Bartpapo com Geraldo Câmara

EMPURRANDO COM A BARRIGA

Bartpapo com Geraldo Câmara 24 de novembro de 2023

Este título nos remete a um ditado popular bastante expressivo e que nos faz meditar sobre um dos problemas que considero dos mais angustiantes para o progresso pessoal e para o desenvolvimento do país. As pessoas, de um modo geral se acostumaram a sempre deixar para depois soluções das mais importantes para as suas próprias vidas. Eu me acostumei da sempre pregar que “não deixo para amanhã o que posso fazer anteontem”. Dizem alguns que o “apressado come cru” e que as coisas feitas com calma trazem uma possibilidade maior de acerto. Não acho. O que penso é que se pode agilizar organizadamente, com planejamento e aí, sim, tudo tende a dar certo e a não acumular problemas. O acúmulo é que leva à imperfeição ou à necessidade de voltar ao ponto de partida para corrigir os erros da pressa não construída.

No serviço público, principalmente, as pessoas, nem todas, deixam que as coisas não aconteçam à sua volta, que a morosidade faça parte da função e aí os resultados são desastrosos. Evidentemente que não estou falando com generalidade porque existem gestores e gestores. Os que se esmeram em equilibrar as ações e os que deixam para lá o que já encontraram atrasado. E com isto geram mais atrasos, mais desequilíbrios e o resultado é o que se espera com negativismo por todos os lados. A questão, por exemplo das inundações, as pessoas deixam para hora em que elas acontecem para realizar ações que poderiam e deveriam ser feitas preventivamente possivelmente evitando uma boa parte do transtorno populacional. Os grandes edifícios, sobretudo os mais antigos, não possuem escadas de incêndio e podem ser atingidos por tragédias incalculáveis com perdas de vidas e bens materiais. Mas pouca gente se incomoda em fazer os reparos ou os acréscimos necessários. Outra coisa são os hidrantes nas ruas e que nunca ou quase nunca têm água. Vejam , também por exemplo, o enorme número de ruas nas cidades que não têm pavimentação e nem conservação que, por conta disto, da lama, do lixo e de tudo o mais acabam por serem condutores de doenças as mais diversas no seio da população. Se formos nos aprofundar em tudo o que foi deixado para o amanhã não poderemos parar por aqui. Escreveremos um livro, talvez profundamente cansativo por observar o descaso provocado pelo “depois eu vejo” e pelo “me fala amanhã”. Essas são as frases do atraso, da burocratização, dos desmandos, do aproveitamento para si próprios ao invés de se pensar no bem comum.

Produtividade é o que o Brasil precisa. E isto não se constrói com preguiça ou com atrasos. O nome está dizendo que, para se fazer um país bom é preciso fazê-lo produzir. E muito. Os economistas de plantão sabem muito bem do que estou falando e da importância da produtividade para a estabilização da economia de um país. As atitudes que devam ser tomadas por este ou aquele dirigente são importantes de per si e mais ainda quando fazem parte de um conglomerado de ações que podem estabelecer os rumos da economia de um município, de um estado, de todo um Brasil. Talvez falte a determinados gestores o nível de importância de cada trabalho, de cada gesto, de cada ação para que se construa o senso da coletividade. Da união de todos em favor de todos. Não pode existir o favorecimento aqui ou acolá, mas o objetivo que acabe sendo a meta de todos.

Mas isso tudo acima se constrói com educação de cada um de nós. Com o auto respeito, fundamental para que todos se respeitem uns aos outros. Hora certa é hora certa. Missão é missão. E tudo entrelaçado cria o senso de responsabilidade coletiva de que tanto precisamos. A ocupação de cargos de relevância deve ser construtiva no sentido de realização e não de acomodação.

Sonhar é gratuito. Foi oque fizemos aqui. Falar enquanto podemos, enquanto somos ouvidos ou não. Sem o intuito de mudar nada, mas sempre o de deixar uma sementinha na cabeça de cada leitor. O faço agora porque realmente aprendi a não “empurrar com a barriga” e nem “deixar para amanhã o que poderia ter feito anteontem”.

FOTONOTAS


INÁCIO LOYOLA – Inácio é uma daquelas figuras que lhe conquistam rapidamente. Primeiro por sua esbanjada simpatia e em seguida pela sua competência em tudo o que faz profissionalmente, Além de ser um deputado estadual de relevância e altamente respeitado, Inácio é um historiador de mancheia e quando se dispõe a relatar fatos de nossa história é absolutamente competente e imbatível. Ando com saudades de levá-lo ao Bartpapo, o que sempre é um enriquecimento para o programa e para os que o assistem. Me orgulho de ser seu amigo.



