II Grande Guerra com a derrota do temível cruzador nazista Graf Spee frente à três belonaves da Marinha Real Brtânica.

Comandado pelo capitão Hans Langsdorff, o Graf Spee aterrorizou o Atlântico Sul desde 30 de setembro daquele ano, quando detonou o cargueiro britânico Clement no litoral alagoano. Ao todo, o cruzador alemão afundou nove navios em dois meses e meio de rapina, enviando para o fundo do mar cerca de 50 mil toneladas.

Langsdorff, apesar de nazista, é considerado um militar exemplar, procurando poupar a vida dos derrotados. No caso do Clement, colocou toda a tripulação do cargueiro em botes salva-vidas e lhes indicou o rumo para alcançar Maceió em segurança.

Depois do confronto com navios de guerra britânicos, ancorado no porto (neutro) de Montevidéu e constatando que as avarias sofridas pelo Graf Spee impediam o cruzador de seguir em combate, o capitão Langsdorff desarmou seu navio e o explodiu na foz do Rio da Prata, para impedir que os inimigos fizessem uso dele. Deixando os marinheiros sob seu comando em segurança, Hans Langsdorff se suicidou num quarto de hotel em Buenos Ayres, em 20 de dezembro de 1939, aos 45 anos.

Leia mais: [https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_do_Rio_da_Prata], [https://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Langsdorff], [https://contraditorium.com/2017/08/16/hans-langsdorff-nazista-quem-eu-pagaria-um-chopp/]