Enio Lins

A OCRIM bolsonarista avança perigosamente nas forças policiais

Enio Lins 16 de dezembro de 2022

É coisa séria a infiltração do bolsonarismo nas instituições como um todo. Uma magistrada se recusando a reconhecer Chico Buarque como autor de “Roda Viva”, comprova uma espécie de caricatura kafkiana que se espalha por atitudes e fundamentações, negando a realidade óbvia e ululante em benefício de causas perdidas bolsonaristas.

Como metástases agressivas
que revertem células em seu contrário, o ideário bolsonarista se espalha, se enraíza e faz negro virar supremacista branco, juiz atacar a lei, polícia defender bandido, mulher ser machista, militar quebrar a hierarquia, índio se voltar contra a floresta, cristão defender a morte do próximo, médico ser contra as vacinas, gay ser homofóbico...

Os paradigmas de Jair B
se multiplicam tal qual os “salves” do crime organizado, espalhando terror com ordens sendo rigorosamente cumpridas, sem quaisquer questionamentos. O meliante determina “tomem cloroquina!” e pulularam coisas como cartazes onde se dizia “não precisamos de vacinas, temos cloroquina”. O resultado, centenas de milhares de mortes a mais do que o previsível. Remorso? Nenhum.

A contaminação mais grave
, ínsito e repito, é a que afeta as polícias e as forças armadas, sendo mais visível naquelas que nestas. Este é um grande problema, uma questão estratégica e que afeta não só o presente do País, ameaça o futuro do Brasil.

Até agora
, apesar das manifestações públicas de alguns militares da ativa, as Forças Armadas têm se mantido discretas, apesar de umas notas patéticas confirmarem as pressões vindas de cima. O grande, e principal destaque, positivo, é a renúncia coletiva dos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, em 30 de março de 2021, solidários ao Ministro da Defesa, general Azevedo e Silva, demitido – no dia anterior – por se opor às ordens golpistas do “comandante-supremo”, o famigerado zero-zero.

Nas polícias
é onde o perigo da infiltração da OCRIM bolsonarista é mais visível. Fatos como a tentativa da Polícia Rodoviária Federal de prejudicar o acesso de eleitores às urnas no segundo turno, são escandalosos. Assim como a total inação, quando não participação aberta, de policiais militares, nos bloqueios e badernas provocados pelos bolsonaristas. Não se trata tão-somente de “ações políticas de direita”, mas de crime organizado. Não é simples coincidência caminhões do tráfico sendo usados nos bloqueios de estradas. São as milícias assumindo o controle de parte das forças policiais.

NOTAS


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Informa Soraya, da Secom/AL, que o curta-metragem alagoano “Infantaria” está entre os filmes brasileiros que podem ir ao Oscar.

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Dirigido por Laís Araújo, teve como locação a Barra de São Miguel e financiamento da Lei Aldir Blanc, via Secretaria Estadual da Cultura.

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“Infantaria” conta a história de Joana e sua família, em preparação para a festa de aniversário, de 10 anos, da garota.

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O curta ganhou a Mostra Sururu de Cinema Alagoano, levando sete dos 10 prêmios em disputa, inclusive o de Melhor Filme.

HOJE NA HISTÓRIA


16 DE DEZEMBRO DE 1653
– Oliver Cromwell é indicado pelo parlamento como Lorde Protetor Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda, o que significa um presidente, liderando o único governo de tipo republicano já existido na história britânica. Em 1649, 36 anos antes da Revolução Francesa, o monarca absolutista da Inglaterra e Escócia, Carlos I, foi executado, sob um rosário de acusações. Ao invés do sucessor ser coroado em seguida, o Parlamento assumiu o poder e quatro anos depois um “presidente” é escolhido.

Oliver Cromwell, primeiro e único “presidente” britânico, teve uma gestão controversa e marcante. Morreu (de causas naturais, ou envenenado) em 1658, e em seguida os monarquistas recuperam o poder, com o herdeiro do rei executado voltando do exílio para assumir a cora como Carlos II, em 1660.

A partir de Cromwell, quem se senta no trono britânico reina, mas não governa. O governo fica por conta do parlamento que escolhe um dos seus integrantes para tomar conta dos negócios e administrar o reino.

A trajetória de Oliver Cromwell. Oliver Cromwell - Mundo Educação (uol.com.br)