EDÉCIO LOPES – Não poderia deixar de homenagear postumamente quem estará em lugar de destaque em minha estante como “Comenda Edécio Lopes”. Conheci e muito me orgulho daquele conhecimento, daqueles papos, às vezes entre um programa e outro na Difusora de excelentes manhãs. E lamento que seu tempo tenha se esgotado tão rapidamente. No entanto, sua imagem, sua personalidade aí estão em nossas lembranças e no contato que sempre tenho com seu filho Dinho Lopes, um eterno divulgador de sua memória. A partir da Comenda, Edécio você também está eternizado em minhas memórias.

PARE PRA PENSAR (do meu livro do mesmo nome)

A vida é indiscutivelmente a melhor discussão. Discutir a vida nos leva à luz e à razão.

ALERTAS DO DIA

* O mundo deveria ter certeza de que um dia a coisa aconteceria. Que coisa? Essa fantástica, no mau sentido, revolução climática que abala o mundo. Essa terrível mudança que, agora parece mais acelerada do que nunca. As geleiras nos polos derretendo e provocando aumento do nível dos oceanos, a poluição cada vez maior do ar provocando um aquecimento global poderoso e com isso extrapolando as temperaturas em todo o mundo que vê um imenso calor chegar antes do verão, chuvas incríveis inundando cidades, enfim, o que se previa mas se continha chegou!

* Independente das reações climáticas que já chegaram e que não podemos conter o que podemos fazer é tentar minimizar os seus efeitos com ações antecipadas, em relação sobretudo às chuvas intensas. Os desentupimentos das galerias pluviais, por exemplo, será obra do homem, mas que é de enorme importância. A contenção de barreiras é outra coisa que o homem pode agilizar. O que não se pode mais permitir é que antecipações de providências não sejam realizadas e todos nós à espera da catástrofe para chorar sobre o leite derramado, Ou melhor, sobre os leitos dos rios derramados.

* O período natalino se aproxima, as pessoas já estão agitadas pensando em presentes e festas e as promoções pra valer pode-se dizer que começa exatamente hoje porque será realizada a famosa “Black Friday”. Acho interessante que isso aconteça perto do final de ano porque ajuda as famílias a se organizarem em relação às lembranças de Natal, aliás cada vez mais escassas, claro! No entanto, chamo sempre a atenção dos incautos para esses encantos de certas liquidações que matematicamente não perdem. Gradativamente vão subindo seus preços finais e quando chega a hora dão o ilusório desconto. Cuidado, gente!

* Próxima segunda-feira, 27 receberei a honrosa “Comenda Edécio Lopes” que foi proposta pelo vereador Valmir Gomes e aprovada por unanimidade na Câmara Municipal de Maceió. Infelizmente e já programado anteriormente, no mesmo horário embarco para Fortaleza a fim de participar do Congresso Internacional dos Tribunais de Contas, Serei representado pelo meu filho mais novo, João Marcelo Câmara. Na volta agradecerei pessoalmente a homenagem que vem com o nome do saudoso Edécio, o que, sinceramente muito me envaidece. Seu filho Dinho Lopes deverá estar presente.
POR AÍ AFORA

# O país, irmão e vizinho, Argentina, nossa adversária só no futebol, acaba de eleger um novo presidente cheio de ideias que ainda não sabemos, se boas ou se para aumentar mais o sofrimento daquele povo que não aguenta a pobreza, a altíssima inflação e os horrores de maus governos anteriores. A distância entre o inteligente e o louco acaba sendo pequena e nos dificulta terrivelmente a análise para saber o que serão as consequências de seu governo. O fato é que, em meio a todos os problemas que vivem os argentinos, a esperança pode acabar por ser vitoriosa. Quem sabe?

# Dizem que determinadas coisas precisam realmente de uma revolução, às vezes até ética ou inteiramente contrária às teses chamadas de oficiais. O presidente eleito Melei, desde a campanha vem dizendo que vai acabar com o Banco Central, que vai dolarizar a economia, que vai vender a empresa estatal de petróleo e tantas outras coisas que podem parecer radicais e o são. Acho que o presidente argentino deveria tomar umas aulas com o competente e ainda sábio Fernando Henrique Cardoso e se basear no Plano Real para salvar a economia daquele país.

# O que ele Melei não pode é tentar tomar atitudes muito radicais, como por exemplo, interferir no Mercosul e desejando acabar com essa instituição poderosa na América do Sul. Além de existirem parceiros que não vão concordar existe o fato de que é um fórum de discussões importantíssimo até para uma integração mundial. Por outro lado, sem o Mercosul todo o sistema de importações e exportações dos países componentes acaba por ficar comprometido e o conceito de proximidade e de coletividade internacional sofreria como um todo.

ATÉ A PRÓXIMA

Amanhã, sábado é dia de “BARTPAPO com Geraldo Câmara”. Na BAND, canal 38.1 aberto, NET CLARO, canais 18 e 518, BRISANETE, canal 14, VIVO, canal 519, das 9 às 10h da manhã. Em Arapiraca, 45.1 e OOPS 10. Assista também pelo Youtube no canal “Programas do Geraldo Câmara”. Fale conosco pelo [email protected] ou pelo Whats’App 82 99977-4399