Enio Lins

A pandemia se foi, mas os prejuízos ficaram

Enio Lins 09 de maio de 2023

Enfim, no dia 5 de maio, a Organização Mundial de Saúde atestou o fim da pandemia de Covid-19, depois de três anos e quatro meses de guerra pela vida contra um vírus e suas mutações que provocaram mais de 7 milhões de mortes em todo planeta.

No Brasil ocorreram mais de 700 mil óbitos devidamente comprovados por Coronavírus, o que nos coloca na vergonhosa posição de segundo país do mundo onde mais pessoas morreram pelo Covid-19, abaixo apenas dos Estados Unidos.

Assinale-se que tanto no Brasil como nos Estados Unidos, o vírus, em sua letalidade, contou com o apoio decisivo de seus presidentes à época, respectivamente, Jair Falso Messias e Pato Donald Trump, ambos negacionistas juramentados.

Mais grave foi o caso brasileiro, graças ao patife que desgovernou o país entre 2019 e 2022 e só foi (democraticamente) enxotado em 31 de dezembro do ano passado. Os Estados Unidos se livraram do estorvo deles dois anos antes, em 20 de janeiro de 2021.

Resultado da política genocida do mito, nosso país teve 10% das mortes mundiais possuindo apenas 3,5% da população do globo, e todos os Estados brasileiros, apesar da luta dos governadores, sofreram mortes adicionais por conta do desserviço bolsonarista.

Alagoas registrou, até 21/08/2022, 7.108 mortes por Coronavírus, com 3.125.000 habitantes, equivalente a 15% da população brasileira – o que representa uma taxa de óbitos proporcionalmente muito menos ruim que a relação Brasil/mundo.

Tragédia homérica patrocinada pelo então despresidente Jair Falso Messias, o genocídio brasileiro só não foi mais avassalador por conta da irresignação dos governadores dos Estados que moveram céus e terra para enfrentar a pandemia.

Nesse cenário deve-se reconhecer o papel fundamental do governador de São Paulo (até então bolsonarista) João Dória Jr, que comprou a briga contra Jair e produziu a Coronavac pelo Butantan, forçando a barra. Contrariando o capitão, a vacina foi a salvação.

Enfim, uma crônica nacional precisa ser escrita, reunindo as ocorrências desse triste período cujos efeitos demorarão décadas para serem digeridos e os prejuízos materiais refeitos. As 701 mil mortes – dano irreversível – são a terrível prova do genocídio ainda impune.

HOJE NA HISTÓRIA

Jukov, marechal do Exército Vermelho, ao lado do marechal do ar britânico Tedder, lê o documento da capitulação nazista


9 de maio de 1945 – Ratificação do Instrumento de Rendição Alemã, em Berlim ocupada pelos soviéticos, oficializando o final da II Grande Guerra Mundial na Europa (os combates seguiam na Ásia, contra o Japão).

Os termos da rendição incondicional nazista haviam sido aprovados em 7 e 8 de maio, mas a ratificação final acontece no dia 9. O documento foi assinado pelos representantes dos altos comandos militares da Alemanha, da Inglaterra e da União Soviética, tendo como testemunhas as delegações dos Estados Unidos e da França.

Na prática, a partir desse dia, começa uma nova disputa internacional entre os vitoriosos: a chamada Guerra Fria, opondo o bloco capitalista (liderado pelos americanos) ao bloco socialista (capitaneado pelos soviéticos).

O Japão só capitularia em 2 de setembro de 1945, depois das duas bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos nas cidades de Hiroshima e Nagazaki, respectivamente, em 6 e 9 de agosto daquele ano.