Enio Lins

HOSTILIDADE DA ULTRADIREITA É UMA BRUTA HONRA

Enio Lins 27 de abril de 2023

Em sua fala no parlamento português, no dia da comemoração do cinquentenário da Revolução dos Cravos, Lula foi novamente correto em seu pronunciamento criticando Rússia e Ucrânia pela guerra, sem aliviar para nenhum dos lados.

Lula foi, novamente, destemido ao reafirmar sua posição de denunciar o jogo da morte travado entre russos e ucranianos. Não defender cegamente o governo direitista da Ucrânia é se expor ao bombardeio das forças da direita e da extrema-direita em todo mundo.

Um pequeno grupamento de políticos de extrema-direita fez grande alvoroço durante a fala do presidente do Brasil, convidado de honra do Estado português. Esgoelaram-se, espernearam como crianças mimadas, mimimi que é um direito deles, pois-pois.

Deselegância e estupidez se são marca registrada da direita extremada alhures e aqui, no que pode ser uma exportação da bazófia bolsonariana, que também pode ter importado a cavalice típica da antiga SA nazista (Sturmabteilung, os camisas-pardas).

Fato é que Luiz Inácio da Silva, salvo engano deste escrevinhador, passa a ser o primeiro governante estrangeiro convidado para usar da palavra no parlamento português no dia da gloriosa Revolução dos Cravos, 25 de abril. E palavreou bonito. E forte.

Esquece-se a súcia direitista que a Revolução dos Cravos foi contra essa turma, derrotou a extrema-direita portuguesa, enxotando-a do poder depois de 48 anos de autoritarismo, e em seu lugar construiu uma Democracia sólida. Perderam, manés!

Enxotada em 24 de abril de 1974, a extrema-direita portuguesa, assim como a direita extremada brasileira, quer retomar o poder na marra, urram por golpes; rosnam, insultam, esperneiam, transformam a política num picadeiro de um circo de horrores.

Brasil do bem e Portugal do bem brilharam juntos nesses dias em terras lusitanas, num congraçamento da cultura, da arte, da música, das letras e dos poemas, da unidade nas políticas progressistas, na reafirmação da Democracia. Dias de orgulho.

Dias de luta esperam Lula no solo pátrio, pois a bandidagem política brasileira não descansa e continua querendo assaltar o poder de toda forma, babando em permanente transtorno unipolar- só pensam em golpe, golpe, golpe... A CPMI pode ser um bom remédio.

HOJE NA HISTÓRIA


27 de abril de 1994 – Primeira eleição sem restrições para participação da população negra, nativa, na África do Sul. Nelson Mandela, através de seu partido, Congresso Nacional Africano, se consagra como o grande vencedor do pleito.

Filas com quilômetros de extensão se formaram nos principais pontos de votação, e a coleta de voto (em cédulas de papel) se estendeu por seis dias, no que observadores do Departamento de Estado dos Estados Unidos classificaram como um “pesadelo logístico”. Ao fim e ao cabo das eleições, os observadores internacionais enviados pela ONU, União Europeia e Estados Unidos atestaram a lisura e credibilidade do processo.

Votos válidos alcançaram a marca de 19.726.579, com 62,65% sendo conferidos ao Congresso Nacional Africano, cabendo ao Partido Nacional 20,39% dos sufrágios, e ao Partido da Liberdade Inkathar 10,54%. Foram os três mais votados e ocuparam, respectivamente, 252, 82, e 43 cadeiras. Quatro outras siglas menores dividiram as demais 23 cadeiras de um total de 400 integrantes do novo Poder Legislativo. Produto dessa correlação de forças, Nelson Mandela foi escolhido presidente da África do Sul em maio do mesmo ano.