Bartpapo com Geraldo Câmara

O FUTEBOL DA VIDA

Bartpapo com Geraldo Câmara 02 de junho de 2023

A vida é como o futebol. A gente cai, levanta, perde e leva gol mas nem quer pensar no apito final. Quando nascemos, ainda que deitados, nossas pernas já se balançam no ar à procura talvez de uma prematura bola para que comecemos o difícil jogo da vida.

Viver é uma sequência de “dribles” que vamos treinando desde o início, aprendendo que em nossos campos nem tudo são flores e que é preciso passar por tropeços, muitos tombos, alguns maiores, outros menores, mas exatamente aquelas quedas que nos fortalecem, que nos dão musculatura para enfrentar todos os tipos de jogos no decorrer do tempo.

Quem gosta de futebol sabe que os jogadores não nascem campeões. Pelo contrário, por mais campeões que sejam em suas jogadas nem sempre são aceitos. Por mais competência que tenham nem sempre são vistos pelos olheiros, aqueles que os cercam para saber se serão úteis ou não na vida e por mais competência que tenham nem sempre serão os escolhidos. Assim como na vida, os jogadores também precisam do fator sorte aliado ao esforço permanente para que o jogo continue e ele dentro de campo, porém refém das vitórias que conquista. Não pode titubear, não pode praticamente errar, não tem o direito de deixar as coisas acontecerem por nada à sua volta.

Quantas vezes, sem sermos os jogadores de futebol nos deparamos com nossos juízes, com nossos algozes, ouvimos o apito que nos tira de campo, que nos deixa a mercê de outros quando na realidade nós é que devemos nos comandar, orientar nossas vidas com o que aprendemos, com o que absorvemos para que possamos ir devagarinho chegando perto do gol que tanto ambicionamos.

A vida é esse campo eterno de futebol. Estamos entre o início e o fim demarcados entre as quatro linhas do mundo. Um mundo que tem as belezas de bons ataques ou as feiuras das grandes faltas. Se soubermos vestir nossas camisas poderemos transitar por este enorme campo buscando as melhores estratégias para avançarmos comedida ou rapidamente em direção ao gol que tanto almejamos. Para isso é preciso que conheçamos as estratégias deste jogo, que identifiquemos os adversários, que entendamos todos os caminhos que vão surgindo pela frente, mas sobretudo saibamos encontrar que caminhos melhores e verdadeiros serão estes.

No futebol nada é fácil. Não é fácil se habilitar, se capacitar, treinar. Não é fácil saber se controlar, estabelecer regras para si próprio e traçar metas para ultrapassar barreiras as mais diversas e que normalmente são absolutamente imprevisíveis. Então, é preciso prevenir, arquitetar, planejar e partir sem medos e angústias em direção ao topo da vitória.

Na vida, vejam os leitores, tudo parece bem igual ou bem parecido. As surpresas existem; as quebras nos caminhos, as quedas, também. Nem sempre é possível uma prevenção acertada porque o imponderável existe e acaba por tirar o jogador de campo. Do campo do futebol e do campo da vida. Apesar de todos os cuidados, de todo o planejamento feito, o imponderável tem que fazer parte dele. Não se pode planejar e jogar com todas as certezas do mundo. Não se deve jogar exclusivamente para o aplauso de nossas torcidas, mas para a conquista de outras também.

E aí fica a grande pergunta: Ganhar sempre? Impossível. Perder sempre? Impossível também. Que jogo deveremos jogar? O jogo da verdade, da consciência, do dever cumprido? É preciso que, como no futebol tenhamos sobretudo determinação. Sabermos que estamos aqui cumprindo uma meta que pode ou não ser alcançada, mas que deve ser traçada e delineada com todas as estratégias para nos levarem ao gol. Ou não. A vida dirá. Como no futebol. Podemos empatar, ganhar e até perder. Quem sabe? Até que chegue o apito final.

FOTONOTAS

ALAN BASTOS – Desde muitos anos conheço, admiro e aplaudo este misto de cantor e compositor que vem agradando a gregos e troianos. Sempre na dele, com uma gentileza que faz parte de seu DNA, com um traquejo para lidar com o público seja ele grande ou restrito. Alan é um lutador, um cara que vem se desdobrando e se fazendo de mil para viver e sobreviver neste ingrato mundo da música. É daquelas pessoas que já deveriam estar no top do estrelato brilhando nos palcos da vida, mas onde está brilha e fulgura como ninguém. Quem quiser conhecer Alan vá além do músico e conheça a pessoa. Valerá a pena.



IGBONAN ROCHA – Parece que hoje a inspiração do colunista transcendeu o mundo político e dos negócios e parou na música. Um bom “relax” principalmente quando se trata de falar de um músico, cantor de primeira e que além de tudo é um baiano “arretado”. Hoje, com certeza com muito sangue alagoano correndo nas veias e dando a ele a força que já tem no vozeirão para nos encher os ouvidos de um excelente samba, de um maravilhoso ritmo. Além do mais, Igbonan é uma pessoa maravilhosa que fala e ouve a todos, que dialoga com o mundo se deixarem porque com a boa música no gogó sem dúvida já é um campeão.

