Enio Lins

De volta à civilização, o Brasil brilha novamente

Enio Lins 22 de setembro de 2023

Imaginem um discurso para repercutir bem! Lula fez, mais uma vez, um gol de placa ao falar na abertura da assembleia das Nações Unidas, conquistando, como toda mídia retratou, sete interrupções por aplausos durante seu pronunciamento.

Escreveu Reinaldo Azevedo: “Luiz Inácio Lula da Silva fez o melhor de todos os discursos na sua longa trajetória de aberturas da Assembleia Geral das Nações Unidas. Isso fica evidenciado pelas sete vezes em que sua fala foi interrompida por aplausos; pela óbvia simpatia expressa pelos chefes de Estado e representações presentes ao evento; pela longa fila de dirigentes mundiais que já tinham agendado uma reunião com o brasileiro e que tentaram fazê-lo depois de sua participação; pela evidente convergência entre a sua agenda e a do presidente dos EUA, Joe Biden — guerra da Ucrânia à parte; pela anuência do presidente americano e do secretário-geral da ONU, Antônio Gutierres, ao pleito histórico do Brasil de reformar os organismos multilaterais, inclusive aquele em que todos eles falaram”.

Míriam Leitão destacou: “O discurso de retorno de Lula foi muito bom, bonito, forte e sem ruídos (...). Ele fala que vários problemas da humanidade são resultados dessa desigualdade. A desigualdade de renda, de poder. A desigualdade costurou todo o discurso”.

Para além da Assembleia das Nações Unidas, a BBC focou a reunião entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos: “Trabalhadores, Haiti, reforma da ONU: 3 sinais de que Lula e Biden tentam levar relação a novo patamar”.

Zelensky, presidente da Ucrânia, finalmente se ajeitou com Lula e tuitou no X: “Após a nossa discussão honesta e construtiva, instruímos as nossas equipes diplomáticas a trabalhar nos próximos passos nas nossas relações bilaterais e nos esforços de paz”.

Lula, por sua vez, postou: “Hoje me reuni em Nova York com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Tivemos uma boa conversa sobre a importância dos caminhos para construção da paz e de mantermos sempre o diálogo aberto entre nossos países”.

De verdade: dá um orgulho danado ver o Brasil voltar a ser respeitado, voltar a ser referência internacional, transitar com desenvoltura entre lideranças polêmicas e temas explosivos. Que prazer narrável saber que a página do “i love you, Trump” foi virada.


AVISO AO LEITORADO (e ao e-leitorado) da TIC TAC e demais postagens deste que vos escreve e desenha: a partir de hoje estarei em desmerecidas férias por uns dez dias, mais ou menos, esperando retornar ao batente o quanto antes e com as baterias recarregadas.



HOJE NA HISTÓRIA


22 de setembro de 1988 – Aprovada, pela Assembleia Nacional Constituinte, a nova Constituição Brasileira, consolidando o Estado Democrático de Direito e sepultando o período do regime militar implantado com o golpe de 1º de abril de 1964 e que se estendeu até 15 de janeiro de 1985, com a eleição de Tancredo Neves e José Sarney, ainda indiretamente, no colégio eleitoral, sob a constituição ditatorial imposta em 1967.

Em 15 de novembro de 1986, o congresso nacional foi eleito com poderes constituintes, somando às atribuições usuais a construção uma nova Carta Magna. Ulisses Guimarães, deputado por São Paulo, na condição de presidente da Câmara Federal, coordenou os trabalhos do que batizou como “Constituição Cidadã”. Os constituintes eleitos por Alagoas foram: Divaldo Suruagy, Teotonio Vilela Filho, Thomaz Nonô, Renan Calheiros, José Costa, Roberto Torres, Geraldo Bulhões, Albérico Cordeiro, Antônio Ferreira, Eduardo Bomfim e Vinícius Cansanção.