PARE PRA PENSAR (do meu livro do mesmo nome)

“Se todos fossem iguais a você” o mundo seria um poço de monotonia.


ALERTAS DO DIA

* Alerta, gente porque as festas juninas chegaram e com elas o consumo de comidinhas, as mais diversas, incluindo o tradicional milho e os produtos dele derivados. É evidente que normalmente se trata de produtos naturais, mas é preciso ver ou saber como são preparados e como estarão sendo vendidos, principalmente pelos ambulantes. Existem muitos que são caprichosos e vendem as iguarias com muito senso de responsabilidade, mas também existem os que não têm a menor noção do respeito que precisam ter pelos consumidores. Cuidado, portanto, nunca é demais.

* Fugindo um pouco das características desta coluna, mas sem poder deixar de fazê-lo quero registrar os meus maiores sentimentos à família de Omar Coelho pela sua perda tão prematura. Omar sempre foi um lutador, um perseguidor de boas causas e de vitórias. Claro, que nem tudo foram flores em sua vida, mas na maior parte de suas atividades profissionais foi sempre considerado um bom exemplo de garra, de perseverança e sobretudo de honestidade e respeito para com todos os que o conheciam e com ele tiveram a oportunidade de entrelaçar negócios e interesses. Omar fará muita falta dentre os líderes desta terra.

* E o custo da energia em nossos bolsos aumentou cerca de 17%, um absurdo que não tem mais tamanho porque nos afeta a todos em nossas atividades e em nossa vida cotidiana. Impossível entender o significado deste aumento já que a empresa diz que a culpa é do governo e que só de impostos estamos pagando quase 50% sobre o valor nominal. Ora bolas, se isso é assim porque o governo não entende que é chegada a hora do seu sacrifício e dá um jeito de minorar a situação dos que precisam tanto da energia elétrica, não só para trabalhar, mas também para viver.

* Mentira´. Tem até outro nome nos dias tecnológicos de hoje: “fake news” ou simplesmente “fake”. Virou graça, virou crime, virou coisa muito mais séria do que sempre foi. É preciso que as pessoas se acostumem a fazer a grande diferença entre as mentirinhas da infância e da juventude, quase inocentes, com as mentiradas de hoje espalhadas por todos cantos, provocando situações as mais diversas, derrubando gente de seus cargos, colocando na vitrine, pessoas de bem. A mentira passou a ser um crime e tem que ser mesmo. Porque da ingenuidade à seriedade o abismo se tornou imenso.

POR AÍ AFORA

# Ainda que o acontecimento tenha sido aqui, em Brasília, os personagens todos eram de “por aí afora”. Foi o caso da reunião de presidentes da América do Sul, em Brasília, por convocação ou convite, como queiram do presidente brasileiro Luiz Ignácio Lula da Silva. A ideia de fomentar a união cada vez maior entre os países do continente foi excelente, o que não foi muito boa foi a condução em função de destaque especial do presidente da Venezuela, Maduro provocando reações negativas no seio dos outros convidados. No mais, esperemos frutos.

# Outro assunto que, se levado adiante será também altamente polemizado é a proposta de criação de uma moeda única para fortalecer as exportações entre os países da América do Sul deixando de lado o uso do dólar. Este é um assunto que precisa ser muito discutido com os economistas para que não comecem a haver distorções na economia e o tiro que pode ser certeiro sair pela culatra. No entanto, não podemos deixar de admitir que entramos em uma fase internacional nova e que só tempo e as ações e reações dirão se Lula foi correto na pontaria.

# Kiev estima em mais de 27.000 o número de civis sob cativeiro russo. A Ucrânia denunciou desde o início da guerra detenções em massa, nos territórios ocupados pela Rússia, de civis que as autoridades instaladas por Moscou acusam de terrorismo, espionagem, colaboração com as forças ucranianas ou conspiração contra o exército russo. No início de maio, a Ucrânia calculava em cerca de 20.000 o número dos seus civis prisioneiros da Rússia no âmbito da guerra iniciada há mais de 15 meses com a invasão russa. São dados incríveis que só ficamos sabendo à medida em que o tempo passa.

ATÉ A PRÓXIMA

Amanhã, sábado é dia de “BARTPAPO com Geraldo Câmara”. Na BAND, canal 38.1 aberto, NET CLARO, canais 18 e 518, BRISANETE, canal 14, VIVO, canal 519, das 9 às 10h da manhã. Assista também pelo Youtube no canal “Programas do Geraldo Câmara”. Fale conosco pelo [email protected] ou pelo Whats’App 82 99977-4399